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segunda-feira, 30 de março de 2020

Preços de alimentos e itens de higiene só caem se consumo voltar ao normal


Economista alerta que consumidores têm participação no aumento dos preços


A falta de bom senso custa caro e os consumidores estão começando a perceber isso nas prateleiras dos supermercados, farmácias, dentre outros pontos de vendas de alimentos e produtos de limpeza e higiene. A escalada dos preços foi alvo de reclamações e motivou, inclusive, notas de esclarecimentos por parte das associações supermercadistas, mas os fundamentos econômicos apontam que a pressão sobre os preços só irá recuar quando o comportamento do consumidor se normalizar.

 A professora de Economia da Universidade Positivo, Leide Albergoni, explica o aumento dos preços dos alimentos e de itens de higiene e farmácia como consequência do aumento de demanda temporária. "As pessoas estão comprando mais com medo de desabastecimento, o que é um risco infundado, e até para evitar saírem de casa com a mesma frequência, o que acaba tendo impacto sobre os preços”, explica.

Ela ressalta que a pandemia tem motivado comportamentos de consumo irracionais. “Uma coisa é fazer compra para duas semanas, outra é lotar um carrinho com papel higiênico ou detergente e sabonete que levarão mais de um ano para serem consumidos. Nesse sentido, os produtos recebem um ajuste natural, até para trazer mais racionalidade ao consumidor”, comenta a professora, lembrando que o preço também exerce a função de controlar a demanda, a fim de evitar o desabastecimento. 


Entressafra e dólar impactam no preço do leite

Sobre o aumento do leite, uma série de fatores, inclusive entressafra, levou ao reajuste médio de 30% nas últimas semanas. O Sindileite-SC (Sindicato das Indústrias de Laticínios de Santa Catarina) emitiu uma nota explicando a “infeliz coincidência” com o período de quarentena. “A infeliz coincidência está levando a conclusões precipitadas sobre o assunto. O fato é que estamos com oferta menor de matéria prima em função da entressafra, custos de produção maiores nas indústrias, pressão de custos pela escalada do dólar, margens negativas do produto de mais de ano, pressão de custos de produção no campo e, finalmente, é normal em todos os anos, nesta época, o aumento do preço do leite”, detalhou a nota.

No caso das associações supermercadistas, as notas divulgadas deixaram claro que os supermercados estão trabalhando com as mesmas margens e que as altas são provenientes dos fornecedores. Sobre os preços por parte da indústria de queijo e leite, a Abras (Associação Brasileira de Supermercados) comunicou a Senacon (Secretaria Nacional do Consumidor), do Ministério da Justiça e Seguridade Pública, sobre práticas abusivas. Em nota, a Abras afirmou que “o setor supermercadista está trabalhando incansavelmente para manter o equilíbrio nas relações de consumo diante da lamentável pandemia do coronavírus. E não compactua com a elevação injustificada de preços, principalmente, em período de fragilidade da população no que se refere à saúde pública”. A entidade também assegurou que essa é a orientação repassada às 27 associações estaduais de supermercados.

De qualquer forma, quem identificar qualquer prática de preço abusiva deve denunciar ao Procon-PR no telefone: 0800 411512.




Universidade Positivo


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