O olhar da antroposofia para o Puerpério
e Baby Blues
Especialista
explica a diferença entre depressão e baby blues e dá dicas para ajudar as
mulheres no pós-parto
O mês
de agosto — Agosto Dourado — é dedicado à conscientização sobre a importância
do aleitamento materno. Mais do que uma forma de alimentação essencial para a
saúde e bem-estar do recém-nascido, a amamentação é peça fundamental para a
criação do vínculo mamãe-bebê. No entanto, para que esse momento aconteça de
maneira mais leve e natural é essencial que a mãe esteja emocionalmente bem.
Sabemos
que a gestação é um período de grandes expectativas, muitas vezes frustradas
diante da vida real. Ao deixar a maternidade, as mulheres se deparam com novas
responsabilidades, ansiedade e medo de errar, privação do sono e uma verdadeira
ciranda hormonal.
Esse
turbilhão de mudanças é maior nas primeiras semanas depois do parto — é o
puerpério, fase em que o organismo da mulher está se restaurando. “Os livros
estimam de seis a oito semanas para a recuperação do organismo da mulher, mas
sabemos que pode levar muito mais. E precisamos incluir aí a recuperação
emocional dessa mãe, que vive uma gangorra de transformações hormonais nessa
fase”, afirma Catia Chuba, ginecologista obstetra e parceira da Weleda,
referência em medicamentos antroposóficos e cosméticos naturais.
Segundo
a médica, entre 20% e 25% das mulheres sofrem de depressão pós-parto e cerca de
80% delas enfrentam sintomas do chamado baby blues. “O baby blues é um conjunto
de sentimentos que praticamente toda mulher que tem um filho vai conhecer.
Ansiedade, sensibilidade à flor da pele, irritabilidade, vontade de chorar,
cansaço, falta de energia e preocupação excessiva estão entre os sintomas, que
surgem no terceiro ou quarto dia pós parto e, num primeiro momento, podem ser
confundidos com a depressão”, diz Cátia.
A
médica explica que, pelo olhar da antroposofia, no pós-parto a mulher vive um
tipo de luto. “A mãe se deu conta de que não tem mais a autonomia de antes e
que o seu tempo agora é dividido com outra pessoa. E percebe que a filha deixa
de ser apenas filha para se tornar mãe e assumir um novo papel, o que pode
gerar angústia e tristeza.”
A antroposofia
é um método científico-espiritual criado pelo filósofo austríaco Rudolf Steiner
no início do século 20, com a proposta de ampliar o conhecimento sobre o ser
humano e aplicar essa sabedoria de forma prática em todas as áreas da vida.
Quando
nasce uma criança, todas as atenções se voltam para o bebê. Mas quem cuida
dessa mãe? Pelo olhar antroposófico, ambos merecem atenção nesse momento, pois
a mãe muitas vezes se sente perdida e desamparada.
Segundo
Catia, três sinais diferenciam o baby blues da depressão pós-parto: a
persistência e intensidade dos sintomas e a forma como isso afeta a relação da
mãe com ela mesma e com o bebê. “A depressão envolve todos os sintomas do baby
blues e ainda traz uma tristeza profunda e inexplicável, o desinteresse pelas
atividades cotidianas e pelo próprio bebê, a sensação de incapacidade de lidar
com as situações e até raiva, o que pode desencadear pensamentos suicidas.”
No
caso do baby blues, os sintomas vão se aliviando e passam por volta de seis a
oito semanas depois do parto. “A depressão tem uma duração muito maior. Ela
costuma começar na segunda ou terceira semana após o parto e pode se prolongar
por até dois anos, com necessidade de tratamento específico e medicamentos”,
diz Cátia.
Antroposofia
& maternidade
A
médica explica que, do ponto de vista da antroposofia, o momento do nascimento
é considerado um portal da passagem do bebê do plano espiritual para o plano
físico. Nesse aspecto, o puerpério pode ser visto como um ritual de iniciação,
de passagem, onde a mulher vai se redescobrir, se relacionar com esse novo ser,
aprender a ver o mundo com outros olhos e transformar a maneira como pensa,
sente e age.
Para
vivenciar tudo isso a mulher precisa de tempo. “É muito importante que a mãe se
permita viver essa fase pós-parto, experimentar um certo recolhimento, onde ela
se sinta confortável, para que entre em contato com esses pensamentos,
sentimentos e novas sensações”, afirma.
A
importância de construir uma rede de apoio
Para
construir a estrutura emocional necessária para enfrentar tantas mudanças na
rotina é muito importante que a mulher aceite que vai precisar de ajuda e
construa uma rede de apoio. Pode ser o companheiro ou companheira, a mãe, a
irmã, amigas, uma funcionária de confiança.
“Essa
rede de apoio deve ser formada por pessoas que entendam e respeitem esse
momento. São elas que vão dar suporte às demandas do dia a dia — desde ajudar a
cuidar da casa e fazer comida até ficar com o bebê para que a mãe possa comer
usando as duas mãos”, diz a especialista.
E
completa: “Sabemos que a realidade de muitas mulheres não permite tirar quatro
ou cinco meses de licença maternidade. Isso faz com que o período pós-parto
seja ainda mais desafiador, considerando que não haverá tempo necessário para
absorver todas as emoções e sentimentos”.
Entre
as sugestões da médica para ajudar as mães a enfrentar essa fase de uma maneira
mais leve estão incluir o Chá da Mamãe da Weleda na rotina. O chá traz uma
combinação de ervas que ajudam a relaxar e estimulam a produção de leite. “A
amamentação pode gerar ansiedade, então, é interessante oferecer uma opção
natural que traga relaxamento. O Chá da Mamãe conta com cinco ervas que
auxiliam nessa pausa e ainda reforçam a hidratação necessária”, explica.
Como
opção natural para aliviar a ansiedade, o esgotamento, a angústia e regular o
humor, a médica recomenda o uso de Bryophyllum da Weleda, um medicamento de
origem 100% natural.
Outra
dica é dividir seus sentimentos com o(a) companheiro(a), para que a pessoa
entenda o que está acontecendo e possa ajudar. “É importante se permitir ser
cuidada e reconhecer seus sentimentos. Sensações como medo, angústia e raiva
são mecanismos de defesa. A hora é de se acolher e olhar para si mesma com amor”,
conclui.
Weleda
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