Abordar o tema com
as crianças desde os primeiros anos de vida e dar início a uma carteira de
aplicações o quanto antes são algumas das dicas de Pedro Henrique Ferroni,
sócio-fundador da CTM Investimentos
Conversar com os filhos sobre educação financeira é
um hábito cada vez mais comum nos lares brasileiros. Pelo menos é o que mostra
a pesquisa Finanças Infantis, realizada pelo Serasa em parceria com a Opinion
Box. Segundo o levantamento, 85% dos pais e responsáveis falam com as crianças
sobre a importância de se levar uma vida financeira saudável.
Abordar o tema com os pequenos desde os primeiros
anos de vida é o passo inicial para garantir um futuro equilibrado para os
filhos. É essencial, no entanto, compreender que o comportamento dos pais terá
grande influência no processo. Essa é a primeira dica de Pedro Henrique
Ferroni, sócio-fundador da CTM Investimentos, que investe em ações de longo
prazo para as duas filhas, de quatro e sete anos, desde que elas nasceram.
“Não adianta falar sobre educação financeira ou
fazer um investimento para o filho quando os próprios pais não são
financeiramente saudáveis ou não têm uma relação positiva com o dinheiro”, diz
Ferroni.
De acordo com o especialista, é preciso refletir e
ter consciência sobre as próprias crenças em relação à vida, considerando que
elas serão transmitidas aos filhos, ainda que de forma inconsciente, e que as
crianças e jovens aprendem melhor por observação. Medo, sensação de falta de
merecimento e indisciplina são apenas alguns comportamentos que podem afetar a
vida financeira de uma pessoa ao longo do tempo.
“Compreender como você funciona é o primeiro passo
para qualquer mudança e evolução. Isso é chamado de ‘autoconhecimento’. Depois
disso, é necessário que os pais promovam mudanças em seus hábitos e crenças,
tornando possível atingir o sucesso financeiro”, garante o sócio-fundador da
CTM Investimentos.
O passo seguinte é a introdução didática do tema no
dia a dia da criança, estimulando o entendimento da importância do dinheiro e o
verdadeiro propósito de poupar e investir. Essa também é uma rotina na casa de
Ferroni, que mostra para as filhas quais empresas podem fazer parte de uma
carteira de investimentos. Se elas estão jogando na plataforma de games Roblox
ou assistindo a vídeos no Youtube, por exemplo, ele explica que elas podem ser
“sócias” dessas empresas, por meio da compra de ações.
Confira mais dicas do especialista:
- Comece
pela boa e velha mesada
Estimular a criança a lidar com seu próprio
dinheiro é uma forma de fomentar o conhecimento a respeito do assunto. Destinar
um valor mensal ou semanal e ensiná-la como lidar com ele é um excelente
exercício inicial. É nesse momento que os primeiros ensinamentos são introduzidos.
Estimule um pensamento racional sobre o assunto, deixando claro para a criança
que existem desejos e necessidades e que ter um planejamento é essencial.
- Ensine
que o dinheiro acaba
Deixe claro que a criança precisa escolher como vai
gastar o seu dinheiro e que ele não é infinito, estimulando o pequeno a
refletir sobre qual é a melhor escolha naquele momento e entender que seu
dinheiro precisa ser bem usado.
- Defina
um objetivo
Ajude a criança a traçar qual objetivo será
atingido caso ela cumpra suas metas financeiras. Também é importante explicar
que alguns objetivos demoram mais para se concretizar do que outros e que é
necessário ter disciplina.
- Destine
um valor para cada finalidade
Estimule o entendimento de que não é saudável
destinar todo o dinheiro para um único fim. Ajude a criança a realizar uma
divisão de valores e a decidir quanto destinar a cada objetivo ou necessidade.
- Seja
o exemplo em casa
Explique para a criança que a família também tem
objetivos financeiros e que é necessário poupar, além de ter paciência e
disciplina. Também é importante estimular a consciência da
autorresponsabilidade e mostrar que eles são os administradores de suas vidas.
As “pequenas coisas” os qualificam para cuidar das grandes coisas.
Investimentos devem começar o
quanto antes
Para os pais que desejam investir pensando no
futuro dos filhos, a grande vantagem de começar uma carteira de aplicações
desde o nascimento da criança é a possibilidade de se ter um rendimento maior a
longo prazo, já que não é necessário movimentar o recurso acumulado por pelo
menos 18 anos.
Outro ponto que deve ser ressaltado é que os gastos
tendem a aumentar conforme a idade avança, principalmente as despesas com
educação. Quanto mais cedo os pais compreenderem os melhores canais de investimentos,
melhor será o resultado no futuro.
A idade da criança e o valor mensal do aporte
acabam afetando o valor resgatado, principalmente quando o investimento é
alocado apenas em renda fixa. O ideal é que se tenha um equilíbrio entre renda
variável e fixa, alocando a maior parte no primeiro tipo. Apesar disso, não é
necessário renunciar à ideia de investir somente pelo fato de que a criança
está mais velha.
“Se
considerarmos os 18 anos como maioridade, os pais possuem um belo tempo desde o
nascimento dos filhos para investir. É preciso, porém, ter constância e
disciplina nos aportes, lembrando que a paciência é um ativo importante nesse
planejamento”, finaliza Ferroni.
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