O mês reforça a
conscientização a respeito da importância de falar sobre doenças inflamatórias
intestinais
O mês de maio é representado pela cor roxa
para mobilizar a população sobre as doenças inflamatórias intestinais, que
envolve também a doença de Crohn - ligada às questões genéticas e hereditárias.
O histórico familiar pode aumentar as chances do seu surgimento em até 10
vezes, de pais para filho ou de ascendentes para descendentes.
A doença de Crohn trata-se de uma inflamação
crônica que afeta diretamente o sistema digestivo, podendo atingir desde a
região da boca até o ânus, explica João Paulo Barbosa, gastroenterologista do
Hapvida Saúde. “Os sintomas mais comuns são dor abdominal, principalmente na
região inferior à direita, diarreia crônica, sangue nas fezes, perda de peso e
fadiga”, diz.
Ainda que as causas não sejam
conhecidas, o especialista explica sobre as reações mais possíveis da
patologia. “Acredita-se que os fatores ambientais, a microbiota intestinal e a
imunidade do hospedeiro, interagem para iniciar e perpetuar o processo
inflamatório na mucosa do trato gastrointestinal em indivíduos predispostos
geneticamente”, esclarece Barbosa.
O estresse e a ansiedade fazem parte do dia a
dia, mas seus níveis elevados favorecem diversos problemas clínicos, inclusive
os intestinais. Por isso, podem ser considerados fatores psicológicos
relacionados ao quadro evolutivo. “Estes sentimentos podem servir de gatilho
para o surgimento em indivíduos predispostos ou estimular a recaída em quem já
possui o diagnóstico. Entende-se que o estresse envolve a desregulação
imunológica, o que deixaria o paciente mais sensível”, completa o
especialista.
O tratamento é realizado com medicamentos
imunossupressores e imunomoduladores. Já na fase aguda são utilizados os
corticoides e nos casos mais graves, pode ser conveniente uma intervenção
cirúrgica. “Vale lembrar que a indicação do tratamento deve ser sempre
compartilhada entre o clínico e o cirurgião”, conclui Barbosa.
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