Taxa de
redução desacelerou de 2015 para 2016; Sufocação é a única causa que apresenta
aumento em 15 anos
Em um ano, o número de
mortes de crianças e adolescentes, de zero a 14 anos, caiu 3,91% no Brasil. De
2015 para 2016, os casos de óbitos por motivos acidentais de meninos e meninas
dessa faixa etária no país passaram de 3.885 para 3.733, de acordo com os dados
divulgados recentemente pelo Ministério da Saúde e compilados pela Criança
Segura.
Desde 2001, ano em que a
Criança Segura passou a atuar no Brasil divulgando a cultura de prevenção de
acidentes com crianças como forma de salvar vidas, esse indicador teve uma
redução de 39,72%.
Ter menos crianças brasileiras
morrendo devido a acidentes é sempre uma excelente notícia, que deve ser
comemorada. Entretanto, esses últimos dados divulgados acederam um sinal de
alerta para a Criança Segura, pois houve diminuição no ritmo de queda da taxa
de mortes por acidentes na infância e adolescência no país.
“De 2014 para 2015,
observamos uma queda de 10% no número de mortes por causas acidentais de
crianças e adolescentes. Para 2016, esse índice apresentou um avanço bem menos
considerável. É preciso avaliar as causas dessa desaceleração para garantirmos
que os óbitos acidentais não voltem a crescer no país, o que seria um grande
retrocesso”, comentou Gabriela Guida de Freitas, coordenadora nacional da
Criança Segura.
Aumento dos casos de
sufocação é preocupante
Entre os tipos de acidentes
que podem acontecer com crianças, a sufocação tem gerado forte preocupação por
apresentar aumento constante. De 2015 para 2016, os óbitos por sufocação de
crianças e adolescentes de zero a 14 anos tiveram crescimento 2% (passando de
810 casos para 826 nesse período). De 2001 para 2016, o aumento das mortes por
esse tipo de acidente entre a população dessa faixa etária foi de 12%.
A sufocação é a principal
causa de morte acidental de crianças menores de um ano de idade. Dos 826 óbitos
por esse motivo que aconteceram em 2016, 77% dos casos aconteceram com bebês
com menos de um ano de vida.
A Criança Segura tem focado
seus esforços para divulgar medidas de prevenção desse tipo para toda a
população. Recentemente a organização divulgou uma campanha para alertar os
responsáveis por crianças sobre o risco de sufocação de bebês durante o sono. Assista os vídeos da campanha “Dormir Seguro”.
Classificação
|
Tipo de acidente
|
Número de mortes
|
1º
|
Trânsito
|
1292
|
2º
|
Afogamento
|
913
|
3º
|
Sufocação
|
826
|
4º
|
Queimadura
|
209
|
5º
|
Queda
|
183
|
6º
|
Intoxicação
|
74
|
|
Outros
|
236
|
|
Total
|
3733
|
Número de mortes por acidentes de crianças de zero a 14 anos por faixa etária:
Tipo de
acidentes
|
Menor 1 ano
|
1 a 4 anos
|
5 a 9 anos
|
10 a 14 anos
|
Total
|
Trânsito
|
90
|
305
|
352
|
545
|
1292
|
Queda
|
38
|
66
|
42
|
37
|
183
|
Afogamento
|
21
|
407
|
193
|
292
|
913
|
Sufocação
|
636
|
108
|
42
|
40
|
826
|
Queimadura
|
21
|
77
|
44
|
67
|
209
|
Intoxicação
|
3
|
43
|
15
|
13
|
74
|
Outros
|
25
|
81
|
63
|
67
|
236
|
Total
|
834
|
1087
|
751
|
1061
|
3733
|
Variação do número de mortes por acidentes de crianças de zero a 14 anos de 2001 a 2016:
Tipo de acidente
|
2001
|
2015
|
2016
|
Variação 2015/2016
|
Variação 2001/2016
|
Trânsito
|
2490
|
1389
|
1292
|
-6,98%
|
-48,11%
|
Queda
|
315
|
182
|
183
|
0,55%
|
-41,90%
|
Afogamento
|
1518
|
943
|
13
|
-3,18%
|
-41,02%
|
Sufocação
|
736
|
810
|
826
|
1,98%
|
12,23%
|
Queimadura
|
452
|
221
|
209
|
-5,43%
|
-53,76%
|
Intoxicação
|
93
|
64
|
74
|
15,30%
|
-20,43%
|
Outros
|
559
|
276
|
216
|
21,74%
|
-61,36%
|
Total
|
6163
|
3885
|
2813
|
-3,91%
|
-39,72%
|
A Criança Segura
A Criança Segura é uma
Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, dedicada à prevenção de
acidentes com crianças e adolescentes de até 14 anos. A organização atua no
Brasil desde 2001 e faz parte da rede internacional Safe Kids Worldwide,
fundada em 1987, nos Estados Unidos, pelo cirurgião pediatra Martin
Eichelberger.
Para cumprir sua missão,
desenvolve ações de Políticas Públicas – incentivo ao debate e participação nas
discussões sobre leis ligadas à criança, objetivando inserir a causa na agenda
e orçamento público; Comunicação – geração de informação e desenvolvimento de
campanhas de mídia para alertar e conscientizar a sociedade sobre a causa e
Mobilização – cursos à distância, oficinas presenciais e sistematização de
conteúdos para potenciais multiplicadores, como profissionais de educação,
saúde, trânsito e outros ligados à infância, promovendo a adoção de
comportamentos seguros.
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