Especialistas alertam para riscos de
transmissão de doenças durante a Copa Do Mundo
Doenças
virais como a gripe o sarampo e a dengue, além da vinda de novas doenças de
outros países preocupam
Entre 12 de
junho e 13 de julho, o Brasil deve receber mais de 600 mil turistas de diversos
países para a Copa do Mundo, aumentando assim a circulação de vírus no país. A
gripe é uma das principais preocupações nessa época, já que o vírus influenza
está mais presente no outono e inverno. Como o evento vai acontecer exatamente
na estação mais fria do ano no Brasil, especialistas já demonstram preocupação
com o aumento de casos dessa e outras doenças.
O bioquímico e
responsável técnico do LANAC – Laboratório de Análises Clínicas, Marcos
Kozlowski, explica que o vírus da gripe pode ser transmitido em ambientes
aglomerados, como os estádios de futebol, por meio de espirros e objetos
contaminados. “Há, ainda, a possibilidade de o turista trazer consigo novos
tipos de vírus, que podem se disseminar entre a população não vacinada”. O
sarampo está entre as doenças que podem ser ‘trazidas’ pelos turistas - desde
2000, o Brasil estava livre da doença, mas como ela ainda não foi totalmente
erradicada em alguns países da Europa, Ásia e África, há a chance de ser
disseminada aqui. “O problema do sarampo é que a taxa de surto do vírus é muito
alta, por isso, quem nunca foi vacinado ou não se lembra (exceto gestantes),
deve procurar um posto de vacinação”, afirma.
Segundo o
especialista, a melhor forma de afastar o risco da gripe e do sarampo é tomar a
vacina, que imuniza contra os vírus, mas atitudes simples também podem prevenir
a contaminação. “Manter os ambientes bem ventilados, fazer a lavagem e a
assepsia correta das mãos, além de buscar tratamento médico logo no início dos
sintomas são tão importantes quanto a imunização”, adverte.
Há também, o
risco de surtos de dengue. Nos primeiros quatro meses do ano, os casos da
doença no país já superaram os de 2013. Foram 3.050 de janeiro a abril, contra
2.617 em todo o ano passado. Devido ao calor e as chuvas que atingem o
nordeste brasileiro nessa época do ano, três cidades, Natal, Fortaleza e Recife,
são as com maior risco de epidemia de dengue durante a Copa do Mundo.
Nova
doença
Outro temor dos
especialistas é que entre no Brasil uma doença totalmente nova: a febre chikungunya.Os mosquitos
Aedes aegypti e A. albopictus – os mesmos que transmitem a dengue – são
eficazes em transmitir a doença que já existe na África, Ásia e Europa, e
recentemente chegou à América.
De acordo
Kozlowski, a Copa potencializa o risco da febre desembarcar no país. “O vírus
responsável por essa doença já está instalado em algumas ilhas do Caribe e
chegou recentemente à Guiana Francesa. Como temos uma quantidade grande do
mosquito no Brasil, pode acontecer, sim, da doença chegar aqui através dos
turistas.”
A febre chikungunya tem
sintomas semelhantes aos da dengue, mas causa dores articulares fortes quase
imediatamente, principalmente nas mãos e nos pés. Essas dores podem continuar
incomodando por um tempo mais longo, por semanas ou meses. Para o especialista,
a possibilidade de o vírus chegar aqui preocupa porque pode confundir o
diagnóstico. “Se uma pessoa tiver chikungunya e os agentes de saúde acharem que
é dengue, ou vice-versa, a doença pode evoluir para um quadro mais grave de
forma mais rápida”, exemplifica. Por isso, ele propõe uma vigilância cerrada
para evitar que o vírus chikungunya se instale aqui. “A principal recomendação
continua sendo a de evitar acúmulo de água em locais que possam favorecer a
proliferação do mosquito que transmite tanto a dengue, quanto a chikungunya".
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