Se a cada 2 minutos, uma mulher passa
por uma situação de violência doméstica no país, a chance de uma colaboradora
de uma empresa estar enfrentando essa situação é quase certa. Por isso, é falsa
a ilusão de que, ainda que no ambiente de trabalho tudo ‘pareça’ estar
tranquilo, a violência doméstica não esteja presente neste contexto.
As mulheres em situação de violência
doméstica, muitas vezes, sofrem caladas, por medo, por não terem a quem
recorrer, ou até mesmo por não saberem que estão sofrendo algum tipo de
violência.
O tema foi debatido na Live
#AgostoLilás, realizada dia 23/08, pela Mental Clean, com as participações de
Gisele Borsotte e Beatriz Pakrauskas, Psicólogas, Coordenadoras e Assistentes
Sociais do Núcleo de Enfrentamento à Violência conta a Mulher da Mental Clean,
Tarsila Mendonça, Analista de Integridade do Magazine Luiza e Débora Botelho,
Coordenadora de RH das Lojas Marisa.
Para Gisele Borsotte, as organizações
cumprem um papel social muito importante nesse contexto. “Quando a empresa
acolhe e presta o primeiro atendimento à mulher em situação de violência, e a
encaminha aos demais órgãos, ela está estimulando o Estado a fazer sua parte,
sempre visando à melhoria e eficácia dos serviços”, explica
Em 2017, após perder uma funcionária,
vítima de feminicídio -- fato que impactou fortemente toda a empresa -- o
Magazine Luiza implantou o seu Canal da Mulher, com o suporte técnico
especializado da Mental Clean. Pelo Canal, que funciona 24 horas, a
colaboradora pode fazer a sua denúncia com total sigilo, assim como qualquer
funcionário que perceba uma situação que pode ser indício de que uma mulher da
empresa esteja passando por violência.
Após chegar até a liderança alguns
casos relatados de violência doméstica, em 2019, a Lojas Marisa também criou o
seu canal de atendimento Marisa Acolhe, com o suporte da Mental Clean. “Somos
uma empresa ‘de mulher pra mulher’, por isso, essa causa é imprescindível.
Quando promovemos um ambiente seguro e acolhedor à colaboradora que enfrenta
uma situação de violência doméstica, ela se sente protegida e respeitada. Ao
passo que a equipe toda vai se engajando e a empresa se torna mais humanizada”,
afirma Débora Botelho.
“Transformar a vida desta mulher é
transformar a vida de uma família, tendo ela filhos ou não. Impacta em todos os
envolvidos”, ressalta Fátima Macedo, CEO da Mental Clean e consultora na
implantação e gestão de Programas de Saúde Mental, Dependência Química e
Violência contra a Mulher em empresas.
A Mental Clean abraçou essa causa e, há
quatro anos, desenvolve um programa específico para auxiliar empresas e
organizações a implantar ações de Enfrentamento à Violência contra a Mulher,
que acolhe e presta acompanhamento especializado e completo às funcionárias que
vivenciam essa triste situação. O objetivo é contribuir para que elas saiam do
ciclo de violência e auxiliá-las na resolução de problemas com integridade e
saúde mental.
Ao longo desse período, foram atendidas
pela Mental Clean cerca de 20 empresas que inovaram ao implantar o Programa de
Enfrentamento à Violência contra a Mulher, como é o caso do Magazine Luiza e
das Lojas Marisa, entre outras importantes organizações.
De acordo com Fátima Macedo, CEO da
Mental Clean, esse programa vem impactando e mudando a vida de centenas de
mulheres que foram vítimas de violência. “É importante que as lideranças
percebam que esse é um assunto que diz respeito a todos nós e que é possível
reduzir, reverter e prevenir casos de violência contra a mulher nas empresas.
Para isso é necessário a criação e manutenção de um programa de atendimento
integral às colaboradoras em situação de violência”, conclui Fátima Macedo.
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