Saiba o que mudou
nos últimos trinta anos
O vestibular foi instituído no Brasil em 1911 por
uma demanda de alunos mais qualificados nas universidades. De lá para cá, muita
coisa mudou. O número de universidades se multiplicou, o mercado cresceu e os
cursos preparatórios para vestibulares surgiram e se desenvolveram. Ao longo
desse tempo, as provas de vestibulares foram moldando sua estrutura e se
tornando cada vez mais complexas. Com os alunos não foi diferente: as gerações
de vestibulandos foram sendo moldadas - tanto pelos desafios de entrar na
universidade, quanto pelo desenvolvimento da cultura e tecnologia na esfera
global.
Conversamos com quatro professores de curso
pré-vestibular, com mais de trinta anos de carreira, sobre as principais
características dessa nova geração de vestibulandos. Saiba o que mudou nesses
trinta anos:
Idade e maturidade
Professor de História e Filosofia do Curso Positivo
desde 1983, Daniel Medeiros conta que os alunos de hoje são bem mais jovens e
maduros que os de antigamente. Por conta do mercado de trabalho cada vez mais
competitivo, eles estão se preocupando com o vestibular cada vez mais cedo, mas
apresentam uma maturidade maior por conta do convívio social dos dias atuais.
“Eles são mais atentos às coisas que os cercam, são alunos que ajudam a tornar
práticos os discursos de coletividade e de democracia - e isso é um avanço
muito bom”, afirma.
Tecnologia
Uma realidade agora é a presença de recursos e
ferramentas tecnológicas, como os celulares e computadores. Segundo o professor
de Biologia Wellington Carlos de Almeida, à frente de salas de pré-vestibular
desde 1978, a tecnologia ajuda muito no momento da aula com os recursos
multimidiáticos indisponíveis antigamente, no entanto, o celular e as redes
sociais acabam distraindo enormemente o estudante. “Quando eu comecei a dar
aula, tinha que fazer todos os desenhos dos bichinhos no quadro, hoje eu logo
encontro imagens e projeto. Em dois minutos, os alunos já estão vendo tudo o
que precisam ali. Por outro lado, incentivo os alunos a usarem o menos possível
as redes sociais, que vão tirar o foco deles”, conta Almeida.
Provas de vestibular
Outra característica que mudou ao longo das últimas
décadas e influencia no perfil do aluno foi o estilo das provas de
vestibulares. Adilson Longen, professor de Matemática no Curso Positivo desde
1987, explica que, com o passar do tempo, as provas passaram a cobrar mais
conhecimento do conteúdo do que a simples “decoreba”. “Hoje, com as habilidades
e competências que estão sendo cobradas, o aluno não resolve uma questão com
memorização, ele tem que ter um conhecimento muito amplo e muito forte a
respeito do conteúdo”, afirma. Além disso, ele lembra que a concorrência está
muito mais elevada. Com maior procura, as notas de corte estão cada vez mais
altas, demandando muito mais preparo dos estudantes.
Predominância feminina
Os professores também comentaram a mudança evidente
que ocorreu com o passar do tempo em relação ao gênero predominante em sala de
aula. Se antes havia muito mais homens que mulheres, hoje as mulheres são
maioria evidente em sala de aula. O professor de Língua Portuguesa desde 1976
no Curso Positivo, Braz Olegari, expõe que há vinte, trinta anos, muitos jovens
vinham de outras cidades para estudar em Curitiba. Segundo ele, os rapazes eram
maior número porque havia restrições ao fato de moças saírem de casa para
estudar, além de muitos cursos superiores ainda não serem de grande interesse
das mulheres. “Isso mudou e continua mudando. Hoje há mais moças que rapazes no
cursinho e, de modo geral, elas são mais dedicadas e exitosas”, revela.
Escolha da profissão
Quanto à escolha do curso superior, o número de
opções aumentou consideravelmente nos últimos trinta anos. O professor Adilson
Longen lembra que cursos muito procurados atualmente, como Engenharia de
Produção, nem existiam 20 anos atrás e, com tantas opções, os alunos acabam
tendo mais dificuldade no momento da decisão.
No entanto, apesar desse número de alternativas ter
crescido, o professor Daniel Medeiros expõe que os estudantes continuam, em sua
maioria, optando pelos cursos mais tradicionais: Medicina, Direito e
Engenharia. "As salas se tornaram mais plurais, mas a tradição ainda tem
um peso forte na escolha do futuro dos jovens do século XXI”, diz ele.
Para auxiliar no momento da decisão, o professor
Wellington Almeida lembra da importância da orientação profissional oferecida
pelo Curso, que ajuda o aluno a encontrar um caminho correspondente a suas
habilidades e sonhos.
Curso Positivo
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