As transformações que o varejo vem atravessando nos últimos anos, alavancadas no período da pandemia, também afetam a prevenção de perdas. Em determinado momento, as perdas de estoque eram as únicas no foco do varejista. Não por menos, uma vez que em valores representam uma grande parte do capital investido das empresas.
Entretanto, as outras perdas que sempre afetaram o
negócio dificilmente estiveram no radar da estratégia de prevenção de perdas. E
isso, limitou, e muito, sua importância nas empresas. Então, em meio a um
período de vendas baixas, onde cada centavo tornou-se importante, as demais
perdas, financeiras, comerciais, administrativas, legais e de produtividade,
saltaram nos resultados.
Cashback e negociações com fornecedores que
incorrem em juros são alguns exemplos de perdas que afetam os negócios e ainda
não têm atuação da prevenção de perdas. Com uma estratégia e atuação focada
nelas, as empresas conseguem atuar na revisão e controle dos processos através
da identificação dos pontos de risco para implementação de controles
mitigatórios.
Isso significa que a prevenção de perdas passa a
ser figura obrigatória em novos projetos, justamente para contribuir na
otimização das perdas e, consequentemente, na maios rentabilidade dos negócios.
Muitas vezes, a prevenção de perdas é chamada somente quando as perdas
propriamente ditas ultrapassam os níveis de aceitação. Nesse momento, é um
trabalho reativo e não preventivo, e a empresa já jogou alguns milhares de
reais fora.
Por mais que o pensamento seja ágil, não se pode
desistir de ter a prevenção de perdas em seu negócio. Um MVP (produto mínimo
viável) que traz um prejuízo para a empresa não pode ser visto como algo
aceitável. Dedicar um tempo para a análise dos pontos de risco é inevitável
para prevenir, por exemplo, impactos financeiros e de imagem, entre
outros.
Com o foco na atuação em diversos canais, as vendas
online e as entregas tornaram-se os focos das empresas. E a contrapartida disso
são as perdas financeiras, como a fraude amigável, as avarias, extravios ou
consumo nas entregas. A prevenção de perdas atua, então, como área que vai
modelar esses cenários e recomendar os ajustes nos processos e os controles
necessários.
A utilização de soluções tecnológicas no processo
de compra online, como as de análises de score, sites seguros, validação de
vendas, por exemplo, deve sim estar cada vez mais presente. Da mesma forma, é
imprescindível ter o controle das entregas por geolocalização, roteiro
definido, análise de tempos de entrega padrão x tempo de entrega real, e outros
mais. Cada detalhe na operação é fundamental.
Assim, constatamos que a abrangência da atuação da
prevenção de perdas contempla seis tipos diferentes de perdas – estoque,
financeiras, administrativas, legais, comerciais e de produtividade -, que
quando somadas podem afetar a lucratividade das empresas de forma
significativa, além dos impactos indiretos e intangíveis, como imagem, recompra
ou fidelidade, fluxo de caixa e outros.
Entender melhor o conceito de governança
operacional e adotar no planejamento estratégico do negócio, significa uma ação
madura para garantir a sustentabilidade, eficiência e perenidade da
empresa.
É hora de colocar as mãos na massa e bons negócios!
Anderson Ozawa - diretor da AOzawa Consultoria, especialista em governança Operacional e Corporativa, palestrante, consultor, professor da FIA Business School e autor do livro “Pentágono de Perdas: Transformando Perdas em Lucros”
AOZAWA CONSULTORIA
www.aozawaconsultoria.com.br
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