Lirane Suliano, especialista na prática integrativa, que é reconhecida pelo SUS e pelo Ministério da Saúde, explica como a técnica pode auxiliar na produção de leite materno e na analgesia de dores na amamentação
O aleitamento materno tem inúmeros
benefícios para mãe e para o bebê. A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o
Ministério da Saúde recomendam manter o aleitamento materno até os 2 anos de
idade ou mais, oferecendo exclusivamente leite do peito até o seis mês de vida
do bebê. O próprio Ministério da Saúde instituiu em 2017, o Agosto Dourado -
mês dedicado a luta pelo incentivo à amamentação. Quando falamos de dados sobre
amamentação no Brasil, os mais recentes são do Estudo Nacional de Alimentação e
Nutrição Infantil, divulgado em 2021. A pesquisa revelou que metade das
crianças brasileiras são amamentadas por mais de 1 ano e 4 meses. Além disso, o
estudo também mostrou que no Brasil quase todas as crianças foram amamentadas
alguma vez (96,2%). A especialista em auriculoterapia, Lirane Suliano explica
como a terapia integrativa -- reconhecida pelo SUS e pelo Ministério da Saúde
-- pode auxiliar no aleitamento materno.
“Existem pontos no pavilhão
auricular que mantêm relação direta com hormônios e sistemas relacionados com a
amamentação. Dois aspectos ganham destaque quando o assunto é dificuldade em
amamentar: a baixa produção de leite e os casos de mastite. Podemos usar a
auriculoterapia nessas dificuldades de amamentação e os pontos que estimulamos
na orelha são os direcionados à glândula hipófise e às glândulas mamárias. Mas
existe um outro fator que afeta muito a amamentação: a ansiedade das mães. Usar
a auriculoterapia no tratamento para dificuldades na amamentação é viável pelo
baixo custo e pela ausência de toxidade, uma vez que esse tratamento alopático
não traz efeitos adversos para a mãe e nem para o bebê”, explica Lirane
Suliano.
Entretanto, o processo de amamentar
não é apenas instintivo. Sendo assim, amamentar pode ser um processo doloroso e
complicado para uma porcentagem de mães. Dessa forma, aspectos psicológicos,
sociais e culturais podem interferem na amamentação ou na continuidade da
lactação materna. Entre as causas mais comuns que afetam as mães estão: a
hipogalactia (atraso ou falha na descida do leite materno após 72 horas no
período pós-parto) e a mastite (inflamação aguda dos tecidos da mama). Na lista
de aspectos psicológicos, que podem interferir na amamentação, estão a
ansiedade e a depressão, como mostrou um estudo realizado por uma pesquisadora
da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo, com mães atendidas pelo
Sistema de Saúde Único (SUS).
“Estudos e revisões de trabalhos
científicos indicam a melhora na produção dos hormônios responsáveis pela
amamentação, que são a prolactina e a ocitocina, com as sessões de
auriculoterapia. Essas pesquisam indicam uma melhora na produção de leite
materno até 24 horas após a realização da técnica. A prática clínica tem
revelado ser altamente benéfico o uso da auriculoterapia em mães que amamentam,
pois além de reduzir a ansiedade e proporcionar maior relaxamento sem o uso de
medicamentos, traz benefícios fisiológicos como, por exemplo, estimular a
produção de leite, em casos de hipogalactia e na analgesia de dores e redução
de inflamação que podem ocorrer durante a amamentação, causadas em geral pela
mastite”, acrescenta a especialista em auriculoterapia, Lirane Suliano.
Lirane Suliano - cirurgiã-dentista, mestre e doutora pela UFPR. Especialista em Acupuntura e docente da pós-graduação nas áreas de Auriculoterapia, Eletroacupuntura e Laser puntura, já ministrou aulas para mais de 6 mil alunos, desde 2010, quando iniciou como docente de acupuntura e auriculoterapia em universidades. Autora do livro “Atlas de Auriculoterapia de A a Z”, obra em sua 5ª Edição, é hoje referência no Brasil no ensino dessa técnica, sendo responsável pela criação da pós-graduação em Auriculoterapia Neurofisiológica, na Universidade Focus, em Cascavel, no Paraná, e por cursos on-line, formando profissionais no Brasil e em diversos países, dentre eles, Argentina, Canadá, Alemanha, Irlanda, Itália, Malásia, México, Holanda, Panamá, Portugal, Ruanda, Emirados Árabes, Uruguai e Estados Unidos. A especialista já ultrapassou as fronteiras brasileiras e teve a oportunidade de compartilhar seus conhecimentos em Congressos internacionais dos quais participou na Universidade de Harvard; em Beijing, na China; Munique, Chicago, Barcelona e Dubai.
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