Você com certeza já deve ter ouvido alguém falar ou
aconselhar para que defina, em sua vida, “metas a longo prazo”. Seja aquela
voltada para a vida profissional, para bens pessoais ou relacionamentos. Nós
temos como metas a longo prazo os “sonhos” que pretendemos alcançar.
No entanto, acredito que em qualquer parte do
mundo, mas em especial no Brasil, muitos fatores impactam o caminho pelo qual
havíamos planejado alcançar um objetivo. Muito por conta do caos político e
econômico que vivemos e revivemos ano após ano, que influencia e nos obriga a
esquecer a meta do longo prazo e focar os esforços no curto prazo, por
vezes, para resolver algum novo problema causado por esse cenário de
inconstância.
E, por isso, temos que ser mestres em criar metas
de curto prazo. Momentos de crise geralmente possuem diversas oportunidades
para que se reveja as estratégias e processos que não funcionam mais, como por
exemplo, levar uma grande quantidade de dias - meses até - organizando e
definindo metas, que, no meio do ano não farão mais sentido, pois o cenário
está completamente mudado.
É aí que podemos apostar em adotar um planejamento
baseado em OKRs - Objectives Key Results (Objetivos e Resultados Chave) -, que
determina a avaliação constante de resultados e de objetivos em ciclos mais
curtos. Em um contexto de volatilidade maior, como o atual, em que vivemos um
momento de incertezas econômicas com os primeiros dias do novo governo, bem
como a crise energética e a Guerra da Ucrânia/Rússia, o método nos permite
fazer adaptações que vão nos levar ao sucesso de nossos anseios. Vale destacar,
que agora temos esse cenário, mas é fato que, em outras ocasiões, tínhamos
outros problemas que nos deixavam incertos quanto ao futuro.
Pensando na gestão da empresa, a construção dos
OKRs permite uma estratégia compartilhada do que se almeja enquanto estratégia,
mostrando com clareza o que é importante e engajando os colaboradores em torno
desta agenda. Nesse tipo de gestão, o plano é dividido em ciclos menores que
são sempre revisitados. E, ao definir metas curtas, trimestrais por exemplo,
além das mais almejadas, que geralmente são de longo prazo, faz com que a
empresa possa avaliar se os resultados estão sendo alcançados como o esperado
ou se é preciso realinhar a rota.
Os planejamentos empresariais do modelo comum,
geralmente são feitos entre poucas pessoas, altos executivos, que possuem um
pensamento mais amplo do que se quer alcançar, geralmente métricas de longo
prazo, o que, estruturalmente, não engaja os colaboradores no dia a dia.
Hoje, é de extrema importância que o colaborador se
sinta parte do processo, e possa ajudar não só na execução das tarefas, mas
também na construção de metas, pois desta forma, se engajará mais para
alcançá-las. Lembre-se que muita coisa pode acontecer do momento em que
colocamos uma meta no papel ao momento em que devemos entregá-la.
O envolvimento de todo o time no processo é uma das
principais diferenças entre o modelo de OKR para o método tradicional, que por
vezes, nem chega a acompanhar o passo a passo, pois “não há tempo para isso”, o
que, além de errado pode, muitas vezes, jogar contra a própria empresa.
Pedro Signorelli - um dos
maiores especialistas do Brasil em gestão, com ênfase em OKR. Já movimentou com
seus projetos mais de R$ 2 bi e é responsável, dentre outros, pelo case da
Nextel, maior e mais rápida implementação da ferramenta nas Américas. http://www.gestaopragmatica.com.br/
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