Freepik Segundo os últimos dados do Ministério da Saúde, em 2020, 380 mil adolescentes se tornaram mães
Entre 01 e 08 de fevereiro acontece a
Semana Nacional de Prevenção
à Gravidez na Adolescência
Começa nesta quarta-feira (01), a Semana Nacional de Prevenção à
Gravidez na Adolescência. Com duração até o dia 08 de fevereiro, a semana foi
instituída pela Lei nº 13.798/2019, com o objetivo de disseminar informações
sobre medidas preventivas e educativas que contribuam para a redução da
incidência da gravidez na adolescência, alertando tanto pais quanto
adolescentes.
Considerada por muitos especialistas uma questão de saúde pública, a gravidez na adolescência ainda é um desafio no Brasil. Os últimos dados colhidos pelo Sistema de Informações de Nascidos Vivos, do Ministério da Saúde, informaram que em 2020 cerca de 14% de todos os nascimentos do país foram decorrentes de partos de mães adolescentes, ou seja, 380 mil garotas deram à luz.
Segundo o Doutor Gerson Aranha, médico ginecologista e professor
da disciplina de Obstetrícia na Universidade Metropolitana de Santos (Unimes),
os casos de gravidez nos serviços de assistência particular têm se mantido
estável, entretanto, os números ainda são altos e estão em crescente no Sistema
Único de Saúde (SUS).
“A adolescência é uma fase longa, vai dos 14 até os 19 anos.
Então, gestações que acontecem antes dessa idade, são consideradas gravidez
infantil”, explica o médico. “Porém, é uma fase em que os riscos são muito
grandes”, salienta o especialista.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), filhos de mães adolescentes têm maior probabilidade de apresentar baixo peso ao nascer e maior probabilidade de morte do que os filhos de mães com 20 anos ou mais. Durante o primeiro ano de vida, filhos nascidos de mães adolescentes apresentam uma taxa de mortalidade infantil duas a três vezes maior que a de mães adultas e um aumento de seis vezes na incidência de síndrome de morte súbita.
De acordo com dados do Ministério da Saúde, nas jovens de 15 a 19 anos, a probabilidade de mortes relacionadas a gravidez ou parto é duas vezes maior do que nas mulheres de 20 anos ou mais. Para aquelas menores de 15 anos, esse risco é aumentado em cinco vezes. Além disso, adolescentes que engravidam têm maior probabilidade de desenvolver síndromes hipertensivas, partos prematuros, anemia, pré-eclâmpsia, desproporção feto-pélvica, restrição do crescimento fetal, além de problemas consequentes de abortos provocados.
“Porém, no dia a dia, a problemática maior é a psico-emocional-social”, ressalta o professor da Unimes. Estatísticas nacionais e internacionais evidenciam impactos negativos significativos da gravidez precoce sobre o desenvolvimento educacional na adolescência, dificultando a inserção das jovens mães no mercado de trabalho, resultando no círculo vicioso da pobreza e, consequentemente, das desigualdades sociais.
O médico Gerson Aranha mostra que a gravidez precoce na
adolescência pode ser evitada com um ato simples, mas muito importante: a
abertura para o diálogo. “Nesses diálogos, é fundamental ter esclarecimentos
sobre sexo, sexualidade e doenças sexualmente transmissivel, focando em como
evitar e a necessidade de tratar. Outro ponto é procurar assistência médica
precoce, principalmente quando a adolescente já iniciou a vida sexual, para que
haja orientações para metódos contrapectivos”, reforça o professor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário