O
coordenador do MBA de Marketing e Negócios Digitais da Fundação Getulio Vargas
(FGV), André Miceli, alerta para os perigos da deep web. Segundo ele, não é um
lugar interessante para adolescentes e crianças ou mesmo adultos navegarem, por
ser um espaço de conteúdos ilegais – que vão desde malwares desenvolvidos por
hackers, em busca de dados pessoais –, a atividades ilegais.
Miceli,
no entanto, esclarece que o problema está na "dark web", uma
subdivisão da deep web. O especialista explica que a deep web possui 96% do
conteúdo da internet, que vão desde arquivos científicos, livros raros,
informações financeiras, até vírus e informações sobre crimes. A diferença é
que, ao contrário do que acontece na internet que conhecemos, essas páginas não
estão indexadas a motores de busca, nem podem ser acessadas pelos browsers que
usamos diariamente."Na 'dark web' estão salas de conversa que podem incitar a violência, comercializar drogas, contratar serviços e produtos ilícitos, organizar ações contra o governo e outras questões. Em função do que acontece nesse ambiente, ele é monitorado por governos, polícias e agências de inteligência. Já na deep web, estão site fechados, grupos e informações confidenciais.", explica André Miceli.
O professor da FGV esclarece que a "dark web" fornece mecanismos de anonimato que favorecem a ação de hackers e criminosos virtuais, além de pessoas que buscam compartilhar conteúdos censurados. "Lojas virtuais de mercadorias proibidas ou de difícil acesso, inclusive drogas ilícitas e armas também estão nesse ambiente", alerta o especialista em ambientes digitais.
Cuidados – André Miceli destaca que os pais devem estar
atentos aos acessos de seus filhos na deep web. O especialista sugere que os
responsáveis instalem um software de Controle Parental que permita bloquear os
endereços .onion e que fiscalizem diariamente e presencialmente a usabilidade
das crianças e adolescentes no ambiente virtual. "A deep web não é feita
apenas de coisas ruins. No entanto, vale verificar os acessos do TOR (The Onion
Router) – software que permite estabelecer conexões anônimas e acessar
conteúdos inadequados – e do I2P e Freenet, por exemplo. Assim é possível
prevenir problemas provenientes dos riscos e perigos desse ambiente",
ressalta André Miceli.
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