No
período, índice caiu 4,4% na comparação com dezembro de 2022, aponta pesquisa
da FecomercioSP
O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) recuou em janeiro, pelo
segundo mês consecutivo, fechando em -4,4% (de 119,3 pontos em dezembro, para
114 pontos no primeiro mês do ano). Na comparação anual, a queda foi ainda
maior (-4,7%). Os outros dois indicadores analisados pela Federação do Comércio
de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), referentes à
intenção de expandir os negócios e à situação dos estoques, também apresentaram
índices negativos: -6,1% e -1,4%, respectivamente.
O cenário é justificado pelas preocupações com a conjuntura macroeconômica:
alto endividamento das famílias, juros elevados, inflação em alta e política
econômica a ser adotada pelo novo governo. Segundo a FecomercioSP, estas
variáveis apontam para um quadro de incertezas na economia – e os números de
confiança empresarial acompanham esta conjuntura. Consequentemente, indicam
desaceleração das empresas.
Dentre as variáveis que integram o ICEC, a que avalia as condições atuais
(ICAEC) apontou índice negativo de 1,5%, passando de 103,4 pontos, em dezembro,
para 101,9, em janeiro. O IEEC, que mensura as expectativas futuras, apresentou
queda de 6,8% – de 146,5 para 136,6 pontos, na mesma comparação. Na base de
comparação anual, o primeiro indicador avançou 0,7%, o segundo caiu 8,3% e o
terceiro recuou 4,8%.
De acordo com a FecomercioSP, além da queda do nível de atividade, a
indefinição quanto ao novo governo parece influenciar mais as expectativas dos
empresários do que o sentimento em relação às condições presentes. Por isso, em
momentos de incerteza, é válido observar indicadores que meçam a situação
atual.
Expansão e investimento
O Índice de Expansão do Comércio (IEC) fechou dezembro com variação negativa de
6,1% (de 118,1 para 110,9 pontos em janeiro). Na comparação interanual, o
indicador recuou 7,1%.
Por outro lado, o índice que mede as Expectativas para Contratação de
Funcionários subiu 1,3%, ao passar de 119 em dezembro para 120,5 pontos. Já o
Nível de Investimento das Empresas registrou queda de 23% (saiu de 131,5 para
101,3 pontos em janeiro). Na comparação interanual, os dois quesitos obtiveram
resultados negativos: -12,9% e -0,9%, respectivamente. O Índice de Estoque (IE)
caiu 1,4%, passando de 116,1 pontos, em dezembro, para 114,5 pontos, em
janeiro. Em comparação a janeiro do ano passado, o indicador recuou 2,7%.
A proporção dos empresários que consideram a situação adequada dos seus
estoques também registrou queda de 0,9%: de 58%, no último mês de 2022, para
57,2%, em janeiro. Aqueles que relatam a situação inadequada para cima do
desejado apresentou porcentual negativo de 0,2% (de 27,4% para 27,2%).
O índice dos empresários que consideram os estoques inadequados para baixo do
desejado avançou 0,9%: de 14,6% para 15,4%, na mesma base de comparação. A
proporção dos que relatam estoques adequados segue maior do que aqueles que
alegam inadequação: 57,2% contra 42,6%, respectivamente.
Em face às perspectivas menos favoráveis quanto à economia, a FecomercioSP
orienta os empresários a agir de forma estratégica. A redução de despesas
operacionais é importante para equilibrar o caixa diante de uma possível queda
de receita. O cenário de uma demanda fraca exige resiliência nas decisões,
principalmente nas ações de gestão de estoque e na administração do fluxo de
caixa. Neste período do ano, no qual as vendas historicamente são mais baixas,
desenvolver uma curva ABC de produtos é uma boa saída para saber quais são
ideais para trabalhar com liquidações, a fim de melhorar o nível de estocagem e
aumentar as receitas.
Notas metodológicas
ICEC O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) contempla a percepção do setor em relação ao seu segmento, à sua empresa e à economia do País. São entrevistas feitas em painel fixo de empresas, com amostragem segmentada por setor (não duráveis, semiduráveis e duráveis) e por porte de empresa (até 50 empregados e mais de 50 empregados). As questões agrupadas formam o ICEC, que, por sua vez, pode ser decomposto em outros subíndices que avaliam as perspectivas futuras, a avaliação presente e as estratégias dos empresários mediante o cenário econômico. A pesquisa é referente ao município de São Paulo, contudo sua base amostral reflete o cenário da região metropolitana.
IEC
O Índice de Expansão do Comércio (IEC) é apurado todo o mês pela FecomercioSP desde junho de 2011, com dados de cerca de 600 empresários. O indicador vai de 0 a 200 pontos, representando, respectivamente, desinteresse e interesse absolutos em expansão de seus negócios. A análise dos dados identifica a perspectiva dos empresários do comércio em relação a contratações, compra de máquinas ou equipamentos e abertura de novas lojas. Apesar desta pesquisa também se referir ao município de São Paulo, sua base amostral abarca a região metropolitana.
IE
O Índice de Estoque (IE) é apurado todo o mês pela FecomercioSP desde junho de
2011 com dados de cerca de 600 empresários do comércio no município de São
Paulo. O indicador vai de 0 a 200 pontos, representando, respectivamente,
inadequação total e adequação total. Em análise interna dos números do índice,
é possível identificar a percepção dos pesquisados relacionada à inadequação de
estoques: “acima” (quando há a sensação de excesso de mercadorias) e “abaixo”
(em casos de os empresários avaliarem falta de itens disponíveis para suprir a
demanda em curto prazo). Como nos dois índices anteriores, a pesquisa se
concentra no município de São Paulo, entretanto sendo a sua base amostral considera
a região metropolitana.
FecomercioSP
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