Com o avanço da vacinação no Brasil, temos percebido uma movimentação de empresas trabalhando em formato híbrido, e podemos dizer que, aos poucos, estamos voltando à vida normal, inclusive à tão esperada retomada do emprego no Brasil.
Durante a pandemia, muitas empresas tiveram que se
reorganizar, incluindo demissões em suas estratégias de negócios, o que, na
maioria dos casos, resultou em acúmulo de funções para alguns profissionais.
Agora, com uma expectativa positiva em relação à economia, muitas estão
começando a liberar as demandas represadas. Essa disposição tem gerado um
aumento no número de processos seletivos para estagiários e trainees.
O segundo semestre sempre foi o período em que as
empresas iniciam seus processos para a contratação de jovens profissionais.
Esse tipo de processo seletivo demanda muito tempo para ser finalizado – da
fase da inscrição até a admissão, alguns processos podem durar de dois a quatro
meses. Com otimismo, podemos então vislumbrar que vamos sentir uma melhora nos
números do primeiro emprego no país até o final do ano.
Mas deixando de lado as expectativas futuras e
sendo realista, o que busco aqui é ressaltar a importância desses processos
seletivos para que tanto empresas quanto candidatos deem o real valor a
eles.
Sabemos que alguns programas de talentos são bem
disputados, com um volume de inscritos sempre expressivo e uma grande
concorrência. Para que os processos ganhem efetividade, é necessário
planejá-los e estruturá-los a partir do alinhamento com as estratégias da
organização. Com base no número de vagas, áreas envolvidas e pré-requisitos
técnicos e comportamentais, são definidas as etapas da seleção e os filtros
mais adequados para identificar os melhores perfis.
Para aprimorar a qualidade do processo seletivo, é
essencial que as empresas criem métricas objetivas para cada etapa, e utilizem
testes psicométricos para avaliação de comportamento e aptidão. Essas
ferramentas permitem evitar possíveis práticas de vieses inconscientes nas
análises dos perfis e reduzem equívocos na tomada de decisão no momento de
selecionar os profissionais.
Com a pandemia, os processos de avaliação para
programas de estágios e trainees passaram a ser conduzidos 100% on-line, mas
sem perder de vista a importância da relação humana e a qualidade da seleção.
Um processo desses tem diversas fases, entre elas a análise de pré-requisitos e
habilidades requeridas, como: testes de inglês, raciocínio lógico, atualidades,
avaliação de perfil comportamental. Parte do trabalho, que antes era feito
presencialmente, teve que ser adaptado também para o formato virtual. Hoje,
conseguimos realizar dinâmicas de grupo, painel de negócios e entrevista com os
gestores remotamente.
Toda busca por emprego merece grande atenção e
dedicação dos candidatos. No caso de estágios e programas de trainees, os
desafios são ainda maiores, porque além de se preparar para todas essas etapas
já mencionadas, os jovens precisam que suas habilidades comportamentais se
destaquem, exatamente por não terem necessariamente um histórico profissional
que os diferenciem de outros candidatos – afinal, estamos falando do primeiro
emprego.
Já pelo lado das empresas, vemos que atualmente
elas estão priorizando a contratação de estagiários e trainees que tenham
capacidade para propor soluções inovadoras, agilidade de aprendizado,
inteligência emocional, visão estratégica, liderança humanizada e facilidade
para o trabalho em equipe, principalmente.
No que se refere ao preparo para participar dessas
seleções, um ponto importante que o candidato deve ter em mente é o foco em sua
carreira profissional, ou seja, não é algo positivo se inscrever em qualquer
processo aberto. É bastante comum que, no anseio de começar a carreira
profissional, o jovem se candidate para vários processos aleatoriamente. Mas
esse tipo de atitude pode comprometer tanto seus objetivos quanto a candidatura
dele às empresas que estão alinhadas ao propósito que ele busca em sua carreira
profissional.
Conhecer a empresa, sua atuação e posicionamento de
marca são relevantes em todos os processos seletivos. Outra dica importante é
que o candidato verifique os critérios solicitados no anúncio do programa, pois
dessa forma evita perder oportunidades mais adequadas às suas qualificações. Um
outro ponto de destaque é o autoconhecimento: o candidato deve conhecer seus
pontos fortes e aprimorar seus pontos fracos diante de suas escolhas.
Para ser aprovado em um programa de trainee ou de
estágio, não é necessário experiência profissional, mas esses processos
geralmente se apresentam como uma grande oportunidade de iniciar uma carreira
na área em que está se graduando. Assim, ao ser aprovado, o jovem já começa a carreira
com um plano de desenvolvimento estruturado, que pode potencializar rapidamente
sua trajetória profissional.
Sabemos que a competitividade para uma vaga no
mercado de trabalho é alta, tendo em vista os números do desemprego no país.
Mas o que todo candidato tem que saber é que a melhor forma de obter sucesso em
processos seletivos é ter clareza dos seus objetivos, encarar os desafios com
autoconfiança, demonstrar empatia, mostrar seu potencial e, por fim, tornar a
experiência uma conexão agradável.
Angelina
Assis – Psicóloga e gerente de Relacionamento do Grupo Soulan
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