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segunda-feira, 22 de agosto de 2022

Colesterol alto acentua risco de infarto não fatal, morte cardiovascular e AVC

Alimentação, sono reparador, atividade física e saúde mental diminuem o colesterol e, consequentemente, os riscos de doenças cardiovasculares

 

Dados divulgados recentemente pela Sociedade Brasileira de Cardiologia indicam que 40% da população, mais de 84 milhões de brasileiros, têm colesterol elevado. O problema é que além de ser uma doença silenciosa, porque não expressa nenhum sinal de alerta através de sintomas, os altos índices de colesterol no sangue aumentam risco de doenças cardiovasculares. No Brasil, estima-se que essas doenças matem de 300 a 400 mil pessoas por ano, fazendo com que essa seja a primeira causa de mortalidade no país. 

De acordo com Dr. Leandro Costa, cardiologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, hoje o objetivo do tratamento de controle de colesterol não é apenas baixar seus níveis, mas reduzir os riscos de infarto não fatal, morte cardiovascular e acidente vascular cerebral (AVC). “O primeiro passo para descobrir como andam os níveis de colesterol é consultar o médico, avaliar histórico familiar e realizar exames de sangue para determinar se é portador de Hipercolesterolemia Familiar (uma doença genética que se caracteriza por altos níveis de colesterol), ou seja, se há na família alguém com colesterol mais alto que o normal e que, a longo prazo, pode ter um aumento de riscos de doenças cardiovasculares”, explica o especialista. Para prevenir o alto risco de doenças cardiovasculares prematuras associadas à hipercolesterolemia familiar, a identificação precoce e o início do tratamento ideal, ainda quando criança ou adolescente, são cruciais para o sucesso dos recursos terapêuticos. A Hipercolesterolemia Familiar é uma doença rara e afeta menos de 64 pessoas a cada 100 mil habitantes. Costa destaca ainda que, para quem não tem histórico familiar, o ideal é visitar um cardiologista depois dos 18 anos de idade para fazer avaliação dos níveis de colesterol e após os 40 anos, realizar consultas anuais. 

O especialista aconselha a investir em quatro pilares importantes para a redução dos índices de colesterol e, consequentemente, dos riscos de doenças cardiovasculares. São eles: ter um sono reparador (que protege contra eventos cardiovasculares), manter uma dieta saudável (rica em alimentos de origem vegetal, e com a ingestão mínima de alimentos de origem animal e de alimentos processados), fazer atividade física com regularidade (que significa realizar 150 minutos de atividade física moderada por semana) e cuidar da saúde mental. 

“Normalmente, pessoas com ansiedade ou depressão têm dificuldade para praticar exercícios e adotar dieta adequados e não conseguem ter um sono reparador, que são eixos importantes para evitar doenças cardiovasculares”, ressalta. 

O cardiologista explica ainda que somente 30% do colesterol circulante no corpo vem dos alimentos ingeridos, os outros 70% são produzidos pelo fígado. “O nosso organismo produz a maior parte de colesterol circulante no sangue, mas o excesso, os altos níveis, se não decorrem da Hipercolesterolemia Familiar, derivam principalmente do sedentarismo, do sono inadequado e da má alimentação. Quando é absolutamente necessário, lançamos mão de medicações para baixar o colesterol, que atuam, a longo prazo, na redução do acúmulo de gordura nas artérias, minimizando assim os riscos de doenças cardiovasculares mais graves.

 

A alimentação é uma grande aliada no controle do colesterol

Camila Cristina da Silva Santos, nutricionista clínica do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, reitera os conselhos do Dr. Leandro Costa, de que a alimentação deve ser mais natural e menos industrializada possível. “Para diminuir os níveis de colesterol no sangue devemos investir em uma alimentação com alto consumo de frutas, legumes, verduras, tubérculos, cerais integrais - como aveia, chia e linhaça; iogurte desnatado - que tem menos gordura e açúcar; peixes como salmão e sardinha - que têm grandes quantidades de ômega 3 (uma gordura saudável, capaz de regular o colesterol no sangue)” ressalta e complementa: “Lembrando que devemos evitar alimentos fritos e optar sempre por fazê-los cozidos, grelhados ou assados e com pouco óleo”. As oleaginosas (castanhas), que contém gorduras benéficas à saúde e uma grande quantidade de minerais, são bem-vindas, mas é necessário ficarmos atentos à quantidade (que não deve ultrapassar um punhado) e à adição de açúcar ou sal, que também são prejudiciais à saúde do coração. 

A nutricionista destaca ainda os alimentos que devem ser evitados por todos e, em especial, por aqueles que já têm problemas de altos níveis de colesterol. “Devemos evitar alimentos industrializados, com elevados níveis de gordura saturada, como os embutidos, processados, queijos gordurosos, leite integral, carnes gordurosas - antes de preparar a carne devemos retirar a gordura aparente e, no caso do frango, a pele. Também são contraindicados temperos industrializados como aqueles em tablete, em pó ou líquidos, que têm uma quantidade muito elevada de sódio e de gordura”, esclarece. 

A especialista enfatiza igualmente a importância de não ingerir alimentos ricos em gordura trans, que é utilizada pela indústria para dar textura aos alimentos e que se consumida constantemente tem o poder de aumentar o nível de colesterol no sangue. “Devemos nos distanciar de alimentos industrializados como bolachas, tanto doces e recheadas, quanto as salgadas, sorvetes, macarrão instantâneo, chocolates, salgadinhos de pacote, que fazem muito mal ao organismo. A gordura trans, utilizada na fabricação destes alimentos, não tem nenhuma função no nosso corpo e só prejudica o organismo”, exemplifica e aconselha: “Costumo dar uma dica que é a de ler os rótulos porque o Brasil tem uma legislação que permite que a indústria declare “zero gordura trans” se o alimento tiver até 2% dessa substância. Então, tem muito alimento que nós pensamos que não tem gordura trans, mas se na descrição dos ingredientes constar “gordura vegetal hidrogenada”, é porque tem esse elemento e devemos evitar”. 

A nutricionista chama a atenção, da mesma forma, para dois tipos de gordura que viraram febre recentemente e que não são benéficas para nosso organismo. “O óleo de coco, apesar de ser vegetal, aumenta os níveis de colesterol no sangue e a banha de porco, que é uma gordura saturada e não faz bem ao coração. Então, devemos nos abster da ingestão desses dois tipos de gordura”, conclui.

  

Hospital Alemão Oswaldo Cruz

www.hospitalalemao.org.br


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