Os europeus e os americanos já utilizam o material há mais de 20 anos, no Brasil apenas nos últimos 10 anos é que se investiu pesado para diminuir desflorestamento.
Nos últimos dez anos começou a crescer no Brasil o
uso de um material que permite evitar a derrubada de árvores para fabricar
decks e móveis: é a madeira plástica ou WPC.
Madeira é um produto em alta no mercado internacional e quanto maior a procura,
maior a área de florestas derrubadas, mas hoje já possível obter um produto
mais resistente que a madeira sem precisar derrubar uma árvore sequer e o
melhor, a partir dos plásticos que a gente descarta como lixo. E com os
conceitos de ESG em alta, grandes projetos urbanísticos no Brasil tem utilizado
este material, como bancos na orla de praias, decks em grandes clubes e
parques, áreas de convivência entre outros.
O ponto de partida para a produção de madeira plástica no Brasil, é o
Polietileno de Alta Densidade (PAD). "Esse tipo de plástico pode ser encontrado em
garrafas de detergentes, xampus e até mesmo de água sanitária",
explica o diretor de novos negócios da Star Deck Madeiras (líder de mercado e
pioneira no segmento), Eduardo Aparecido.
Depois de triturado, e transformado em grãos, junto com aditivos, o plástico
moído é sugado por uma tubulação até o misturador, a mistura forma uma massa
aquecida a 180 graus para ser rapidamente resfriada em água gelada, para
condensar, a aproximadamente dez graus centígrados. No caso da madeira plástica
ela é encapsulado em uma extrusora, formando a textura 3D. É assim que nasce a
madeira plástica.
A madeira plástica é resistente ao sol e ao frio. Tem vida útil longa:
dura em média 50 a 80 anos. É impermeável, fácil de limpar e manusear, e mais:
cupins não se alimentam de plástico. Em termos de preço, a madeira plástica
ainda é, em média, 20% mais cara que a natural no imediato, porém a médio e
longo prazo, ela é uma opção econômica já que não precisa de manutenção, como
lixar e envernizar, eliminando custos a cada manutenção, sem falar que a
madeira natural perde a sua beleza e acabamento perfeito em cada manutenção.
"Tudo é uma questão de tempo, investimentos e normas mais rígidas para
sustentabilidade, já tivemos um grande progresso com o avanço da cultura ESG e
em pouco tempo, o preço já é igual a madeira certificada de qualidade",
conta Eduardo.
A lista de produtos feitos com madeira plástica já não é só de móveis e decks.
Não há números oficiais sobre produção de madeira plástica no Brasil. O que se
sabe é que o número de fábricas é muito reduzido porém o conhecimento da
madeira plástica a cada dia é maior em nosso país e a madeira
convencional está perdendo espaço principalmente para áreas externas, onde a
durabilidade do material plástico é de até 10x mais que a madeira natural e a
cada dia fica mais difícil obter a certificação de madeira de reflorestamento.
Bem diferente da situação nos Estados Unidos e da Europa, a madeira ecológica é
uma realidade cada vez mais presente nos projetos. No país, a madeira plástica
chegou com força. É um mercado que já existe há aproximadamente 20 anos e a
madeira plástica é usada em boa parte dos ambientes externos. Os americanos
gostam porque requer menos manutenção, resiste a mofo, não apodrece e o
desgaste com sol, maresia, umidade é menor. 35% das varandas e pátios dos
Estados Unidos são feitos com madeira plástica, automaticamente árvores sendo
poupadas.
Um deck de cem metros quadrados equivale a duas árvores de ipê. Existem pelo
menos quatro tipos do que se pode chamar de madeira plástica. Eles variam de
acordo com a porcentagem de madeira usados na mistura (WPC).
Eduardo é um empresário que trabalha com isso há 20 anos e acompanhou o
aparecimento da madeira plástica no país. Ele conta que adaptou o próprio
negócio ao produto porque é isso que as pessoas querem. "Os
americanos aprovam a madeira plástica, não apenas porque é um produto verde,
mas porque é uma decisão econômica e de fácil manutenção também",
explica.
No Brasil, apenas numa fábrica, são produzidas 200 toneladas de madeira
plástica por mês. Em seis anos de produção, evitou-se o corte de 180 mil
árvores, o equivalente a 400 campos de futebol cobertos de florestas. Diante
disso, fica a pergunta: o Brasil precisa mesmo desmatar para produzir madeira?
O plano de expansão da marca Star Deck segue em crescimento e serão mais de
seis lojas próprias até 2025, além da ampliação do show Room da matriz e do
pátio fabril no Sul do país. A marca oferece atendimento em todo o território
nacional (produto/serviço especializado) e participa de grandes projetos
público-privados. O investimento inicial para ampliação da marca no país é de
3,5 milhões.
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