Entretanto, 50% enxerga de maneira positiva as
campanhas de marketing do mês do orgulho LGBTQIA+
Uma pesquisa
produzida pela MindMiners em parceria com a SafeSpace mostra que 53% dos
respondentes do estudo, que são também funcionários de diversas empresas,
enxergam de maneira positiva as marcas e organizações que fazem campanhas de
marketing no mês do orgulho LGBTQIA+.
Apesar da
visibilidade positiva em relação às ações realizadas em junho, quase 70% dos
entrevistados disseram que escondem ou já esconderam sua sexualidade no
ambiente de trabalho por medo de sofrer discriminação. Ao se assumirem membros
da comunidade LGBTQIA+, 55% responderam que já foram ou são vítimas de
discriminação.
Para Rafaela
Frankenthal, cofundadora da SafeSpace, apenas fazer marketing não é o
suficiente para apoiar o movimento LGBTQIA+. “É preciso trabalhar para mudar a
cultura interna das empresas. Avaliar se os valores e práticas da organização
estão caminhando de acordo com o que as empresas prometem na comunicação
externa e nas campanhas de marketing''.
Outro dado
alarmante é que 64% dos respondentes já testemunharam alguma experiência de
discriminação com algum colega no ambiente de trabalho pelo menos uma vez -
sendo que 45% dos perguntados já testemunharam mais de uma vez. “Adotar a
bandeira do arco-íris, o famoso pride, é uma mobilização significativa.
As grandes marcas e companhias têm um papel fundamental nessa discussão, mas é
preciso que seja um movimento de dentro para fora. E para isso escutar relatos
dos colaboradores e colaboradoras sobre a experiência deles no ambiente de
trabalho é fundamental. Temos que colocá-los no centro do debate e não esquecer
quem são as pessoas que devem ser protagonistas das ações a favor do
movimento”, explica Frankenthal.
Para chegar
a esses resultados, foram entrevistadas 220 pessoas, todas autodeclaradas
LGBTQIA+, entre os dias 7 e 14 de junho de 2021, com recortes de classe social,
faixa etária, e região.
Marketing
LGBTQIA+
Cerca de 40%
dos entrevistados não souberam dizer se a cultura interna de suas empresas
sustentam os valores a favor do movimento LGBTQIA + que promete durante o mês
do Orgulho.
Danielle
Almeida, CMO da MindMiners, reforça que as empresas precisam trabalhar de forma
a tornar essa discussão mais confortável entre os funcionários. Na pesquisa,
35% dos entrevistados destacou ainda se sentir pouco ou nada confortável para
tratar sobre ser LGBTQIA+ no ambiente de trabalho. “Construir um ambiente
seguro é um primeiro passo para conseguir também desenvolver campanhas mais
efetivas, que reflitam verdadeiramente os valores que a marca já possui e
coloca em prática internamente”, conta Almeida.
Para Rafaela,
esse dado mostra como muitas empresas criam ações pontuais e, depois de um
tempo, deixam que a temática caia no esquecimento. “Daí a importância das
empresas não só levantarem bandeiras de diversidade e da inclusão nas datas
comemorativas, e sim carregarem essa no DNA da organização”, afirma
Frankenthal.
Mais dados
da pesquisa corroboram a afirmação da cofundadora da SafeSpace: 80% dos
entrevistados concordam que as empresas se aproveitam da data para levantar uma
bandeira de ativismo social como manobra publicitária.
O estudo
também perguntou aos participantes o que eles acham sobre a venda de produtos
comemorativos estampados com a bandeira LGBTQIA+. Para 42% dos
entrevistados, isso não passa de uma tacada de marketing.
“O grande
perigo de não saber trabalhar a representatividade de forma justa e criativa
nas campanhas é conseguir o efeito oposto ao pretendido, podendo gerar
impressões negativas para a empresa ou marca”, destaca Almeida.
Como virar
esse jogo?
Para
aumentar, de fato, a inclusão de pessoas LGBTQIA+ dentro das empresas, as
pessoas entrevistadas acreditam que a ação mais importante é contratar
mais pessoas da comunidade LGBTQIA+. Em segundo lugar, criar políticas e
mecanismos anti-assédio e anti-discriminação, e em terceiro lugar participar de
mais eventos da comunidade. “Essas são, sem dúvidas, práticas mais
concretas e que contribuem para a evolução verdadeira das empresas"",
finaliza a co-fundadora da SafeSpace.
SafeSpace
https://safe.space/por-que-safespace
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