As crises de raiva podem ser normais ou indicar um distúrbio
É comum ver crianças esperneando no
chão ou gritando porque os pais não compraram um brinquedo da loja ou brigaram
com elas. Essa é a famosa “birra”, que incomoda a maioria das pessoas e é vista
como falta de educação. Essas crises de raiva são atitudes normais, mas também
pode indicar um possível transtorno. Márcia Karine Monteiro, psicóloga,
neuropsicopedagoga e coordenadora do curso de Psicologia do UNINASSAU -- Centro
Universitário Maurício de Nassau Paulista, explica como os pais devem lidar
nesses momentos e quando se preocupar.
“É uma situação complicada, mas os pais
precisam encontrar tranquilidade para falar com os filhos. Perguntar como podem
ajudá-los, demonstrar a possibilidade de resolverem o incômodo juntos, falar
que não há problema em chorar, oferecer um abraço, compreender sua frustração e
contar que também sente raiva e sempre estará presente para escutá-los são
formas saudáveis de resolver ou amenizar a crise. Brigar só vai piorar a
explosão de raiva”, afirma Márcia.
É preciso procurar a melhor maneira de
lidar com o filho, pois cada criança apresenta um comportamento diferente. Caso
nenhuma das frases funcione, é interessante procurar um profissional para ele
indicar outros métodos e avaliar se a “birra” é, na verdade, o Transtorno
Opositivo-Desafiador (TOD).
“O diagnóstico não é tão simples, já
que crianças costumam agir dessa maneira. Inclusive, muitas só são
diagnosticadas após anos. Para descobrir a presença ou não do TOD, o psicólogo
avaliará se os sintomas são frequentes. Um sinal do distúrbio, por exemplo, é
quando a desobediência e os comportamentos agressivos se tornam constantes,
afetando a vida social”, comenta a neuropsicopedagoga.
Ela reforça que o Transtorno Opositivo-Desafiador não
aparece apenas em crianças, mas também em adolescentes, podendo permanecer até
a vida adulta. Com o tratamento adequado, as alterações comportamentais devem
melhorar, resultando em uma melhoria na qualidade de vida da pessoa.
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