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quinta-feira, 31 de maio de 2018

Beijar é bom. Mas há riscos para a saúde bucal?


Namorados de todos os cantos do Brasil aproveitam o dia 12 de junho para beijar ainda mais seus pares. Mas será que o beijo representa algum risco para a saúde bucal? Há quem acredite que o beijo – por estimular a produção de saliva – acaba naturalmente promovendo a limpeza da boca. Por outro lado, ao beijar os lábios de alguém, uma pessoa pode transmitir determinado número de bactérias e vírus causadores de doenças. Algumas doenças, inclusive, são mais facilmente transmissíveis através da saliva do que outras. De acordo com a cirurgiã-dentista Sandra Kalil, professora da Escola de Aperfeiçoamento Profissional da APCD (Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas), estar bem informado sobre esses riscos é o grande trunfo dos casais.

O primeiro item da lista de doenças transmitidas por vírus durante o beijo é a gripe, seguida das infecções respiratórias. “Claro que o vírus da gripe (influenza) é facilmente transmitido de pessoa para pessoa através das gotículas emitidas pela tosse ou espirro. Basta estar em um local fechado, bem próximo de alguém infectado, para existir o risco de transmissão. Imagine, então, um beijo. Maior proximidade não há. O mais grave é que, uma vez dentro do organismo, esse vírus pode destruir a membrana mucosa do trato respiratório e infectar as células, provocando infecções secundárias como pneumonia, sinusite, faringite, otite ou bronquite”, diz a doutora Sandra.

Além das doenças respiratórias, existe a mononucleose – esta sim, chamada de “doença do beijo”. De acordo com a cirurgiã-dentista, trata-se de um vírus menos contagioso que o da gripe, mas facilmente transmissível através do contato com a saliva de uma pessoa contaminada. “O indivíduo contaminado pode passar mais de um ano sem manifestar a doença. Nesse meio tempo, certamente irá contaminar outras pessoas com quem compartilhar momentos de intimidade, ou ainda talheres, copos etc. Os sintomas típicos da mononucleose incluem febre, cansaço, dor de garganta, dor de cabeça, dores musculares, tosses e náuseas. Mas é a fadiga intensa, a presença de ínguas no pescoço e o aumento do baço que ajudarão o médico a fechar um diagnóstico. Manchas vermelhas também fazem parte do quadro”.

Herpes simples também é outra doença viral transmitida pelo contato próximo entre as pessoas, principalmente pelo beijo. “Nos lábios, há formação de uma lesão geralmente nos cantos da boca. É nessa fase aguda da doença que o risco de contaminação é maior, podendo inclusive afetar os olhos. Mas há risco, também, de a pessoa contrair o herpes genital, que provoca úlceras e feridas nos órgãos sexuais. Se na boca o problema muitas vezes se resolve sozinho entre dez e quinze dias, quando o herpes atinge os genitais é preciso consultar um médico e começar a tratar com medicamentos específicos para combater os sintomas, curar as feridas e reduzir a possibilidade de desdobramentos”, diz Sandra Kalil – chamando atenção que também a hepatite B é transmitida pelo beijo. “Neste caso, embora o sangue tenha níveis maiores do vírus do que a saliva, a infecção pode ocorrer quando há o contato com a mucosa de uma pessoa infectada”.

A esta altura, se os casais estão com medo por causa do potencial de um simples beijo transmitir essas doenças, a boa notícia é que bocas saudáveis têm muitas bactérias boas, que contribuem para manter a saúde bucal e geral em ordem. Sendo assim, quem cuida bem da saúde e escova os dentes regularmente – passando sempre fio dental para eliminar restos de alimentos que atraem bactérias nocivas e causadoras de cárie –, não precisa se alarmar tanto. Basta evitar o contato apenas quando estiver realmente doente. “Por outro lado, quem não se dedica como se deve à higiene bucal, pode até mesmo aumentar as chances de seu par ter mais lesões de cárie e doenças periodontais, como a gengivite. Sendo assim, o ideal é escolher bem quem se vai namorar, tendo a higiene como critério fundamental”, recomenda a cirurgiã-dentista.  




Fonte: Dra. Sandra Kalil Bussadori - cirurgiã-dentista, professora da Escola de Aperfeiçoamento Profissional da APCD - Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas, www.apcd.org.br/eap



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