Especialistas alertam para os riscos do aumento do nível de estresse entre jovens e reafirmam a necessidade de cuidar da saúde e manter hábitos saudáveis
Dia 29 de outubro é celebrado o Dia Mundial do AVC com o objetivo de divulgar à população o conhecimento sobre os fatores de riscos que estão expostos para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares e como se deve mudar hábitos de vida para ter saúde e evitar esses riscos. Os idosos continuam a ser o grupo com maior prevalência, mas o número de casos em jovens traz um alerta. De acordo com o painel de Mortalidade do DataSUS, entre 2000 e 2019, 174.355 pessoas até 49 anos morreram no Brasil, em decorrência de doenças cerebrovasculares.
Um recente estudo divulgado pela revista médica The Lancet levantou a suspeita de que o excesso de trabalho como causador de estresse pode estar relacionado a um maior risco de AVC entre jovens. Esse resultado pode ser explicado de maneira multifatorial: o excesso de trabalho faz com que a pessoa tenda a se alimentar mal, a fazer menos exercícios físicos e a ter menos tempo para cuidar da saúde. Além disso, o estresse pode aumentar a incidência de hipertensão e diabetes.
Somando a esses fatores, durante a pandemia do novo coronavírus, muitos jovens trocaram a rotina de trabalho presencial pela remota e, a confusão entre ambiente profissional e casa, flexibilizou os limites entre expediente e folga. Além do excesso de trabalho, as preocupações relacionadas à própria pandemia podem causar mais estresse nesse período.
A neurologista do Hospital Anchieta, Jane Machado, explica que o diagnóstico de AVC é feito pelo surgimento súbito ou lentamente progressivo de um déficit neurológico como a perda da sensibilidade ou da força muscular; alterações da fala e da escrita; desequilíbrio do corpo; perda visual; alterações súbitas de comportamento; dor de cabeça inédita intensa e súbita; e perda da consciência e outros.
A médica explica que existem aqueles pacientes que têm mais risco de desenvolver a doença, como as pessoas com hipertensão arterial, arritmias cardíacas, trombofilias, diabetes , obesidade, além de sedentarismo e tabagismo.
“O AVC é mais frequente em homens. Não existe uma faixa etária para ocorrência de ACV, mas sabemos que são mais frequentes em pessoas de meia idade que têm várias comorbidades. Também é mais frequentes em negros, tabagistas e sedentários. Na criança e no jovem é menos frequente, mas os casos vêm aumentando”, alerta a especialista.
Com
o propósito de se evitar que o paciente fique com sequelas permanentes, a
neurologista pontua que o tratamento deve ser instituído o mais rápido
possível. Em todos os casos é indicado a reabilitação dos déficits neurológicos
com fisioterapia, fonoterapia e terapia ocupacional com objetivo de recuperar
total ou parcialmente os déficits e evitar sequelas permanentes.
Como prevenir o AVC em jovens?
De
acordo com a neurologista Jane Machado, para evitar AVC isquêmico é necessário
levar uma vida saudável, com controle da pressão arterial, dos níveis de
glicose, do colesterol e triglicerídeos, além de fazer atividade física
regular; evitar aumento de peso corporal, tabagismo e etilismo; cuidados com a
alimentação; dormir bem, controle de Arritmias Cardíacas, das coagulopatias e
atenção especial ao uso de anticoncepcionais. Com um estilo de vida saudável, é
possível reduzir em até 80% os casos de AVC entre jovens.
Tipos de AVC
AVC isquêmico - acontece quando há a obstrução de uma artéria cerebral, que interrompe o fluxo de sangue. Geralmente é causado por tromboses ou embolias. O AVC isquêmico é o mais comum na população em geral (85% dos casos) e também entre os jovens. As doenças cardíacas mal conduzidas, sejam elas por arritmias ou da parede cardíaca, também podem causar AVC isquêmico.
AVC hemorrágico - acontece quando um vaso sanguíneo se rompe espontaneamente, causando um sangramento dentro do tecido cerebral. É o tipo de acidente vascular cerebral menos comum, mas que tende a ser mais grave.
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