As Repúblicas Populares de Donetsk e Luhansk,
regiões de Zaporizhzhia e Kherson, agora integram a Federação Russa, conforme
documento assinado hoje, dia 5, pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin. A
anexação formal de mais de 15% do território da Ucrânia foi assinada, mesmo
enquanto as forças russas lutavam contra as ofensivas ucranianas em várias
regiões.
Para Gunther Rudzit, professor de relações
internacionais da ESPM e especialistas em Segurança Internacional e Ásia, o
maior impacto se dá na transformação da população em cidadãos russos. “Aqueles
que têm ascendência russa, com certeza vão gostar. Mas, aqueles que têm
ascendência ucraniana, não”, diz.
A anexação visa justificar a guerra, principalmente
agora que as forças russas estão sofrendo derrotas constantes. Para o
especialista, politicamente estes territórios passam a ser parte da Federação
Russa, e, por isto, com as forças ucranianas avançando, o presidente Putin pode
alegar que a integridade territorial do país está em risco e declarar mobilização
total. E, no extremo, justificar o uso de uma arma nuclear tática contra essas
forças.
“A atitude aumenta a instabilidade de segurança da
Europa com o não reconhecimento e mais sanções. Mas, o maior impacto é no
eleitorado, que pode ver essa anexação como uma ameaça real, e apoiar seus
governos nesse momento de dificuldade com a crise energética”, destaca.
Fonte: Gunther Rudzit -
professor de Relações Internacionais da ESPM e coordenador do Núcleo de Estudos
e Negócios em Oriente Médio (NENOM/ESPM). É doutor em Ciência Política pela
Universidade de São Paulo, mestre em National Security por Georgetown
University (USA), mestre em Geografia Humana - Geopolítica pela Universidade de
São Paulo.
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