Pesquisar no Blog

segunda-feira, 25 de maio de 2020

"Comunicação em meio à pandemia: o que não muda quando tudo muda?", por Taiana Jung e Rui Marcos, mestres e especialistas


O tempo é um conceito construído pelo homem, que no decorrer da sua evolução foi recebendo novas definições e interpretações. Em um mundo caracterizado como técnico, científico e informacional, a aceleração dos objetos e das ações é elevado ao seu nível máximo, atendendo a lógica da produtividade, ou seja, do fazer, do ter, do tempo como sinônimo de dinheiro - e não de vida. Os efeitos negativos dessa rapidez podem ser notados na saúde mental, com alto nível de stress, psicopatologias como Burnout e nas  mais variadas compulsões. Bem como nas relações sociais, com uma sociedade cada vez mais excludente e intolerante. Nos relacionamentos interpessoais, falta a fluidez na comunicação. Uma expressão da “automação” da vida, onde a inversão do tempo nos faz usá-lo como recurso capital e não como recurso de vida.

A comunicação, nesse contexto, é um ato que necessita da empatia, da entrega, do conhecimento e da aplicação de um conjunto de símbolos e regras, dentre eles a escrita, as imagens, as convenções culturais e os códigos. Sendo assim, se falo com outra pessoa e não reconheço que os seus símbolos, regras e tempos podem ser diferentes dos meus, o que realmente quero? Falar o que penso e pronto? Que o outro entenda tudo, pois fui claro o suficiente? Quantas vezes os mal-entendidos são vividos por causa de uma interpretação equivocada? Quantas vezes fazemos uma comunicação aparentemente eficiente, mas ela se mostra ineficaz, pois não há compreensão? 

Vale lembrar que independente do tempo, o que não muda enquanto tudo muda é o processo de comunicação (emissor, receptor e canal) e a necessidade da humanidade para que ele ocorra. 

Comunicar requer escutar com empatia e doar ao outro aquele instante. Para desenvolver a empatia é necessário compreender a fala, a expressão ou mesmo o silêncio. Com isso, todas as partes ganham e as relações, profissionais ou pessoais, podem se tornar mais leves e com menos melindres de achar que o outro não te entende ou te julga, pois antes de acontecer isso, você estará mais consciente dos motivos que levam a pessoa a pensar ou agir de tal forma. Isso que se chama conexão!

No âmbito empresarial, a comunicação é considerada uma habilidade indispensável, devido a valorização da diversidade e a flexibilização da lógica departamental, onde pessoas de um setor executam projetos com as de outros setores, exigindo maior capacidade de relacionamento interpessoal, mediação de conflitos e consequentemente de se comunicar. 

Além disso, os novos meios de comunicação ampliaram os canais, onde o tempo e a escrita, por exemplo, ganham importância em uma conversa no WhtsApp, uma postagem no Twitter e uma reunião a distância. Como consequência, a forma de utilização destes canais pode gerar uma crise devido uma vírgula fora do lugar, a brevidade de um texto, o tempo de resposta, a postura e a entonação da voz. Nesse contexto, a capacidade da liderança em transformar a comunicação em ação será o gerador do ambiente de confiança e propício para o exercício da comunicação assertiva. A partir disso, é possível articular um conjunto de técnicas para desenvolver o potencial da comunicação organizacional (cultura e pessoas).





Taiana Jung - Gestora Técnica da Logos Consultoria. Atua há mais de 15 anos nas áreas de planejamento estratégico, pesquisa, formação e avaliação. Possui larga experiência em facilitação e mediação de eventos e formações. É Mestre em Estudos Populacionais e Pesquisa Social (ENCE/IBGE), Personal Coach (Sociedade Brasileira de Coaching), Mediadora de conflitos (Escola de Magistratura do Estado do Rio de Janeiro), Especialista em Organização Espacial do Rio de Janeiro e Licenciada em Geografia (UFF). No setor público, foi chefe do Centro Social da Fundação Leão XIII. Na área acadêmica, já atuou como Professora no curso de graduação em Geografia (UERJ-FFP) e como Pesquisadora convidada do Departamento de Endemias (ENSP/Fiocruz). Compõe o grupo de orientadores do CIEDS. Atualmente, é gestora do Grupo de mulheres “Somos Empreendedoras”, com mais de 160 participantes em Niterói. Desde 2008, é sócia gerente da Logos Consultoria, na qual exerce a função de diretora técnica.


Rui Marcos - Gestor Administrativo-Financeiro da Logos Consultoria. Possui 20 anos de experiência nas áreas de educação e ensino, planejamento com ênfase em ordenamento territorial urbano e ambiental. Conhecimentos sólidos em gestão e planejamento estratégico. É Mestre em Engenharia de Transportes (COPPE-UFRJ). Especialista em Gestão e Planejamento Ambiental (UVA). Graduado em Geografia (UFF) e Administração (UCAM). Na área de planejamento urbano foi chefe do departamento de urbanismo da Prefeitura de Niterói-RJ, sendo gestor de equipe e responsável por projetos de gestão ambiental e delimitação de áreas de preservação. No campo acadêmico foi professor da pós-graduação no Curso de Especialização em Gestão, Planejamento e Licenciamento Ambiental da Universidade Salgado de Oliveira/Niterói-RJ. Desde 2008, é sócio da Logos Consultoria, atua como diretor administrativo e implementou o modelo de gestão da empresa.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Posts mais acessados