Os jogos eletrônicos são a principal forma de entretenimento para 76,5% dos gamers do país. É o que mostra a edição deste ano da Pesquisa Game Brasil (PGB), reforçando a análise de 2021 da NewZoo, fonte de insights do mercado de games, que indicou que jogos digitais levam a maior parte do tempo de lazer às gerações Z e Millennials, que gastam mais horas jogando que qualquer outra forma de entretenimento. No entanto, ao contrário do que muitas pessoas ainda pensam, os games podem contribuir ativa e positivamente na vida, principalmente, de crianças e jovens, sanando necessidades básicas do desenvolvimento humano se considerarmos os pilares do brincar e da interação.
Durante o período mais crítico de pandemia da
Covid-19, onde o isolamento domiciliar foi necessário no Brasil, observamos o crescimento
exponencial do mercado de games. A NewZoo mostrou o quanto a
pandemia fez com que os números do setor evoluíssem, indicando que, até o final
de 2022, deverá existir 3,09 bilhões de jogadores ao redor do
mundo.
Nesse sentido, os jogos, que foram verdadeiramente companheiros,
trouxeram duas possibilidades: socializar quando não se podia
fazer isso pessoalmente, e ainda o entretenimento de qualidade. Dessa
forma, podemos observar como os jogos eletrônicos ajudaram nas necessidades
humanas, sendo, para muitos, importante agente no que diz
respeito à manutenção dos relacionamentos.
Ainda sobre interação e o socializar, é válido
destacar outro importante dado da da PGB, que menciona que 72,2% dos
gamers brasileiros afirmam terem jogado mais
durante o período de pandemia de Covid-19, e 57,9%
marcaram mais sessões de partidas online com amigos
quando ficavam em casa, reforçando como os games fizeram a diferença nas interações
sociais em um dos momentos da história em que mais precisamos.
Já especificamente sobre o brincar, ele é,
inclusive, um direito garantido por lei e ainda preconizado
pela Organização das Nações Unidas (ONU). Desde 1959, a Declaração
Universal dos Direitos da Criança, reforçada pela Convenção
dos Direitos da Criança de 1989, prevê que toda
criança tem o direito de brincar e se divertir. A norma também
enfatiza a responsabilidade da sociedade e autoridades públicas com o cumprimento
deste direito.
Isso porque o brincar traz benefícios ao
desenvolvimento humano desde que somos crianças, principalmente
quando temos idades entre 3 e 7 anos, até quando somos adultos, auxiliando na resolução
de problemas nessa fase da vida e na criatividade.
Sobre isso, Stuart Brown, médico especialista em psiquiatria e pesquisa
clínica, afirma em seu livro “Play: How It Shapes the Brain, Opens the
Imagination, and Invigorates the Soul” (“Brincar: Como Molda o
Cérebro, Abre a Imaginação, e Revigora a Alma”, em tradução livre para o
português) de 2010, que reuniu e analisou “milhares de estudos de caso que chamo de histórias
de jogo. Descobri que lembrar o que é brincar e torná-lo parte de nossas
vidas diárias são provavelmente os fatores mais importantes para ser um ser
humano realizado. A capacidade de brincar é fundamental não apenas para
ser feliz, mas também para sustentar as relações sociais e ser uma pessoa
criativa e inovadora”.
Além de ajudar na inteligência e no refinamento
de habilidades, como motora e cognitiva, brincar também traz noções de
solidariedade, empatia e socialização. Já adultos, quantas
brincadeiras podemos nos lembrar que nos ensinaram tanto, inclusive no que diz
respeito ao outro? Nas brincadeiras atuais e online, os
pilares não são muito diferentes, contribuindo, assim, como o conhecimento
de pares e de outros aspectos que com certeza fazem diferença ao longo de uma
vida.
Sobre o futuro? As brincadeiras digitais
deverão tomar ainda mais espaço, seja em casa, na
escola ou na roda de amigos, alavancando também este incrível e gigante mercado
dos games. De mais pontual, o que minha experiência como
Marketing Manager na Codashop indica para a evolução da
brincadeira é que ela ficará cada vez mais personalizada, seja com skins, mapas,
modos de jogo etc. O objetivo será moldar cada
vez mais o produto para o usuário.
Para o ser humano, é importante brincar e criar
inteirações, e os games vieram para unir as
duas coisas de forma tecnológica e simples.
Raphael Negrão - Marketing Manager da Codashop no Brasil, parte do grupo interno de
cultura global da companhia e palhaço voluntário em hospitais com a ONG
Operação Arco-Íris.
Codashop e
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