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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023

Sem causa definida, Lúpus atinge mulheres nove vezes mais do que homens

 Doença, caracterizada por dores nas articulações e erupções vermelhas no rosto, não tem cura, mas pode ser controlada por meio de tratamentos corretos.

 

No Brasil, aproximadamente 65 mil pessoas sofrem com o Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES ou apenas lúpus), uma doença inflamatória crônica que pode apresentar sintomas como dores nas articulações, fadiga, erupções e manchas vermelhas no rosto. 

Mesmo não possuindo uma causa definida, o Lúpus, da mesma forma que outras doenças autoimunes, pode estar relacionado a fatores hormonais, infecciosos, ambientais (exposição excessiva a raios ultravioleta, por exemplo) e genéticos. 

Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia, a doença afeta uma a cada 1.700 mulheres brasileiras, número nove vezes maior em comparação aos homens. 

“O Lúpus é uma doença predominante na mulher, especialmente naquelas que estão em idade fértil, pois o estrogênio é um dos fatores associado ao desenvolvimento da doença. Ela também pode acometer mulheres na menopausa ou antes da menarca, assim como pode acometer homens, de forma menos comum”, explica a Dra. Jaqueline Barros Lopes, reumatologista do Hospital Santa Catarina - Paulista. 

“Ele pode afetar todos os órgãos, podendo atingir o sistema hematológico, o pulmão, o coração, membranas que envolvem o intestino e os rins. Em casos muito graves, a doença pode levar à morte. Mas também existem pacientes que tem um acometimento leve e com pouca manifestação”, afirma a médica. 

Para identificação da doença, o médico com dados da história clínica e do exame físico, solicitará alguns exames laboratoriais como o FAN (fator ou anticorpo antinuclear), que, em níveis elevados, associado a outros achados característicos, possibilita o diagnóstico. Além do FAN, outros anticorpos podem ser realizados como anti-Sm e anti-DNA, específicos para a doença. 

“Após o diagnóstico, algumas recomendações, como manter a carteirinha de vacinação sempre atualizada, praticar exercícios e ter uma alimentação balanceada são indicadas. É importante evitar a exposição solar por tempos prolongados, assim como evitar a ingestão de alimentos que elevam o colesterol”, completa a especialista. 

Sem cura, o tratamento possibilita controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente, reduzindo as crises e evitando sequelas. Para tanto, são administrados remédios que combatem a autoimunidade, os chamados imunossupressores, sempre levando em conta o perfil de cada paciente. “Um dos medicamentos utilizados são os corticoides, fundamentais no início do tratamento, porém cada vez mais procuramos usar doses menores pelo menor tempo possível. Com o advento dos imunobiológicos, novas terapêuticas têm se mostrado eficazes”, conta Dra. Jaqueline.

 

Também sem causa definida, a fibromialgia é prevalente em mulheres 

Além do Lúpus, outras doenças reumatológicas afetam os brasileiros, como a fibromialgia, artrite reumatoide, artrite psoriasica e espondilite anquilosante. Muitas delas também podem ser tratadas por meio de infusões com imunobiológicos, com ocorrência variável de acordo com a posologia de cada medicamento. 

Prevalente entre as mulheres, a fibromialgia é outra doença reumatológica que, se não diagnosticada corretamente, pode até mesmo incapacitar o paciente em casos mais graves. 

Assim como o Lúpus, a fibromialgia afeta mais o público feminino, sendo 90% dos casos prevalentes em mulheres na fase produtiva. Caracterizada por uma dor crônica que atinge especialmente as articulações e tendões, a fibromialgia não tem causa definida e, em casos extremos, pode ser incapacitante. 

No Brasil, cerca de 3% da população possui fibromialgia, indicam os dados da Sociedade Brasileira de Estudos para a Dor. No entanto, devido à dificuldade do diagnóstico, muitos desses casos não são identificados e acabam resultando em uma abordagem terapêutica incorreta. 

“O problema é que o diagnóstico de fibromialgia é feito incorretamente. Hoje, diferentes problemas são erroneamente diagnosticados como fibromialgia. O problema que acomete o paciente não é investigado de forma adequada, nem encaminhado para os especialistas. Todo o caso de fibromialgia tem que ser investigado por um reumatologista, pois a maioria das doenças reumatológicas mimetizam um quadro de fibromialgia”, esclarece a Dra. Jaqueline. 

Além das dores, a fibromialgia tem como sintomas a fadiga, falta de disposição e energia, ansiedade, depressão e alterações do sono. A enfermidade, que também está ligada a questões hormonais (pessoas com maior estresse e níveis de serotonina mais baixos tendem a possuir a doença), é tratada com relaxantes musculares, atividade física, ansiolíticos, e, em casos de depressão, com antidepressivos. 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 15 milhões de brasileiros sofrem com doenças reumáticas, como o Lúpus e a fibromialgia. Outras doenças, como a artrite reumatoide e a osteoartrite, também precisam de acompanhamento médico periódico.

 

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