Não há como negar que o mercado alimentício está enfrentando sua pior inflação em décadas. Em um acumulado de 9,54% no ano registrado entre janeiro e setembro, segundo dados do IPCA, estamos sofrendo o avanço mais intenso desde 1994. Permanecer no sistema atual é inviável, cenário que vem impulsionando alternativas de produção mais sustentáveis e econômicas que, se forem investidas globalmente, certamente trarão melhoras significativas para o segmento em escala global.
Mais conscientes e exigentes, os próprios consumidores
esclareceram mudanças significativas em suas rotinas alimentares. Justificados,
ainda, pelas alterações climáticas e ambientais, o setor foi obrigado a se
antenar rapidamente a essas transformações, em um novo estilo de vida pautado
por escolhas mais sadias e com menores impactos. Tudo isso, apoiado fortemente
por diversos recursos tecnológicos que favorecem um melhor desempenho agrícola.
Dentre as tendências colocadas em pauta nos últimos
anos, veja as mais promissoras a serem investidas em 2023:
#1 Alimentação saudável –
considerado como um dos nichos que mais se desenvolveu nos últimos anos, a
alimentação saudável já virou rotina nos lares de diversas pessoas ao redor do
mundo. Segundo dados do Fiesp, em 2021, esse cardápio já era adotado por 80%
dos brasileiros. Para a indústria alimentícia, essa mudança de hábito
representa uma enorme oportunidade de crescimento, na produção de opções
nutritivas e fáceis de serem preparadas no dia a dia e facilitadas, ainda,
pelos intensos avanços tecnológicos que auxiliam na otimização e amplitude de
opções de plantio.
#2 Produção tecnológica – a
manufatura inteligente no setor alimentício foi fortemente desenvolvida em
consequência das intensas mudanças ambientais ao redor do mundo – as quais
impactaram severamente as condições climáticas e saúde do solo. Além de
maximizar a produção e gestão da cadeia, muitas tecnologias voltadas para a
impressão de alimentos já foram criadas, permitindo o desenvolvimento de uma
série de produtos a partir de elementos químico biológicos. Quando implementado
com assertividade, a produção tecnológica é capaz de aumentar 22% a
produtividade deste setor, segundo dados do Portal da Indústria.
#3 – Fazendas verticais – das regiões
rurais aos centros urbanos, as fazendas verticais prosperaram nos últimos anos
justamente por viabilizar a produção de alimentos com maior qualidade. Se
aproveitando destes recursos tecnológicos, criam ambientes ideais para o
crescimento de cada produto, se protegendo de fatores externos como luz solar,
chuva e ventos, para produzir alimentos longe do solo – benefícios que ganharam
destaque em meio ao isolamento social. De acordo com uma estimativa do
MarketsandMarkets, até 2026, a expectativa é de que estas fazendas tripliquem
seu mercado, saltando de US$3,31 bilhões em 2021, para US$9,7 bilhões nos próximos cinco anos.
#4 Delivery elétrico – muito se
tem investido na construção de veículos elétricos voltados para uma
distribuição de alimentos mais otimizada e assertiva. Em modelos diversos que
incluem desde caminhões por bateria à híbridos ou células combustíveis, estas
versões reduzem significativamente os impactos ambientais. Apesar do Brasil já
conter exemplos colocados em prática, este ainda se mostra um projeto de médio
a longo prazo, para que sejam nacionalizados os componentes mais adequados para
esta distribuição.
Estamos presenciando um momento preocupante para a
produção alimentícia mundial. Em meio a mudanças climáticas intensas e novas
demandas de consumo, é impensável desmerecer tais demandas – mas sim, se
adaptar a todas essas transformações. Não apenas para atender a essas
necessidades, como especialmente lutar em prol da manutenção de um mercado mais
sustentável e próspero, que esteja preparado para lidar com esses impactos sem
sofrer prejuízos no abastecimento mundial.
Alexandre
Pierro - engenheiro mecânico, físico nuclear e
sócio-fundador da PALAS, consultoria pioneira na ISO 56002 na América Latina.
Lilian
Laraia - CEO & founder da LARAIATECH.
LARAIATECH
PALAS
ISO de inovação
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