Com certeza você já ouviu falar da famosa “vitamina S”, uma
maneira divertida de se referir ao costume das crianças, na fase de explorar o
mundo, de levarem tudo o que encontram pela frente à boca. Entretanto, em
tempos de coronavírus, essa cena deve ser evitada ao máximo.
A pandemia exigiu
que grande parte da população mundial mudasse seus hábitos e se adaptasse a uma
nova rotina. Dentro dessas mudanças, a atenção sobre as crianças precisou ser
redobrada. Como a COVID-19 é uma infecção transmitidas pelo contato com uma
pessoa infectada, medidas higiênicas devem ser tomadas para proteger os
pequenos.
Basicamente, os
cuidados com recém-nascidos e bebês são semelhantes em comparação aos adultos.
Evitar sair de casa, deixá-los em isolamento social com o menor número de
contato com pessoas que frequentam ambientes externos, é uma das precauções
essenciais nesse período.
“Como não temos
condições de impedir que eles toquem nos olhos ou na boca, por exemplo, esse
isolamento é uma maneira de tentarmos evitar que eles entrem em contato com
esse vírus”, comenta Fabio Cabar, membro da SOGESP, médico do Hospital das
Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e
professor da Faculdade de Medicina da USP.
Por ser
algo novo, a doença ainda carrega detalhes desconhecidos pelos profissionais de
saúde. Aparentemente, bebês saudáveis apresentam risco menor, quando comparados
à população idosa ou pessoas com alguma doença clínica, visto que, até agora,
são raríssimos os casos reportados de mortes pela COVID-19 em crianças com
menos de 10 anos. Já bebês com enfermidades prévias se encaixam no grupo de
risco de mortalidade, demandando cuidados intensificados.
CUIDADOS
Higiene é uma
ferramenta indispensável no combate contra o coronavírus. Com crianças por
perto, deve-se higienizar o ambiente que eles costumam ficar. Lavar os
utensílios com água e sabão, utilizar álcool em gel 70% e manter o chão limpo,
pois sabe-se que o vírus sobrevive em superfícies por um período de tempo, são
algumas das medidas adotadas. Além disso, é importante evitar ter objetos ao
alcance de bebês para que eles não manipulem e levem à boca, tendo contato com
o álcool ou, até mesmo, com o vírus.
Segundo Fabio,
essas atitudes higiênicas valem para bebês de diferentes idades “Acredito que a
maior dificuldade é deixá-los afastados da possibilidade de pegar objetos e
levá-los à boca. Os recém-nascidos e bebês mais novos tendem a ficam mais
quietas, pois não possuem tanta mobilidade. Os bebês maiores, por sua vez,
geralmente exploram mais o ambiente e o cuidado em relação à higiene precisa
ser superior”, pontua.
As crianças
infectadas devem ser levadas ao hospital apenas em casos mais graves. Como é
uma doença que ainda não dispõe de um tratamento eficaz, no aparecimento dos
primeiros sintomas como tosse, coriza e febre, os pais devem ficar calmos e
observar. Se o pequeno estiver bem, mamando ou comendo, ativo, respirando com
tranquilidade, não há necessidade de recorrer ao médico.
Entretanto “Se
esses sintomas, que são mais comuns, vierem acompanhados de dificuldade
respiratória, uma febre duradoura ou que não cede com o uso de antitérmicos, o
quadro é mais grave e é preciso buscar ajuda”, afirma Fabio.
AMAMENTAÇÃO
A recomendação da
Sociedade Brasileira de Pediatria é que, mesmo com as mães infectadas, a
amamentação deve ser mantida com os cuidados necessários. Não existem
evidências que o vírus esteja presente no leite materno de mães que contraíram
o coronavírus. Porém, como é uma doença transmitida pelo contato, há medidas
preventivas básicas para a manutenção do aleitamento materno.
Em
caso de mulheres com sintomas ou confirmação da COVID-19, antes de pegar o
bebê, elas devem lavar muito bem as mãos e, durante a amamentação, precisam
utilizar máscaras cirúrgicas. Em contrapartida, aquelas mães que não têm nenhum
indício de sintoma ou suspeita, não precisam ter o cuidado adicional do uso da
máscara, mas a higienização das mãos com água e sabão antes de manipular o bebê
é indispensável.
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