Atualmente, a alopecia atinge mais de 2 bilhões de pessoas no mundo, segundo informações da Academia Americana de Dermatologia (AAD). Em nosso país, o distúrbio se faz presente em cerca de 42 milhões de brasileiros, conforme dados do último levantamento divulgado pela Sociedade Brasileira do Cabelo (SBC). A pesquisa também expõe que jovens com idades entre 20 e 25 anos representam 25% dos casos – geralmente relacionados a problemas emocionais e genéticos.
O
cabeleireiro e terapeuta capilar Eduardo França aponta que a incidência de
casos de alopecia tem crescido bastante nos últimos anos, mas o período de
pandemia revelou um contexto ainda mais grave.
“A
apreensão, ansiedade e estresse trazidos pela atual crise sanitária provocaram
alterações hormonais em uma grande parcela da população. Uma das principais
consequências dessas mudanças no organismo foi a queda parcial ou total de fios
tanto do couro cabeludo quanto de outras partes do corpo. As queixas deste tipo
de problema aumentaram bastante de dois anos para cá e tem gerado muita
angústia, sobretudo nas mulheres, que foram as mais afetadas. Além do abalo
emocional, a própria covid-19 tem provocado a elevação da perda capilar em
pessoas que já passaram pela doença. Isso é muito alarmante. Também tenho
presenciado muitos casos como estes”, comenta.
De
acordo com Eduardo, o distúrbio pode ser causado por diversos fatores e se
manifestar de diferentes formas. “A alopecia acomete homens e mulheres e pode
ser impulsionada por características genéticas, processos inflamatórios, patologias
sistêmicas e condições incomodas como o hipotireoidismo, hipertireoidismo,
lúpus eritematoso, depressão, líquen plano, sífilis secundária e micose no
couro cabeludo. O problema ainda pode ser estimulado pelo uso de alguns
medicamentos, contato com produtos químicos nocivos à saúde, deficiência de
proteínas, ferro, biotina e zinco, reações hormonais pós-parto, situações
estressantes e dentre outras ocorrências”, destaca.
Existem
cerca de sete tipos de alopecia e as duas mais comuns são a androgenética e a
areata. “A androgenética tem início na adolescência, mas só fica aparente por
volta dos 40 ou 50 anos de idade. Ela se desenvolve de maneira progressiva,
deixando os fios cada vez mais finos. Já a areata pode surgir em qualquer
idade, acomete 2% da população e se caracteriza pela formação de falhas de
formato arredondado ou oval no couro cabeludo, podendo também atingir os
cílios, sobrancelhas e barba”, explica.
Essa
última, está relacionada a fatores imunológicos e ainda costuma ocorrer quando
uma pessoa passa por situações de grande estresse, que acabam contribuindo para
que as células de defesa do corpo ataquem o folículo piloso. A inflamação ao
redor do folículo impede que ele produza o pelo e faz com que o mesmo se
desprenda do couro cabeludo, resultando no aparecimento de áreas sem a presença
de fios.
O
diagnóstico pode ser obtido por meio de exames dermatológicos e de sangue que
ajudarão a identificar ou descartar possíveis doenças infecciosas ou
autoimunes. Em alguns casos será necessária a realização de uma biopsia do
local atingido pelo distúrbio. “Outra técnica que também contribui para a
análise do contexto capilar de cada pessoa é a tricoscopia. Por meio desse
procedimento é possível analisar pequenas estruturas que não são vistas a olho
nu”, recomenda.
Segundo
Eduardo, a alopecia pode ser controlada e amenizada por meio de diversas
terapias capilares, como a ledterapia, ozonioterapia, aromaterapia,
microagullhamento, argiloterapia e entre outras.
“Além
delas, o problema também pode ser atenuado com a utilização de shampoos
antiqueda e o uso tópico de corticoides e antralina. Para casos mais graves é
indicada a realização de transplantes capilares. Ainda é essencial lembrar que
todos os tratamentos que proporcionem equilíbrio a microbiota do couro
cabeludo, ajam na suavização de processos inflamatórios e estimulem o
crescimento e fortalecimento da fibra capilar são ótimas alternativas”,
ressalta.
Por
fim, o terapeuta capilar aconselha que antes de iniciar qualquer tratamento, as
pessoas busquem pela orientação de um bom profissional, seja ele tricologista
ou dermatologista. “Somente estes especialistas estão qualificados para avaliar
a saúde geral de cada indivíduo, fazer o diagnóstico e indicar o método ideal
para cada caso”, completa.
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