Um pedacinho de 50g já pode ser fatal para os animais, por conta da teobromina, substância encontrada no cacau
Antes, durante e após a Páscoa é o período do ano
em que a casa se enche de chocolate, especialmente quando se tem criança. O que
muita gente desconhece, porém, são os perigos desse tipo de alimento para cães
e gatos. Desde pequenas porções, que causam vômito, diarreia e desidratação,
até grandes quantidades, que podem resultar na morte dos animais.
A grande maioria dos chocolates é produzida com
cacau, que tem substâncias que os pets não conseguem metabolizar, como a
cafeína e a teobromina, conforme explica a doutora em Clínica Veterinária e
coordenadora do curso de Medicina Veterinária da Universidade Positivo (UP), Thais Casagrande. “Mesmo sentindo-se atraídos pelo cheiro doce do
chocolate, eles não conseguem tolerar o consumo, pois é extremamente tóxico,
principalmente por conta da teobromina”, detalha Thais, ressaltando que, por
conta disso, quanto maior a concentração de cacau no chocolate, mais tóxico é
para os cães.
A intoxicação causada pela teobromina apresenta
sintomas relacionados ao sistema gastrointestinal, como vômito, diarreia, maior
quantidade de urina (para tentar eliminar essa substância), aumento de volume
abdominal, gases, taquicardia e taquipneia. Além disso, dependendo da
intensidade deles, podem provocar problemas neurológicos, como convulsão,
resultando na morte do animal, aponta Thais. “A teobromina pode ficar até 17,5
horas no organismo e, conforme vai sendo absorvida, vai aparecendo e
intensificando os sintomas clínicos que os pets podem apresentar”, conta.
A médica-veterinária explica que a letalidade do
ingrediente depende diretamente da quantidade de concentração de cacau no
chocolate ingerido em relação ao peso do animal. “50g de um chocolate ao leite,
que normalmente tem uma concentração mais baixa de teobromina, pode conter até
100 mg da substância, que já é uma dose fatal para os animais. A intensidade
dos sintomas pode variar de acordo com a sensibilidade do animal, mas os
estudos mostram que essa quantidade já é o suficiente para causar a morte”,
alerta.
Caso haja a ingestão, é importantíssimo levar o pet
imediatamente ao médico-veterinário, pois os sinais clínicos podem demorar a
aparecer, por conta da demora do sistema em metabolizar essas substâncias. “Até
quatro horas após a ingestão é o tempo de maior eficiência do tratamento para
evitar consequências mais graves, pois o médico-veterinário pode fazer com que
o pet elimine as substâncias tóxicas antes mesmo de serem absorvidas pelo
corpo”, salienta a professora.A grande maioria dos chocolates é produzida com cacau,
que tem substâncias que os pets não conseguem metabolizar,
como a cafeína e a teobromina
Crédito: Envato
Thais revela que, no período da Páscoa, é
perceptível o aumento dos casos de ingestão de chocolate nas clínicas
veterinárias, seja acidentalmente ou por falta de conhecimento das pessoas,
pois há casos em que o doce é dado pelos próprios tutores como forma de agrado
para o animal. “Existem chocolates próprios para os pets que não contêm essas
substâncias tóxicas para eles, mas que não devem ser consumidos com frequência,
pois possuem muitas calorias”, finaliza a médica-veterinária, que recomenda
alimentos doces que sejam mais naturais e não tóxicos para os bichinhos, como
algumas frutas, que também são atrativas, como maçã, banana e morango.
Universidade Positivo
up.edu.br/
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