Uma revolução está em andamento bem diante dos seus
olhos. É como se você estivesse em um trem a vida toda e descobrisse, de
repente, que pode dirigir um carro e sair dos trilhos da mesmice. É mais ou
menos isso que está acontecendo com o conceito de adquirir um automóvel. Se
antes as concessionárias precisavam dispor de vários modelos de veículos na
loja física, hoje, o consumidor pode escolher seu próximo carro sem sair de
casa. E isso não precisa envolver necessariamente a compra.
Engate a primeira marcha quem nunca sonhou em
dirigir um carro novo ao mesmo tempo que evitava burocracias. Ao colocar os
custos na ponta do lápis, têm dado preferência à assinatura de veículos aqueles
que desejam fugir de tudo que envolve negociação, filas de espera e custos com
licenciamento, IPVA, revisão e depreciação. Como resultado disso, o mercado de
assinatura deve crescer 14% ao ano, segundo um relatório da consultoria indiana
Data
Bridge Market Research. Mas, para acompanhar o movimento, é preciso
voltar alguns passos, melhorar a experiência e investir mais na digitalização.
Na jornada pelo amadurecimento digital das
concessionárias, a tecnologia veio para ficar. Basta, por exemplo, usar um
óculos de realidade aumentada para ser transportado para dentro de um
automóvel. Nesses showrooms, o cliente pode entrar no carro, abrir o capô,
simular um test-drive e assim por diante. Isso significa que o espaço físico de
uma concessionária, que precisava abrigar dezenas de modelos, poderá ser
drasticamente reduzido. Agora, o consumidor não precisa mais percorrer diversas
lojas, podendo comprar ou assinar um carro de qualquer lugar. São tecnologias
que parecem fazer parte da nossa vida desde sempre, mas que um dia foram apenas
planos que pareciam inalcançáveis.
O futuro do mercado automotivo é virtual, e algumas concessionárias já estão se preparando para essa evolução. Nesse cenário, grupos estão incorporando tecnologia em seus processos para transformar a experiência dos clientes e garantir competitividade no mercado. Se inicialmente os serviços digitais eram apenas um acessório para o relacionamento, agora eles se tornaram estratégias principais de negócio. Não basta apenas fazer bom uso dos recursos tecnológicos, é essencial se preocupar em conectar desejos e democratizar o acesso. Só quem souber aproveitar os bons ventos, se manterá firme e forte mesmo diante de uma tempestade.
Cesar Cantarella - CEO da Dealersites
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