Muitos ainda apresentam desconforto no momento de se apresentar
Desde os
primórdios dos tempos, a comunicação sempre foi essencial ao ser humano. Na
idade da pedra lascada, os hominídeos utilizavam gritos, gestos, símbolos e
sinais para transmitir um recado. Com a evolução, o ato se lapidou e, hoje, 55%
da mensagem é passada por meio da linguagem corporal, 38% pela voz e 7% por
palavras. No mercado de trabalho, estabelecer um diálogo claro e objetivo é
ponto fundamental. A habilidade é uma das competências mais almejadas pelos
recrutadores e entra no hall das soft skills, ou seja, aptidões mentais,
emocionais e sociais. Para entender o domínio dos jovens sobre o assunto, o Nube - Núcleo Brasileiro de
Estágios realizou o seguinte estudo: “Você tem medo de
falar em público?”.
Ao todo,
foram 50.212 participantes de todo o Brasil, com faixa etária entre 15 e 28
anos. O resultado apontou ainda ser um desafio difícil para muitos indivíduos:
30,34% dos pesquisados se mostraram inseguros com o tema. Desses, 20,04%, ou
10.060 votantes, disseram: “depende: quando conheço as pessoas eu falo bem”.
Para Rafaela Gonçalves, coordenadora de treinamento do Nube, com uma plateia
desconhecida, se torna necessário preparar-se mais e criar uma forma de
conhecê-la. “Por exemplo: ao visitar uma organização, fazer uma leitura sobre a
empresa (ramo, filiais, valores) pode auxiliar a alinhar o discurso e evitar
gafes”, explica. Contudo, mesmo na zona de conforto, se planejar é essencial.
Ainda de
acordo com quem tem dificuldades de se expressar, 6,34% (3.183) revelaram:
“sim! Fico muito impaciente e sempre esqueço de tudo” e 3,60% (1.810)
afirmaram: sim, odeio me expor e sou muito tímido(a)”. Para esses, existem
exercícios de autoconhecimento e relaxamento capazes de ajudar no equilíbrio
emocional. “Ansiedade é comum e faz parte do processo fisiológico. Afinal,
nosso cérebro dispara um turbilhão de informações para o sistema nervoso reagir
por meio do corpo”, analisa a especialista. Logo, para ela, superar esse
instinto é possível estudando o tema, entendendo e não decorando os argumentos,
chegando com antecedência ao local e tendo bom humor para criar um clima leve.
Na
contramão, há quem diga se sair bem com o hábito. Assim, 37,61% (18.885)
enfatizaram: “não tenho medo, mas preciso estar bem preparado(a)” e 32,41%
(16.274) comentaram: “não, falo com tranquilidade”. Manter a calma, de fato,
favorece o entendimento dos ouvintes e também agrega valor ao discurso. Por
isso, quanto maior o autocontrole, melhor será o resultado. De acordo com
Rafaela, a exposição e o julgamento alheio são inerentes a qualquer
palestrante. Então, estar prevenido emocionalmente e profissionalmente é
fundamental. “Nesse sentido, é válido considerar o interlocutor (idade, perfil,
vínculos culturais e sociais); conteúdo (roteiro, tempo, importância do
assunto) e postura”, indica. Fora isso, as dicas são:
- Cuidar
da linguagem para evitar erros de pronúncia.
- Distanciar-se de comentários polêmicos e discriminatórios.
- Ser coerente.
Lembre-se:
todo processo seletivo e rotina de trabalho em algum momento irão exigir essa
característica. “Portanto, quanto mais desenvolto e coeso o profissional for,
mais oportunidades de crescimento surgirão”, finaliza a coordenadora.
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