Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica não
tem cura
"Geralmente, o enfisema pulmonar ocorre juntamente à bronquite crônica. A essas duas enfermidades dá-se o nome de doença pulmonar obstrutiva crônica (ou DPOC). Seus principais sintomas são falta de ar ao fazer esforços - que pode ser causada até com atividades corriqueiras, dependendo da evolução da doença, como trocar de roupas ou tomar banho -; pigarro, tosse crônica e tosse com secreção, que piora pela manhã", explica a professora Sonia Peron, médica pneumologista e assistente da Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde da PUC-SP e integrante da área de Pneumologia do Internato do curso de Medicina da instituição.
Normalmente, seu início é lento, mas pode evoluir de modo mais rápido, levando à incapacidade por insuficiência respiratória e óbito.
Outros tipos de fumo, incluindo cachimbo, narguilé, maconha e a exposição passiva também contribuem para causar e piorar a doença. A poluição ambiental, a queima de biomassa - como as queimadas de lavouras e uso de lenha para cozinhar - também entram neste grupo.
"A principal causa do enfisema pulmonar é o cigarro. Existem outros fatores, como a exposição prolongada à fumaça do fogão a lenha e aos poluentes ambientais e, até mesmo, uma forma rara da doença, de origem genética, que acomete pessoas mais jovens", destaca a especialista.
Outra informação da professora Sonia mostra o potencial destrutivo que o cigarro possui à saúde. "Estudos científicos demonstram que uma tragada de cigarro contém mais de 4.700 substâncias tóxicas e 1016 radicais livres. A repetição contínua dessas agressões pode lesar as células do aparelho respiratório, provocando o aumento da produção de muco (catarro) pelos brônquios e fibrose dos bronquíolos - a chamada bronquite crônica. Paralelamente, elas provocam a destruição dos alvéolos (região dos pulmões onde ocorrem as trocas gasosas entre o oxigênio e o gás carbônico), que é o enfisema pulmonar."
Embora a DPOC não tenha cura, os tratamentos disponíveis atuam retardando a progressão da doença, controlando os sintomas e reduzindo as complicações. É fundamental consultar um médico pneumologista para diagnóstico e tratamento adequados. A fisioterapia e os exercícios físicos com orientação profissional adequada de um fisioterapeuta também são aliados do paciente.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o tabagismo é a principal causa de morte evitável no mundo. O cigarro é responsável por 63% dos óbitos relacionados às doenças crônicas não transmissíveis.
Destas, o tabagismo responde por 85% das mortes por doença pulmonar crônica (bronquite e enfisema), 30% das doenças relacionadas a diversos tipos de câncer (pulmão, boca, laringe, faringe, esôfago, pâncreas, rim, bexiga, colo de útero, estômago e fígado), 25% das doenças coronárias (angina e infarto) e 25% de doenças cerebrovasculares (derrame).
As campanhas contra o tabagismo são feitas mundialmente e o Brasil é referência pelo êxito nas políticas de combate a este problema. Segundo dados do Ministério da Saúde, o país vem registrando uma expressiva redução de fumantes nos últimos 25 anos, que passaram de 43,3% em 1989 para 18,9% em 2013 (homens) e de 27% para 11% (mulheres.
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