No cinema e nas novelas, homens e mulheres
de meia-idade parecem estar sempre prontos para o sexo. De fato, ninguém
imagina um galã falhando na hora H nem uma protagonista confessando que está
com baixa energia sexual. Mas então entram os comerciais e surge alguém dizendo
que um número altíssimo de homens tem problemas de ereção ou ejaculação
precoce. O que é verdade nisso tudo? De acordo com o médico urologista Arnaldo
Cividanes, diretor técnico do Hospital SAHA, em São Paulo, embora o
termo ‘disfunção sexual’ seja bastante amplo, ele atinge homens e mulheres de
várias idades. “O maior problema é que muitos casais sofrem em silêncio
justamente por vergonha de consultar um médico. Mas cerca de sete em cada dez
casais precisarão passar por ajustes no aspecto sexual ao longo do
relacionamento. A boa notícia é que há vários recursos disponíveis, hoje em
dia, para melhorar a saúde sexual”.
Entre os homens, Cividanes destaca a
disfunção erétil – que é quando um homem enfrenta dificuldade em ter ou manter
uma ereção. “O problema é mais comum a partir da meia-idade, embora possa
ocorrer em várias fases da vida por motivos diferentes. Neste caso, homens com
sobrepeso ou obesidade, sedentários, cardiopatas, aqueles com altas taxas de
açúcar no sangue, pressão alta, ou que sofreram trauma na região pélvica são
mais propensos a enfrentar dificuldades na vida sexual. Pacientes em tratamento
de câncer de próstata ou que já foram submetidos à retirada total da próstata
também podem sentir dificuldade nas relações sexuais. Na verdade, quando o
homem começa a enfrentar episódios frequentes de disfunção erétil e deixa de
buscar ajuda especializada, acaba perdendo o desejo e se acostumando com a
situação, embora seja muito desconfortável”.
Já entre as mulheres, o médico afirma que o
mais comum são as dores durante a relação sexual e uma queda na libido a partir
dos 40 anos. “Assim como acontece com os homens, alguns problemas emocionais e
de saúde afetam o desejo e a satisfação sexual feminina. Mas no caso das
mulheres variações hormonais desempenham um papel fundamental. A queda na
produção de estrogênio pode levar a um ressecamento vaginal que muitas vezes é
doloroso se o casal não utiliza lubrificantes. Que mulher, nessas condições,
acharia prazeroso fazer sexo sabendo que vai doer? Novamente, vale dizer que há
tratamento para tudo e que o termo disfunção sexual não se refere somente aos
homens”.
Cividanes explica que, nos últimos 20 anos,
muito se avançou em termos de tratamento da disfunção sexual masculina. Mais
recentemente, também as mulheres passaram a ser foco da ciência e da indústria
farmacêutica, que buscam socorrer homens e mulheres para que tenham uma vida
sexual ativa longa e bem-sucedida. “Outro ponto importante é considerar
questões emocionais, como ansiedade, depressão e trauma por acontecimentos do
passado. Numa sociedade cada vez mais competitiva, em que homens e mulheres
buscam se destacar o máximo possível no mercado de trabalho, o estresse é mais
um fator a ser considerado ao se analisar o contexto do paciente com disfunção
sexual. Às vezes a pessoa dedica tanta energia na carreira, que não sobra muita
coisa para investir no relacionamento. Isso pesa. Por isso, é sempre bom que os
homens recorram a um urologista para resolver eventuais problemas da sua vida
sexual – assim como as mulheres podem recorrer ou a um ginecologista, ou a um
urologista. O importante é não se conformar e saber que o sexo faz parte da
vida”.
Fonte: Dr. Arnaldo Cividanes - médico urologista, diretor clínico do Hospital SAHA, em São Paulo – www.hospitalsaha.com.br
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