SMCC divulga vídeo
com orientações de prevenção e cuidados com a doença, mais comum em mulheres
dos 20 aos 60 anos
A enxaqueca é um dos tipos mais comuns de dor de
cabeça e uma das mais incapacitantes. Mais frequente nas mulheres, pelo fator
hormonal, não possui cura, mas tem tratamento. Um diagnóstico bem feito, com
tratamento adequado, ajuda a pessoa a evitar as crises e a ter uma vida normal.
O neurologista Dr. Donizete César Honorato (CRM 42.242) foi convidado pela SMCC
(Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas) para gravar um vídeo sobre o
tema, que pode ser acessado NESTE LINK. https://youtu.be/uN5B5XTmKPo.
“Existe uma diferença entre as várias dores de
cabeça e a enxaqueca. As dores de cabeça são todas as dores que a gente vem a
sentir desde acima dos olhos até a nuca. Entre as dores de cabeça, existem as
primárias e as secundárias. Entre as primárias, a mais comum delas é a dor de
cabeça por ansiedade. A segunda é a enxaqueca, a que mais prejudica as pessoas,
com falta ao trabalho, mau humor, memória prejudicada”, explica o médico.
“Trata-se de uma dor bastante forte, que vem com náusea, vômitos. Às vezes, as
pessoas têm mosquinhas, coisas que parecem estar voando dentro dos olhos, o
olfato fica prejudicado e elas não suportam cheiros”, comenta.
De acordo com o neurologista, a enxaqueca apresenta
sintomas bem característicos entre as dores de cabeça. “É uma dor de cabeça
que, costumeiramente, ocorre em um dos lados da cabeça, como a gente diz, no
hemicrânio. É de moderadas a forte intensidade, pode durar de quatro a 72 horas
e é extremamente incapacitante. Às vezes, é difícil entender porque a pessoa
não foi trabalhar, porque a criança não foi na escola... “, diz.
Embora a enxaqueca seja mais frequente nas
mulheres, principalmente durante o período produtivo, entre 20 e 60 anos, ela
também ocorre nos homens e nas crianças. “A enxaqueca é caracterizada por distúrbios
que existem em alguns neurônios. É uma doença hereditária, a gente sempre
observa quando o pai tem, o vô tem, a tia tem... isso ajuda muito a fazer o
diagnóstico”, explica Dr. Honorato.
Segundo o médico, como existem dores de cabeça
causadas por outros fatores, como sinusite, problemas de visão, cansaço,
disfunções das articulações temporomandibulares, problemas neurológicos ou
neurocirúrgicos, é fundamental fazer o diagnóstico correto. “É importante você
mesmo identificar a sua dor de cabeça. Faça uma agendinha: quando dói, como
dói, como começa, como é a evolução dessa dor de cabeça. Isso vai ajudar muito
a fazer os diagnósticos previstos”, orienta.
Quando procurar o médico?
Toda vez que as dores de cabeça são incapacitantes.
Quando começam a aparecer náuseas, vômitos, alterações na vista, é o momento de
procurar o médico. “Se você tentou tratamentos caseiros, mas se passaram alguns
dias e essas dores de cabeça não melhoraram, é indicado procurar um médico.
Será feita uma triagem adequada para ver onde se encaixa essa dor de cabeça.
Não só como enxaqueca, mas como aquelas outras que, de repente, podem ser um
problema neurológico mais sério”, diz.
Como prevenir?
Dormindo bem, se alimentando bem, tentando diminuir
o máximo de estresse, tendo uma vida ativa. Não abusar do álcool e do cigarro.
“Tudo isso colabora para a crise de enxaqueca não seja desencadeada. É
importante realizar atividades físicas, manter laços de amizade, ter uma vida
interativa, participar da academia. Tudo isso vai criar substâncias poderosas
que podem inibir o desencadeamento das enxaquecas”, garante o médico.
Enxaqueca tem cura?
“A pergunta que sempre se faz e que não quer calar
é se a enxaqueca tem cura. Na realidade, a enxaqueca não tem cura, mas ela tem
tratamento. Se você pensar em uma pessoa que tem diabetes, ele não tem cura do
diabetes, mas vive a vida normalmente, com os tratamentos, com os cuidados”,
compara. “A enxaqueca é a mesma coisa. Se você evitar os fatores
desencadeantes, ter um acompanhamento correto, pelo neurologista, pelo
otorrinolaringologista, pelo oftalmologista, pelo dentista, é possível viver
sem dor”, diz.
O neurologista ressalta que, atualmente, há muitas
opções de medicamentos, para as duas fases da enxaqueca, que são antes da crise
e na crise. “Existem também tratamentos interativos, como ioga, massagem,
toxina botulínica, acupuntura... existem várias outras maneiras de te tornar
uma pessoa feliz, uma pessoa sem dores de cabeça”, afirma.
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