Mesmo
diante de investimentos em equipamentos tecnológicos e treinamentos, de nada
adianta se funcionários, visitantes e prestadores de serviço e, principalmente,
os condôminos não aderirem às regras. Recentemente, uma quadrilha foi presa em
São Paulo após ser descoberta que alugava apartamentos em condomínios com o
intuito de realizar um arrastão na vizinhança do prédio. Segundo informações da
polícia, durante o ataque, a gangue usava luvas cirúrgicas, bonés e perucas
para dificultar a identificação.
Apesar
de ser uma modalidade mais arriscada, a abordagem de quadrilhas especializadas
em roubo neste tipo de local está cada vez mais comum e profissionalizada,
principalmente nos centros urbanos por conta de falhas de segurança existentes
nos condomínios.
"As
soluções de segurança são baseadas em círculos de proteção contemplando
tecnologia, pessoas e procedimentos e, nesse caso, ficou claro que o último
círculo de proteção (residência do morador) estava vulnerável e os crimes estão
cada vez mais organizados", explica Ellen Pompeu, mestre em segurança
habitacional pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Governo do Estado de
São Paulo e sócia-diretora da operação brasileira na ICTS Security, empresa de
consultoria em segurança, de origem israelense.
A
consultora, atuante há 25 anos na gestão e projetos de segurança pessoal e
patrimonial, recomenda cinco passos básicos para evitar arrastões nos
condomínios e manter a presença de bandidos longe do local. As orientações
estão alinhadas com medidas preventivas e ações práticas para momentos de
ameaça.
Vamos
a elas:
1.
Equipe de segurança: O
melhor investimento é aquele que, de fato, diminui riscos, minimiza
vulnerabilidades e promove mais segurança. Optar pela contratação de pessoas,
sejam elas funcionários do condomínio ou de empresas terceirizadas é uma
iniciativa sustentável e que potencializa a proteção do condomínio. A escolha
das pessoas e dos fornecedores passa, além da análise da solução proposta ao
projeto de segurança, levando em consideração as características do condomínio,
por uma análise prévia criteriosa sobre o perfil e histórico tanto dos
profissionais como das empresas terceirizadas.
2.
Treinar e conscientizar porteiros e zeladores: O crime não acaba, ele migra ou se
aprimora. Por isso, é importante sempre manter a equipe responsável pela
segurança do condomínio, principalmente porteiros e zeladores, atualizada com
relação aos atuais modus-operandi,
para auxiliá-los a identificar sinais suspeitos, garantir a execução e entendimento
dos procedimentos de rotina e emergência, bem como mantê-los inteirados das
melhores práticas para cada tipo de abordagem.
3.
Avaliação ética dos profissionais: Conhecer cada pessoa que compõe a equipe de segurança é
tão necessário quando portar as melhores tecnologias de proteção. De garagistas
a funcionários da limpeza, avaliar o risco individual de cada cargo reforça
ainda mais os elos que compõem a segurança condominial.
4.
Tecnologia e procedimentos:
Associar os recursos tecnológicos mais adequados para cada tipo de
empreendimento com os procedimentos, devidamente escritos e validados pela
administração e condôminos, respaldam a ação dos profissionais da segurança
para agirem corretamente em todas as situações.
5.
Melhoria contínua: Não
basta apenas ter tecnologia de ponta e profissionais capacitados. É preciso
desenvolver e aplicar um programa de melhoria contínua dos processos e soluções
já existentes a fim de detectar o surgimento de novos riscos para adotar
medidas de prevenção e mitigação previamente.
"O
investimento do apartamento é particular e é o último círculo de proteção do
morador. Medidas como a instalação de portas anti-vandalismo, olho mágico,
campainha, câmeras, entre outros equipamentos e o treinamento preventivo dos
funcionários da residência e dos próprios moradores para elevar o nível de
conscientização, contribuem de forma coletiva no conjunto de medidas protetivas
realizadas individualmente pelas unidades", finaliza Ellen Pompeu.
ICTS
Security
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