A
partir deste ano, professores das redes pública e privada passam a integrar o
público-alvo.
O Ministério da Saúde lançou a 19ª Campanha Nacional de Vacinação
Contra a Influenza, que começa no dia 17 de abril. Em São Paulo, o público-alvo
da campanha é de aproximadamente 12,6 milhões de pessoas. Em todo o país, 54,2
milhões de pessoas devem ser vacinadas até o dia 26 de maio. Para isso, serão
distribuídas, ao todo, 60 milhões de doses da vacina, sendo 13,8 milhões para o
estado. A meta do Ministério da Saúde é vacinar, pelo menos, 90% da população
prioritária, considerada de risco para complicações por gripe.
A novidade deste ano é que os professores passam a fazer parte do
público-alvo da campanha. Cerca de 2,3 milhões de professores das redes pública
e privada deverão ser vacinados. Também foi lançada campanha publicitária com o
slogan “Vacine-se. Deixe a gripe pra lá”, tendo como padrinho o sambista
Martinho da Vila.
O objetivo do Ministério da Saúde é vacinar 90% desta população,
considerada de risco para complicações por gripe. A meta de vacinação deste ano
aumentou devido aos índices alcançados nos últimos anos, que ultrapassaram 80%.
Em 2016, inclusive, foi o primeiro ano que este índice ultrapassou 90%,
atingindo 93,5% de cobertura vacinal.
Integram o público-alvo da campanha, pessoas a partir de 60 anos,
crianças de seis meses a menores de cinco anos (quatro anos, 11 meses e 29
dias), trabalhadores de saúde, professores das redes pública e privada, povos
indígenas, gestantes, puérperas (até 45 dias após o parto), pessoas privadas de
liberdade – o que inclui adolescentes e jovens de 12 a 21 anos em medidas
socioeducativas - e os funcionários do sistema prisional.
Os portadores de doenças crônicas não transmissíveis, que inclui
pessoas com deficiências específicas, também devem se vacinar. Para esse grupo
não há meta específica de vacinação. Este público deve apresentar prescrição
médica no ato da vacinação. Pacientes cadastrados em programas de controle das
doenças crônicas do Sistema Único de Saúde (SUS) deverão se dirigir aos postos
em que estão registrados para receberem a vacina, sem a necessidade de
prescrição médica.
A escolha dos grupos prioritários segue recomendação da
Organização Mundial da Saúde (OMS). Essa definição também é respaldada por
estudos epidemiológicos e pela observação do comportamento das infecções
respiratórias, que têm como principal agente os vírus da gripe. São priorizados
os grupos mais suscetíveis ao agravamento de doenças respiratórias.
DIA D - No total, 60 milhões de
doses da vacina foram adquiridas para distribuição aos
estados que, por sua
vez, têm a responsabilidade de repassar aos municípios para a realização da
campanha. No dia de mobilização nacional, 65 mil postos de vacinação, com
envolvimento de 240 mil pessoas, estarão abertos em todo o país. Também estarão
disponíveis, para a mobilização, 27 mil veículos terrestres, marítimos e
fluviais.
A vacina contra gripe é segura e reduz as complicações que podem
produzir casos graves da doença, internações ou, até mesmo, óbitos. Estudos
demonstram que a vacinação pode reduzir entre 32% a 45% o número de
hospitalizações por pneumonias e de 39% a 75% a mortalidade por complicações da
influenza. A vacina protege contra os três subtipos do vírus da gripe que mais
circularam no último ano no Hemisfério Sul, de acordo com determinação da OMS
(A/H1N1; A/H3N2 e influenza B). Neste ano, houve mudança na cepa do vírus
A H1N1 para A/Michigan/45/2015 (H1N1) pdm09. Desde 2009, a cepa do vírus A H1N1
utilizada nos países a sul da linha do Equador era A/California/7/2009 (H1N1)
pdm09.
CAMPANHA – Neste ano, a Campanha
Nacional de Vacinação Contra a Influenza terá como padrinho, o sambista
Martinho da Vila, que vai convocar todos os públicos a se vacinarem, em
especial os idosos. A campanha publicitária começa ser veiculada no próximo
domingo (16) e continua no ar até o último dia da campanha, 26 de maio.
Em versos que falam que “a vida vai melhorar, se você se vacinar”,
o sambista faz um convite para “deixar a gripe pra lá”. A campanha publicitária
será exibida em TV aberta, rádio, nos meios impresso (jornais e revistas),
mídia exterior (busdoor, placas em ruas e avenidas, abrigo de ônibus, metrô),
no meio online (internet e com ações nas redes sociais).
PREVENÇÃO - A transmissão dos vírus
influenza acontece por meio do contato com secreções das vias respiratórias,
eliminadas pela pessoa contaminada ao falar, tossir ou espirrar. Também ocorre
por meio das mãos e objetos contaminados, quando entram em contato com mucosas
(boca, olhos, nariz). À população em geral, o Ministério da Saúde orienta a
adoção de cuidados simples como medida de prevenção para evitar a doença, como:
lavar as mãos várias vezes ao dia; cobrir o nariz e a boca ao tossir e
espirrar; evitar tocar o rosto; não compartilhar objetos de uso pessoal; além
de evitar locais com aglomeração de pessoas.
É importante lembrar que, mesmo pessoas vacinadas, ao apresentarem
os sintomas da gripe - especialmente se são integrantes de grupos mais
vulneráveis às complicações - devem procurar, imediatamente, o médico. Os
sintomas da gripe são: febre, tosse ou dor na garganta, além de outros, como
dor de cabeça, dor muscular e nas articulações. Já o agravamento pode ser
identificado por falta de ar, febre por mais de três dias, piora de sintomas
gastrointestinais, dor muscular intensa e prostração.
REAÇÃO ADVERSA – Após a aplicação
da vacina, podem ocorrer, de forma rara, dor no local da injeção, eritema e
enrijecimento. São manifestações consideradas benignas, cujos efeitos costumam
passar em 48 horas. A vacina é contraindicada para pessoas com história
de reação anafilática prévia em doses anteriores ou para pessoas que tenham
alergia grave relacionada a ovo de galinha e seus derivados. É importante
procurar o médico para mais orientações.
MEDICAMENTO - O uso do antiviral está
indicado para todos os casos de síndrome respiratória aguda grave e casos de
síndrome gripal com condições e fatores de risco para complicações, de acordo
com o Protocolo de Tratamento de Influenza, do Ministério da Saúde de 2015. No
caso de pacientes com síndrome gripal, sem condições e fatores de risco para
complicações, a prescrição do fosfato de oseltamivir deve ser considerada com
base em avaliação clínica. O tratamento deve ser realizado, preferencialmente,
nas primeiras 48 horas após o início dos sintomas.
Todos os estados estão abastecidos com o medicamento e devem disponibilizá-lo
em suas unidades de saúde. Até o início de março deste ano, o Ministério da
Saúde enviou às secretarias de saúde dos estados, 793,2 mil unidades
Oseltamivir (30 mg) e 3,4 milhões do medicamento de 75 mg.
DADOS 2016 - Até 1º de abril, foram registrados
276 casos de influenza em todo o país e 48 mortes. Do total, 21 foram por H1N1,
sendo que seis evoluíram para óbito. Em todo o ano passado, o Ministério da
Saúde registrou 12.174 casos de influenza de todos os tipos no Brasil. Deste
total, 10.625 foram por influenza A (H1N1), sendo 1.987 óbitos. Em São Paulo,
foram registrados 105 casos de influenza e 16 óbitos, até 1º de abril.
O Brasil possui uma rede de unidades sentinelas para vigilância da
influenza, distribuídas em serviços de saúde de todas as unidades federadas,
que monitoram a circulação do vírus influenza por meio de casos de síndrome
gripal (SG) e síndrome respiratória aguda grave (SRAG).
CASOS E ÓBITOS POR SRAG/INFLUENZA NO BRASIL:
ANO |
TOTAL SRAG INFLUENZA
|
TOTAL SRAG INFLUENZA H1N1
|
TOTAL SRAG H3N2
|
TOTAL SRAG INFLUENZA B
|
TOTAL SRAG INFLUENZA A NÃO
SUBTIPADO
|
|||||
CASOS
|
ÓBITOS
|
CASOS
|
ÓBITOS
|
CASOS
|
ÓBITOS
|
CASOS
|
ÓBITOS
|
CASOS
|
ÓBITOS
|
|
2013
|
5.935
|
955
|
3.733
|
768
|
669
|
62
|
1337
|
85
|
198
|
41
|
2014
|
1.794
|
326
|
465
|
163
|
1.042
|
105
|
190
|
24
|
97
|
34
|
2015
|
1.089
|
175
|
141
|
36
|
599
|
75
|
234
|
39
|
115
|
25
|
2016
|
12.174
|
2.220
|
10.625
|
1.987
|
49
|
10
|
642
|
59
|
858
|
164
|
2017*
|
276
|
48
|
21
|
6
|
158
|
20
|
63
|
21
|
34
|
1
|
*Dados de 2017 até o dia 1º de abril
Público-alvo da campanha de 2017
PÚBLICO-ALVO
|
ESTIMATIVA
|
Idosos (maio de 60 anos)
|
20,8
|
Crianças (de seis meses a menores
de 5 anos)
|
12,8 milhões
|
Trabalhadores de saúde
|
4,6 milhões
|
Gestantes
|
2,2 milhões
|
Puérperas (até 45 dias após o
parto)
|
367,2 mil
|
Povos indígenas
|
652,8 mil
|
População privada de liberdade
|
680,1 mil
|
Funcionários do sistema prisional
|
100,4 mil
|
Pessoas com comorbidades (diabetes;
hipertensão; transplantados)
|
9,4 milhões
|
Professores da rede pública e
privada
|
2,3 milhões.
|
Amanda Mendes
Agência Saúde