Fazer um balanço
do mês é o primeiro passo para mudar a situação econômica
Março de 2019 marcou o recorde de brasileiros no vermelho.
Atualmente, o país conta com 63 milhões de inadimplentes. As informações
repassadas pelo Serasa Experian mostram que no período de apenas um mês, entre
fevereiro e março, 800 mil pessoas ficaram negativadas.
Esse montante equivale a 40,3% da população adulta do
Brasil. Muito se deve ao fato de o desemprego ainda estar pairando por aí, mas
muitos dos que estão vendo suas contas não fecharem no final do mês não estão
desempregados. Alguns casos são de dívidas que acabam se acumulando e chegando
a valores que excedem o salário mensal.
Uesley Lima, fundador do Grupo The One e especialista em
Educação Financeira, explica que a primeira coisa a ser feita para mudar essa
realidade é assumir a responsabilidade pelo fato e a partir daí desenvolver um
controle das finanças. “Você precisa saber no final do mês o que está sobrando,
se está sobrando e para onde está indo o dinheiro”, aponta. Segundo ele,
o ideal é possuir uma planilha de controle, ou até mesmo um aplicativo, que
auxilie na hora de fazer o balanço do mês, pois de acordo com o especialista
muitas pessoas não sabem onde gastam o salário.
Nesse controle, então, deve ser colocado tudo aquilo que
entrou no mês, como salário e rendas extras, além também de todas as saídas,
como despesas com luz, água, aluguel e cartões. Ou seja, tudo que se aplicar à
realidade de quem está produzindo a planilha. “A primeira coisa a se
desenvolver então é esse balanço, pois no final de 30 dias você vai saber se
está sobrando, faltando ou empatando o dinheiro.”
Seguindo com as dicas, Uesley indica o segundo passo. Após
a identificação de que de fato se está com as contas no vermelho, tenha uma
conversa franca com a família, expondo a situação para que assim cheguem a um
consenso sobre o que deverá ser economizado. Com isso, já entram a terceira e a
quarta orientações: identificar para onde está indo o dinheiro e, assim, estancar
esse gasto e não deixar ele voltar a acontecer. “Se eu sei que o meu problema é
o gasto com cartão de crédito e eu vou lá e resolvo a questão, tenho que me
policiar para evitar que eu volte a fazer a mesma dívida”, declara.
De acordo com o especialista, o motivo mais comum que causa o
retorno da população para as suas dívidas, mesmo depois de quitadas, é o fator
consumo, pois muitas vezes as compras são realizadas mais por compulsão do que
por uma necessidade real. “Compre com mais qualidade e evite gastar com o que
não for necessário. Lembre do seu balanço, de quanto você está gastando por mês
e tente manter isso. Eu tenho certeza de que você vai conseguir seguir esses
passos e sair das dívidas. E quando começar a sobrar algum dinheiro por mês, aí
você vai poder começar a pensar em como investi-lo da melhor forma possível”,
aconselha.
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