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quarta-feira, 25 de janeiro de 2023

Alimentos Sintéticos Prometem Salvar o Planeta e Melhorar a Saúde


Parece piada, certo? Mas não é! Essa é a desculpa e a intenção dos tecnocratas globalistas para justificar a criação e venda de alimentos altamente processados e sintéticos, como se estes pudessem ser não somente uma opção melhor para a saúde, pelo fato de serem criados a partir de proteínas vegetais ou células animais, mas também com a justificativa de que a produção em laboratórios reduziria o consumo de água, a poluição e as emissões de gases de efeito estufa, questões atribuídas à pecuária. No entanto, ao olharmos para o passado vemos que alimentos processados nunca gozaram de boa reputação, no que diz respeito à saúde. Muito pelo contrário, o que não vêm diretamente da mãe natureza, mas, sim, passa por processos industriais de fabricação, capaz de permanecer vários dias ou mesmo meses nas prateleiras de supermercados sempre foi considerado “junk food” ou alimento não saudável.

Pois bem, agora tudo muda e os investidores querem nos fazer crer que alimentos sintéticos e altamente processados são a salvação do planeta e da saúde. Ignorando o impacto da cadeia de suprimentos tóxicos cuja fabricação desses novos produtos dependem, com nova roupagem e estratégia de mercado, as carnes de mentira vêm ganhando destaque e já invadem prateleiras de mercados sem a nossa compreensão de que aí existe, pasmem, até mesmo um viés político.

Conforme explica o médico americano Joseph Mercola, o novo alvo de globalistas investidores, como Bill Gates, Jeff Bezos, Mark Zuckerberg, Richard Branson, Bloomberg e outros, são as carnes cultivadas em laboratório e os substitutos de laticínios. Existe até mesmo uma alternativa ao leite materno, feito em laboratório a partir de tecido mamário cultivado – Biomilq, esperado no mercado dentro de três a cinco anos.

Há dois tipos de carnes de mentira:

● Carnes feitas a partir de proteínas vegetais e processadas para conseguir aspecto e sabor de carne;

● Carnes feitas a partir de células animais de verdade, via processo de “fermentação”. O tecido é retirado do animal vivo (vaca), combinado com células-tronco extraídas, que se diferenciam e crescem como fibras musculares durante seis semanas em biorreatores. As temperaturas podem variar de 30,5°C a 32,2°C. Uma vez obtida quantidade suficiente de fibras (mais de 20.000) no processo, estas são tingidas, picadas, misturadas com gorduras e moldadas em hambúrgueres.

Mas vamos aos fatos e aqui explico algumas questões importantes do processo de fabricação de alimentos sintéticos criados em laboratórios. Caso contrário, corremos o risco de entender o processo de fermentação sintético de células como sendo inofensivo e natural. Não é, pois enquanto o processo de fermentação, por exemplo da cerveja, produz resíduos comestíveis para animais, compostáveis e sem risco biológico, o mesmo não pode ser dito para os fermentos biológicos sintéticos. O biolixo precisa ser desativado e descartado com segurança, não pode ir para aterro sanitário, afirma o médico Mercola.

A principal diferença entre os alimentos processados e os novos alimentos sintéticos é o uso de inovações tecnológicas, como a biologia sintética e a engenharia genética. A biologia sintética é um novo tipo de biotecnologia que cria organismos e microrganismos não existentes, reconfigurando a informação genética de organismos ou ainda adicionando partes do DNA de outros organismos de maneira a conseguir alterações capazes de criar uma célula ou um “ser” totalmente novo. Estes pequenos organismos ou células são “fermentados” com o intuito de produzir ingredientes totalmente sintéticos.

Entenda que estamos criando organismos geneticamente modificados e novos, que jamais existiram na face da Terra. Não podemos prever os riscos que corremos com o descarte intencional ou não desses organismos no meio ambiente, alerta o médico americano Mercola.

De acordo com Alan Lewis, Conselheiro da Associação de Saúde Orgânica e Natural, a matéria prima ou os ingredientes em produtos biológicos sintéticos fermentados são açúcares baratos, derivados do milho e da soja transgênica.

Ora, não podemos esquecer o fato de que as culturas com grãos geneticamente modificados são monoculturas, e estas para sobreviver ao ataque das pragas são tratadas com enormes quantidades de herbicidas, pesticidas e fertilizantes químicos. Como resultado, todos esses resíduos químicos acabam no produto que, sem o conhecimento de como são feitos, consumiremos iludidos e, possivelmente, acreditando que estamos colaborando com a preservação do meio ambiente ao migrarmos para alimentos sintéticos. Mas não é bem assim, e há muito a ser avaliado e estudado. Lembrando ainda que as monoculturas acabam com os nutrientes do solo, contaminam o suprimento natural de água, usam enormes volumes de água para irrigação e os solos desgastados são susceptíveis à erosão e degradação.

Lewis ainda explica que além dos açúcares, centenas de outros ingredientes podem ser adicionados ao fermento para se adquirir o produto desejado, como por exemplo, determinada proteína, cor, sabor ou aroma. Com grande frequência, a Escherichia coli ou E.coli é o microrganismo usado nos processos de fermentação. A bactéria, cujo gene foi editado previamente, é capaz de produzir durante o próprio processo de digestão o produto desejado. Mas esta também precisa ser resistente a antibióticos, pois precisa sobreviver aos antibióticos usados para matar outros organismos indesejáveis no tanque de fermentação. Certamente, a prática levará a incorporação, ao produto acabado, de organismos resistentes aos antibióticos. Os diferentes tipos de doenças alimentares que podem surgir causadas pela alteração genética da bactéria E.coli e metabolitos ninguém, hoje, é capaz de dizer, alerta o médico americano Mercola.

Dessa forma, muitos estudos vêm questionando as novas indústrias startups ao afirmarem a sustentabilidade e a promoção de produtos à base de vegetais como se estes atendessem as necessidades nutricionais sem prejuízos à saúde. E ainda, se o uso de produtos comodities e ultra processados como a soja, ervilha, batatas misturados a uma série de aditivos alimentares químicos já trazem suspeitas, agora temos os alimentos sintéticos, criados com ingredientes artificiais e microrganismos geneticamente modificados, numa tentativa perigosa de reproduzir o sabor e a textura de produtos animais reais.

E para finalizar vamos ao viés político: Não é curioso que a União Europeia tenha acabado de aprovar a lei do desmatamento que impede a exportação de produtos comodities como a soja? Mas esta mesma soja não é uma das importantes matérias-primas na fabricação de carnes de mentira? Aparentemente, comodities ferem a lei do desmatamento, mas não quando se trata da fabricação de carnes a base de vegetais. Claro, quando indústrias gigantes como Tyson, JBS, Cargill, Nestle e Maple Leaf Foods, de braços com os globalistas, investem no promissor e lucrativo mercado de alimentos sintéticos e vegetais processados, tudo é permitido. Afinal o que vale mesmo são os lucros, não a saúde humana ou o meio ambiente. É preciso cautela e reflexão!



Florence Rei - formada em Química pela Oswaldo Cruz em São Paulo, graduada pela Faculdade de Medicina OSEC em Biologia e formada em Microscopia Eletrônica.


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