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segunda-feira, 9 de junho de 2014


Especialistas alertam para riscos de transmissão de doenças durante a Copa Do Mundo

 

Doenças virais como a gripe o sarampo e a dengue, além da vinda de novas doenças de outros países preocupam

 

Entre 12 de junho e 13 de julho, o Brasil deve receber mais de 600 mil turistas de diversos países para a Copa do Mundo, aumentando assim a circulação de vírus no país. A gripe é uma das principais preocupações nessa época, já que o vírus influenza está mais presente no outono e inverno. Como o evento vai acontecer exatamente na estação mais fria do ano no Brasil, especialistas já demonstram preocupação com o aumento de casos dessa e outras doenças. 

O bioquímico e responsável técnico do LANAC – Laboratório de Análises Clínicas, Marcos Kozlowski, explica que o vírus da gripe pode ser transmitido em ambientes aglomerados, como os estádios de futebol, por meio de espirros e objetos contaminados. “Há, ainda, a possibilidade de o turista trazer consigo novos tipos de vírus, que podem se disseminar entre a população não vacinada”. O sarampo está entre as doenças que podem ser ‘trazidas’ pelos turistas - desde 2000, o Brasil estava livre da doença, mas como ela ainda não foi totalmente erradicada em alguns países da Europa, Ásia e África, há a chance de ser disseminada aqui. “O problema do sarampo é que a taxa de surto do vírus é muito alta, por isso, quem nunca foi vacinado ou não se lembra (exceto gestantes), deve procurar um posto de vacinação”, afirma.

Segundo o especialista, a melhor forma de afastar o risco da gripe e do sarampo é tomar a vacina, que imuniza contra os vírus, mas atitudes simples também podem prevenir a contaminação. “Manter os ambientes bem ventilados, fazer a lavagem e a assepsia correta das mãos, além de buscar tratamento médico logo no início dos sintomas são tão importantes quanto a imunização”, adverte.

Há também, o risco de surtos de dengue. Nos primeiros quatro meses do ano, os casos da doença no país já superaram os de 2013. Foram 3.050 de janeiro a abril, contra 2.617 em todo o ano passado.  Devido ao calor e as chuvas que atingem o nordeste brasileiro nessa época do ano, três cidades, Natal, Fortaleza e Recife, são as com maior risco de epidemia de dengue durante a Copa do Mundo.

Nova doença

Outro temor dos especialistas é que entre no Brasil uma doença totalmente nova: a febre chikungunya.Os mosquitos Aedes aegypti e A. albopictus – os mesmos que transmitem a dengue – são eficazes em transmitir a doença que já existe na África, Ásia e Europa, e recentemente chegou à América.

De acordo Kozlowski, a Copa potencializa o risco da febre desembarcar no país. “O vírus responsável por essa doença já está instalado em algumas ilhas do Caribe e chegou recentemente à Guiana Francesa. Como temos uma quantidade grande do mosquito no Brasil, pode acontecer, sim, da doença chegar aqui através dos turistas.”

A febre chikungunya tem sintomas semelhantes aos da dengue, mas causa dores articulares fortes quase imediatamente, principalmente nas mãos e nos pés. Essas dores podem continuar incomodando por um tempo mais longo, por semanas ou meses. Para o especialista, a possibilidade de o vírus chegar aqui preocupa porque pode confundir o diagnóstico. “Se uma pessoa tiver chikungunya e os agentes de saúde acharem que é dengue, ou vice-versa, a doença pode evoluir para um quadro mais grave de forma mais rápida”, exemplifica. Por isso, ele propõe uma vigilância cerrada para evitar que o vírus chikungunya se instale aqui. “A principal recomendação continua sendo a de evitar acúmulo de água em locais que possam favorecer a proliferação do mosquito que transmite tanto a dengue, quanto a chikungunya".

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