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segunda-feira, 10 de abril de 2023

Apesar de rotinas desgastantes, setor tech evidencia potencial de carreira com aumento de média salarial no país

 

Nos últimos anos, a rotina de profissionais de diversas áreas foi transformada de maneira significativa, incluindo trabalhadores do setor de tecnologia, que passaram a usufruir da possibilidade de trabalhar em casa ou em regime híbrido, com idas esporádicas ao escritório. Além disso, novos estudos sobre produtividade têm levantado os benefícios que semanas mais curtas de trabalho podem trazer para o foco dos colaboradores, durante o período em que estão exercendo suas funções.

É inegável que o dia a dia de um profissional de tecnologia pode ser muito desgastante. Um estudo realizado pela plataforma Blind, em 2022, indicou que 73% dos 6.789 profissionais de tecnologia entrevistados consideravam-se esgotados por inúmeros motivos e, deste percentual, cerca de 26,7% afirmam que não conseguem se dividir entre a vida pessoal e o trabalho.

Por outro lado, segundo a 3ª edição do Panorama de Product Management, a média salarial dos profissionais de tecnologia no país cresceu 29% no mesmo ano, evidenciando a importância  que estes profissionais ganharam para as empresas. 

Ainda segundo a pesquisa, em torno de 43,4% dos entrevistados estão contentes com as bases salariais atuais. Com um mercado tão aquecido e que precisa de quase 800 mil profissionais até 2025 para suprir a demanda que virá, o setor tech, mesmo com as recentes demissões ao redor do mundo, pode tornar-se o preferido de jovens que pretendem iniciar uma graduação em breve.


Condições de trabalho são positivas na maioria das empresas de tecnologia

Apesar de hoje existir um movimento de volta aos escritórios, diminuindo alguns benefícios que os profissionais de tecnologia possam usufruir com o home-office, a área tech apresenta em geral boas condições de trabalho, salário e benefícios, pois as empresas querem contar com os melhores talentos e estão dispostas a oferecer boas condições, evitando a rotatividade de profissionais naquela posição. 

Outro fator que tem feito as empresas nacionais elevarem os patamares oferecidos nas vagas é a procura de companhias internacionais pelos talentos de tecnologia do Brasil, que atrai muitas pessoas pela possibilidade de ganhar em euro ou dólar.

A tendência que se apresenta para os próximos anos é de que com cada vez mais demanda, consolidação e chegada de novas tecnologias, as empresas nacionais invistam mais recursos na construção de times que contemplem os mais diversos talentos e que exerçam funções essenciais nos projetos.


“Pejotização” pode ganhar ainda mais espaço nas empresas

As recentes demissões de gigantes do setor tech apresentaram um cenário que pode se tornar usual nos próximos anos, com as empresas buscando construir o mesmo nível de trabalho com um número menor de profissionais ou oferecendo modalidades diferentes de contratação do tradicional contrato de trabalho assinado em carteira.

O crescimento no número de profissionais cadastrados como PJ(Pessoa Jurídica), que fornece trabalho para empresas como MEI (microempreendedor individual) ou de outras maneiras, é muitas vezes interessante para as empresas, que podem assim contratar mais profissionais, gastando menos e com menos obrigações legais com o time.

O setor de tecnologia já se apresenta como um catalisador de mudanças, possibilitando que muitas pessoas mudem suas vidas por meio da profissão. Porém, assim como a maioria das coisas na vida, ele não é perfeito, e apesar de mostrar-se em um estado maduro de consolidação como mercado de oportunidades, as empresas devem seguir procurando maneiras de potencializar e oferecer as melhores condições possíveis aos profissionais atuais e futuros.

 

João Gabriel - fundador da Compass Tech
O Matuto Programador

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