Em tempos de vacas gordas, com os indicadores da economia a favor do desenvolvimento empresarial, as conversas informais, naquele tradicional "bom dia na padaria", têm o tom de perspectivas animadoras. São estes os tempos desejados pelos empreendedores, como se não houvesse desafios significativos, se a empresa estiver vendendo bem.
Ao primeiro sinal de contração - contração, não recessão - os ânimos se alteram abruptamente, como se os governos fossem os únicos responsáveis pelo declínio dos negócios.
Essas afirmações são do especialista em gestão financeira Vinicius Guarnieri, que vem alertando os empresários sobre a necessidade dos empreendimentos estarem sempre precavidos com reservas que são extremamente necessárias em tempos de crise.
Vale esclarecer, segundo ele, que entramos em recessão técnica, quando o PIB deixa de crescer por dois trimestres seguidos. Antes disso, uma retração na economia é sentida por todos os segmentos de mercado, pois afeta diretamente o consumidor, que deixa de comprar.
“Educadores Financeiros recomendam que a reserva financeira mínima, a fim de cobrir as despesas pessoais de uma família, ou de uma pessoa física, seja de seis meses. Ou seja, por esse prazo, se não houver entradas de dinheiro, a vida será mantida nos mesmos patamares de necessidade e conforto”, iniciou.
Para uma empresa, ainda conforme Vinicius, ocorre o mesmo. Organizações sem reservas estarão sempre ameaçadas pela própria incapacidade de fazê-las, no tempo em que as vendas atingiram os níveis ótimos.
“Sabemos, entretanto, que não bastam as vendas serem excelentes. O Lucro deve ser auferido. Logo, a solução depende da qualidade da gestão. Eficiência recomendada e Eficácia atingida, o que significa processos respeitados e resultados financeiros assegurados”, disse.
“É na hora das vacas magras, portanto, que esses indicadores ganham valia”, emendou.
Mas, se umas empresas sentem mais do que outras, pelo fato de haver produtos e serviços essenciais, o que o empreendedor deve fazer para se precaver, reconhecendo que a economia mundial é afetada por fatores "incontroláveis", como conflitos, guerras, pandemias e outros?
Sobre isso o especialista enumerou seis recomendações:
1. Ter números fidedignos, confiáveis, e controlar suas
entradas e saídas corretamente;
2. Severidade na gestão de gastos: redução frequente deve
ser a meta.
3. Estabelecer excelência na gestão de pessoas para
garantir o bom clima organizacional e produtividade crescente;
4. Visar à reserva financeira - seis meses de lucros
reservados - como um pulmão de sobrevivência;
5. Respeitar os limites de retirada dos sócios, mantendo
a empresa saudável.
6. Inovar processos, produtos e serviços, assegurando a
satisfação do cliente.
“O empreendedor que se mantiver firme no propósito de ter
uma empresa perene e próspera precisa agir dentro dos critérios de uma gestão
consciente”, finalizou.
Miguel Vinícius Guarnieri de Almeida Ferreira - ou Vinícius Guarnieri, é Engenheiro Agrônomo e especialista em Gestão Financeira. Fundador do Instituto de Transformação de Empresas (ITEM). Graduado em Engenharia Agrônoma pela Universidade Federal de Lavras (MG). É educador financeiro da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (ABEFIN); consultor especialista em recuperação e reestruturação de empresas e treinamentos de equipes e desenvolvimento pessoal, além de ser palestrante, professor universitário, escritor e autor de vários livros.
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