Recomendação é do
Seconci-SP, por ocasião do Dia Nacional de Combate ao Fumo
Se você é
tabagista, já tentou parar de fumar e não conseguiu, faça-o novamente. Não
considere a recaída como uma derrota. Cada tentativa já é um grande passo.
Quanto mais você tentar, mais próximo estará de conseguir.
A recomendação é da dra. Marice Ashidani, pneumologista do Seconci-SP
(Serviço Social da Construção), por ocasião do Dia Nacional de Combate ao Fumo
(29 de agosto). Mas ela alerta: “Sem a pessoa estar determinada a parar de
fumar, não adianta somente recorrer ao médico ou ao apoio da família”.
De acordo com a dra. Marice, deixar de fumar sempre traz ganhos
para a saúde, não importa há quanto tempo o fumante deixou o hábito. “É preciso
que o médico avalie o grau de dependência de cada caso individualmente. Há
aqueles que conseguem deixar de fumar somente com a força de vontade. Para
amenizar os sintomas da abstinência, algumas pessoas necessitarão de reposição
da nicotina por adesivo ou goma, gradualmente reduzida ao longo do tempo. Além
disso, fumantes muito agitados podem necessitar de tratamento com
antidepressivos, sempre com acompanhamento médico”.
É muito importante que o fumante reflita sobre os “gatilhos” que
detonam o hábito de fumar, e como evitá-los. “Exemplos desses gatilhos são
tomar café, concluir uma refeição ou ficar ansioso. “Quando a fissura aparece,
ela dura alguns minutos naqueles que não são muito dependentes. Nesse tempo, o
fumante deve fazer outra coisa, como tomar água gelada. Pouco depois, a fissura
tenderá a desaparecer”.
De acordo com a pneumologista, a recaída pode ocorrer mesmo muito
tempo depois de a pessoa ter deixado a dependência. “Ela pode estar em uma
viagem ou em uma festa e acender um cigarro, imaginando que isso não a fará
voltar ao vício. É um autoengano, que poderá levar a uma recaída. Aí, precisará
tentar novamente parar. A ajuda da família e dos amigos é fundamental, não
fazendo terrorismo, mas sim com apoio”.
Males do fumo
O tabagismo expõe os fumantes a 7 mil componentes químicos,
causando cerca de 50 doenças diferentes e matando 8 milhões de pessoas por ano.
É a causa evitável de morte mais prevalente no mundo, vitimando um em cada dez
adultos.
Ao fumar um único cigarro, a pessoa inala milhares de substâncias
tóxicas, como monóxido de carbono, amônia, cetonas, formaldeído, acetaldeído,
acroleína e outras 43 cancerígenas, como arsênio, níquel, benzopireno, cádmio,
chumbo e resíduos de agrotóxicos. “A temperatura da fumaça é outro elemento
muito nocivo à saúde, inflamando os tecidos de toda a área das vias
respiratórias”, comenta a dra. Marice.
A médica alerta que são igualmente prejudiciais o cigarro
eletrônico, proibido no Brasil, e o narguilé, pois além da nicotina, contêm
outras substâncias cujos efeitos ainda são desconhecidos.
“Os pais devem conversar com os filhos, falar dos malefícios
físicos e psíquicos da droga, como dependência e risco de uso abusivo. E devem
procurar identificar, junto com os filhos, as causas psicológicas e as formas
de resistir ao cigarro”, recomenda a dra. Marice.
O Seconci-SP faz palestras nos canteiros de obras sobre a
importância de parar de fumar e proporciona tratamento aos trabalhadores da
construção civil e seus familiares que querem fazê-lo. Eles também podem buscar
tratamento em centros de apoio da rede pública de saúde, que fornecem adesivos
para a redução gradual da dependência de nicotina e, se necessário,
medicamentos para a ansiedade.
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