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sexta-feira, 26 de agosto de 2022

É preciso que as empresas criem canais para que as colaboradoras possam denunciar casos de violência doméstica


Se a cada 2 minutos, uma mulher passa por uma situação de violência doméstica no país, a chance de uma colaboradora de uma empresa estar enfrentando essa situação é quase certa. Por isso, é falsa a ilusão de que, ainda que no ambiente de trabalho tudo ‘pareça’ estar tranquilo, a violência doméstica não esteja presente neste contexto. 

As mulheres em situação de violência doméstica, muitas vezes, sofrem caladas, por medo, por não terem a quem recorrer, ou até mesmo por não saberem que estão sofrendo algum tipo de violência. 

O tema foi debatido na Live #AgostoLilás, realizada dia 23/08, pela Mental Clean, com as participações de Gisele Borsotte e Beatriz Pakrauskas, Psicólogas, Coordenadoras e Assistentes Sociais do Núcleo de Enfrentamento à Violência conta a Mulher da Mental Clean, Tarsila Mendonça, Analista de Integridade do Magazine Luiza e Débora Botelho, Coordenadora de RH das Lojas Marisa. 

Para Gisele Borsotte, as organizações cumprem um papel social muito importante nesse contexto. “Quando a empresa acolhe e presta o primeiro atendimento à mulher em situação de violência, e a encaminha aos demais órgãos, ela está estimulando o Estado a fazer sua parte, sempre visando à melhoria e eficácia dos serviços”, explica 

Em 2017, após perder uma funcionária, vítima de feminicídio -- fato que impactou fortemente toda a empresa -- o Magazine Luiza implantou o seu Canal da Mulher, com o suporte técnico especializado da Mental Clean. Pelo Canal, que funciona 24 horas, a colaboradora pode fazer a sua denúncia com total sigilo, assim como qualquer funcionário que perceba uma situação que pode ser indício de que uma mulher da empresa esteja passando por violência. 

Após chegar até a liderança alguns casos relatados de violência doméstica, em 2019, a Lojas Marisa também criou o seu canal de atendimento Marisa Acolhe, com o suporte da Mental Clean. “Somos uma empresa ‘de mulher pra mulher’, por isso, essa causa é imprescindível. Quando promovemos um ambiente seguro e acolhedor à colaboradora que enfrenta uma situação de violência doméstica, ela se sente protegida e respeitada. Ao passo que a equipe toda vai se engajando e a empresa se torna mais humanizada”, afirma Débora Botelho. 

“Transformar a vida desta mulher é transformar a vida de uma família, tendo ela filhos ou não. Impacta em todos os envolvidos”, ressalta Fátima Macedo, CEO da Mental Clean e consultora na implantação e gestão de Programas de Saúde Mental, Dependência Química e Violência contra a Mulher em empresas. 

A Mental Clean abraçou essa causa e, há quatro anos, desenvolve um programa específico para auxiliar empresas e organizações a implantar ações de Enfrentamento à Violência contra a Mulher, que acolhe e presta acompanhamento especializado e completo às funcionárias que vivenciam essa triste situação. O objetivo é contribuir para que elas saiam do ciclo de violência e auxiliá-las na resolução de problemas com integridade e saúde mental. 

Ao longo desse período, foram atendidas pela Mental Clean cerca de 20 empresas que inovaram ao implantar o Programa de Enfrentamento à Violência contra a Mulher, como é o caso do Magazine Luiza e das Lojas Marisa, entre outras importantes organizações. 

De acordo com Fátima Macedo, CEO da Mental Clean, esse programa vem impactando e mudando a vida de centenas de mulheres que foram vítimas de violência. “É importante que as lideranças percebam que esse é um assunto que diz respeito a todos nós e que é possível reduzir, reverter e prevenir casos de violência contra a mulher nas empresas. Para isso é necessário a criação e manutenção de um programa de atendimento integral às colaboradoras em situação de violência”, conclui Fátima Macedo.


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