Pelo fato de grande partes dos
casos serem diagnosticados tardiamente e por ser uma doença agressiva, o câncer
de pâncreas apresenta alta taxa de mortalidade. No Brasil, segundo o
Instituto Nacional do Câncer (INCA), é responsável por cerca de 2% de
todos os tipos de câncer diagnosticados e por 4% do total de mortes por essa
doença.
O pâncreas é uma glândula de
aproximadamente 15 a 20 cm de extensão, que se localiza atrás do
estômago - entre o duodeno e o baço, atravessando o
abdômen. Sua função no organismo é produzir hormônios –
como a insulina, glucagon e somatostatina e enzimas digestivas que
auxiliam na digestão.
De acordo com o cirurgião geral do
Hospital Nossa Senhora das Graças (HNSG), Dr. Eduardo Ramos, existem vários
tipos de câncer de pâncreas, e o prognóstico pode mudar
completamente de acordo com as características como o
tipo do tumor, a localização, e se não há metástases. “O mais comum é
o adenocarcinoma, tumor maligno que se forma nas glândulas de função exócrina.
Já o linfoma de pâncreas é muito raro”, explica o médico.
Sintomas
O médico explica que os
principais sintomas que podem indicar o câncer de pâncreas são dor
(80%), icterícia - olhos amarelados, urina escura, fezes
acinzentadas (60%), perda de peso (85%), fraqueza (86%), anorexia (80%),
náuseas (50%), diarreia (45%) e vômitos (33%). “Os sintomas podem
variar de acordo com a localização do tumor, mas o câncer de
pâncreas pode se apresentar de forma assintomática por longo
período”, relata o especialista.
O cirurgião geral explica que
o diagnóstico na maioria das vezes é feito pela história clínica do
paciente, com sintomas de perda de peso, dor abdominal ou icterícia. “O
diagnóstico sem sintomas, para pacientes com adenocarcinoma não é
frequente”, comenta Dr. Eduardo. Outros tumores pancreáticos, como lesões
císticas ou neuroendócrinas, podem ser diagnosticados de forma secundária.
Dentre os fatores de risco para
desenvolver o câncer de pâncreas, destacam-se idade, tabagismo e
obesidade. “A doença é mais comum em homens, em pacientes diabéticos e com
pancreatite crônica, por causas não elucidadas”, afirma o
médico. Outro fator relacionado pode ter ligação genética. “Existem
famílias que tem uma maior predisposição ao câncer de
pâncreas”, afirma. Já o consumo de álcool, café e fatores
dietéticos, não estão provados que tem relação com o câncer de pâncreas.
Tratamento
O tratamento consiste na retirada
completa do tumor por cirurgia, associada à quimioterapia ou
não. “Aproximadamente, de 15 a 20% dos pacientes são candidatos à cirurgia
com potencial de cura, devido ao diagnóstico ser frequentemente tardio, como
doença mais avançada”, destaca o médico.
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