· Doença
está entre as principais causas de morte materna e partos prematuros elegíveis
no Brasil e no mundo.
· Evento
faz parte do projeto de pesquisa sobre a redução da prematuridade relacionada à
pré-eclampsia, com parceria internacional com o Global Pregnancy Collaboration
(CoLab).
No dia 10 de maio a cidade
do Rio de Janeiro receberá o 2º Pré-eclâmpsia Summit, evento científico
que chama a atenção para a necessidade de incorporar estratégias mais eficazes
no manejo de gestantes com risco de desenvolver a pré-eclâmpsia. O evento,
promovido pelo projeto Prepare (Redução da Prematuridade a Partir de Cuidados
na Pré-eclâmpsia), reunirá no Rio Othon Palace, em Copacabana, cerca de 200
profissionais de saúde para discutir os avanços científicos nas últimas décadas
e as novas possibilidades de melhorar sua predição a curto prazo.
A doença é caracterizada
pela elevação da pressão arterial e ou proteinúria (alto nível de proteína na
urina) associada a lesões de órgãos maternos a partir da 20º semana de
gestação. Ela também está entre as principais causas de morte materna e partos
prematuros elegíveis no Brasil e no mundo. Além de trazer complicações sérias
tanto para a mãe como para o bebê se não for diagnosticada precocemente e
controlada, pode acarretar em convulsões, acidente vascular cerebral,
hemorragia, dano renal, insuficiência hepática e até na morte.
Atualmente,
o grande desafio é o diagnóstico precoce, mas o avanço dos estudos relacionados
à doença mostrou que dois fatores presentes no sangue das gestantes são
importantes na fisiopatologia da doença: o fator de crescimento placentário
(PlGF) e a tirosina quinase-1 (sFlt-1). Hoje, com a ajuda de testes
laboratoriais desses fatores em mulheres com risco de desenvolver ou com
suspeita de pré-eclampsia é possível medir a relação entre eles, permitindo
avaliar o risco de desenvolver ou não a doença. Este exame é realizado por
análise sanguínea a partir da 20º semana de gestação e pode ajudar na tomada de
decisão do médico de forma rápida, precisa e segura, evitando internações e
procedimentos desnecessários e, consequentemente, partos prematuros.
O exame
de biomarcadores para pré-eclâmpsia sFlt-1/PlGF é parte do protocolo utilizado
durante o estudo de redução da prematuridade, realizado pelo Prepare, sob
liderança do médico e professor Marcos Augusto Bastos Dias, que também organiza
o evento. Doutor em ciências na área de concentração de Saúde da Mulher e da
Criança, pelo Instituto Fernandes Figueira/FIOCRUZ, o médico participa em
pesquisas na área materno-infantil, atuando principalmente nos temas:
humanização da assistência, cesariana e mortalidade materna.
O médico
explica que, no Brasil, a taxa de prematuridade relacionada a pré-eclâmpsia é
duas vezes maior do que nos países desenvolvidos. “A morbimortalidade materna e
perinatal associada a pré-eclâmpsia ainda é muito alta no país e podemos melhorar
muito a assistência no pré-natal e parto que oferecemos às gestantes afetadas
por esta patologia. Poder utilizar testes que dão maior segurança aos
profissionais de saúde para cuidar de gestantes com pré-eclâmpsia permitindo
prolongar a gravidez e reduzir a prematuridade é, sem dúvida, um avanço no
cuidado desta patologia”, afirma.
Nenhum comentário:
Postar um comentário