Cerca de 2,5% da população brasileira
convive com psoríase; mais de 20% desses pacientes podem desenvolver artrite
psoriásica, e conviver com dores e problemas cardíacos e neurológicos [i] [ii] [iii]
A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no
Sistema Único de Saúde (Conitec) abriu, na terça-feira, 17 de setembro, duas
Consultas Públicas para avaliar a incorporação
do medicamento ixequizumabe para tratamentos de psoríase e artrite psoriásica
no SUS.
As contribuições para as consultas de número 58/2024 e de número 57/2024 podem ser
realizadas pela população até 7 de outubro pela plataforma Participa Mais Brasil.
O medicamento já faz parte do rol da Agência
Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para ambas as doenças.[i] A aprovação pela ANS se baseou em estudos
clínicos que demonstraram sua segurança e eficácia rápida e sustentada no
alívio das dores articulares e de coluna (melhora significativa nas dores a
partir da segunda semana e inibição da progressão radiográfica da doença para
74% dos pacientes em 3 anos), típicas da artrite psoriásica, e na melhora nas
lesões de pele dos pacientes com psoríase (entre 87 e 90% do pacientes
apresentam melhora significativa nas lesões em 12 semanas, com resultados
significativos a partir da segunda semana). [ii] [iii] [iv] [v] [vi] [vii]
A possibilidade de incorporação do medicamento na
rede pública pode favorecer a universalização no acesso a tratamento para essas
doenças no país, uma vez que menos de 25% da população, cerca de 50 milhões de
brasileiros, têm acesso a planos de saúde privados[viii].
Problemas de saúde para além da pele
A psoríase é uma doença autoimune não contagiosa que é
caracterizada por lesões de pele que apresentam, geralmente, placas de
descamação (eritemato-escamosas). Fatores como o clima, principalmente o frio,
picos de estresse, infecções e alguns medicamentos, como anti-inflamatórios e
corticosteroides, podem atuar como gatilhos para pacientes.1 2
Embora pessoas de todas as idades possam ser diagnosticadas com
psoríase, o auge da doença é mais comum em adultos entre 20 e 50 anos. Cerca de
2,5% da população brasileira convive com a enfermidade, que afeta não apenas a
saúde física dos pacientes, por conta das crises de coceira e dor, mas a
mental, sobretudo por conta de problemas de sono e impactos na autoestima
causados por ela. 1 2
Dados do Ministério da Saúde indicam que 80% dos casos são leves a
moderados, com controle efetivo por meios tópicos. Na forma mais comum, por
exemplo, as escamas das lesões são simétricas e localizam-se principalmente nos
joelhos, cotovelos, couro cabeludo e parte inferior da coluna vertebral. 1 2
Para além da pele, cerca de 20 a 30% dos pacientes com psoríase
podem desenvolver artrite psoriásica (ou psoriática), uma doença inflamatória
sistêmica associada à doença de pele3. Essa forma de artrite faz parte do grupo das
espondiloartrites e pode afetar pele, unhas, articulações periféricas, ossos da
parte central do corpo (esqueleto axial), como crânio, coluna vertebral e caixa
toráxica e dedos, causando dores limitantes e que afetam a qualidade de vida
dos pacientes. Cerca de 84% dos pacientes com artrite psoriásica relatam que os
primeiros sintomas articulares surgiram após 12 anos do início das lesões de
pele da psoríase.3
Além dos sintomas característicos de cada uma das doenças, ambas
estão diretamente relacionadas a outras comorbidades potencialmente graves,
como doenças cardiovasculares, obesidade, síndrome metabólica, diabetes, hipercolesterolemia,
doenças autoimunes, osteoporose, doenças inflamatórias intestinais, problemas
renais, transtornos psiquiátricos, e distúrbios neurológicos e pulmonares1, o que faz do
tratamento algo fundamental não apenas para a busca pelo controle das doenças,
mas para impedir a evolução para formas mais graves que impactam na qualidade
de vida dos pacientes.3
Contribuição popular
As Consultas Públicas são mecanismos de participação social que
permitem a contribuição e o engajamento da sociedade civil e de especialistas
em decisões importantes acerca de incorporação de novos tratamentos,
procedimentos e medicamentos à lista do SUS.
Por meio delas, pacientes, médicos, organizações não
governamentais, familiares e amigos de pessoas impactadas por doenças como a
psoríase e artrite psoriásica podem encaminhar suas opiniões e considerações
técnicas, no caso de especialistas, para que a Conitec as utilize como
subsídios de análise para fechar parecer favorável, ou não, à incorporação de
uma nova tecnologia ao sistema público de saúde do país.
A fim de simplificar a contribuição, todas as Consultas Públicas
estão reunidas na plataforma Participa Mais Brasil.
Ao acessar o site, basta realizar o login na plataforma gov.br,
clicar na aba “opine”, localizar a Consulta Pública de interesse por número e
seguir com o preenchimento de todos os campos do formulário para enviar suas
respostas.
As Consultas Públicas de psoríase e de artrite
psoriásica podem ser encontradas nos links Link e Link, respectivamente. As contribuições podem
ser enviadas até 7 de outubro.
Eli Lilly do Brasil
Para saber mais, acesse o site da Lilly do Brasil
Instagram, Facebook e LinkedIn.
Referências:
[1] Brasil, Conitec. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas Psoríase. Maio de 2021. Disponível em: Link. Acesso em 05/08/2024.
[1] Sociedade Brasileira de Dermatologia. Doenças. Psoríase. Disponível em: Link. Acesso em 05/08/2024.
[1] Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Especializada à Saúde. PORTARIA CONJUNTA Nº 09, DE 21 DE MAIO DE 2021. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Artrite Psoríaca. Acesso em: Link. Acesso em 05/08/2024.
[1] Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Resolução Normativa. Disponível: Link. Acesso em 23/05/2024.
[1] Bula do produto Taltz (exequizumabe). Disponível em: Link. Acesso 23/08/2024.
[1] Van der Heijde D, et al. POS0918. ARD 2021;80(Suppl1):720.
[1] Orbai AM, et al. Rheumatol. Ther. 2021;8(1):199217
[1] Mease P, et al. Ann Rheum Dis. 2017: 76: 79-87
[1] Nash M, et al. Lancet. 2017:289:2317-2327
[1] Chandran V, et al. Rheumatology (Oxford). 2020:59(10):2774-2784
[1] Brasil, ANS. Setor fecha 2023 com 51 milhões de beneficiários em planos de assistência médica. Disponível em: Link. Acesso em 23/08/2024.