As taxas de sobrevida de mulheres com
cânceres ginecológicos saltaram de 60,9%, em 2000, para 83,6% em 2017, segundo
a pesquisa do Cancer Center
Os cânceres ginecológicos costumam atingir a população feminina
independentemente de predisposição genética. Diante disso, a campanha Setembro
em Flor foi criada com o objetivo da conscientização sobre os sintomas, formas
de prevenção, descoberta precoce e meios de tratamento contra tumores no colo
do útero, ovário, endométrio (camada mais interna do útero), vagina e vulva. De
acordo com os dados mais recentes do Instituto Nacional do Câncer (INCA), mais
de 30 mil mulheres recebem anualmente diagnósticos de câncer ginecológico,
sendo mais de 16 mil casos apenas de câncer de colo uterino.
Uma das principais dificuldades na detecção precoce do câncer de
colo do útero é a ausência de sintomas. Por isso, consultas regulares ao
ginecologista e a realização de exames preventivos são fundamentais para
reduzir os casos diagnosticados tardios e melhorar as chances de sucesso no
tratamento. “Abordar a prevenção é fundamental. É preciso fazer exames
preventivos como o Papanicolau, especialmente porque alguns tipos de câncer,
como o do colo do útero, podem ser evitados com o rastreamento adequado”,
alerta o Dr. Glauco Baiocchi Neto, Líder do Centro de Referência em Tumores
Ginecológicos do A.C.Camargo Cancer Center.
O especialista ainda destaca a importância da vacinação contra o
Papilomavírus Humano (HPV), infecção viral transmitido sexualemente que está
associado a quase todos os casos de câncer de colo do útero, além de outros
tipos de câncer, como o anal (95% dos casos), orofaringe (73%), vagina (65%) e
vulva (50%). O Ministério da Saúde, por meio do SUS, disponibiliza gratuitamente
a vacina quadrivalente contra o HPV para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11
a 14 anos, aplicada em duas doses com intervalo de seis meses. O órgão também
fornece o imunizante, com indicação de três doses, para mulheres e homens com
imunossupressão (diminuição de resposta imunológica), vivendo com HIV/Aids,
transplantadas de tumores sólidos ou hematológicos e pacientes oncológicas de 9
a 45 anos. “Além da vacina, é fundamental adotar outras estratégias de
prevenção, como o uso de preservativos nas relações sexuais, a realização de
exames de rastreamento regulares e o tratamento das lesões precursoras",
ressalta Glauco.
O médico também chama a atenção para sinais de alerta, como
sangramentos vaginais anormais após relações sexuais, entre os ciclos
menstruais ou na pós-menopausa. Caso a mulher tenha esses sintomas, é
recomendado buscar uma avaliação, pois dentre as possíveis causas estão as
neoplasias de colo do útero, endométrio e vagina.
Outro tumor ginecológico de destaque é o câncer de ovário, que
muitas vezes está associado a um histórico familiar de câncer de mama ou
ovário. Esta neoplasia, que ainda não tem formas eficazes de prevenção e
costuma ser silenciosa, é uma das mais letais. “Estar alerta ao histórico
médico familiar, também é uma das formas de cuidado. O câncer de ovário é uma
doença que pode estar associada a predisposição genética”, finaliza o
especialista. Diante de sintomas inespecíficos como desconforto abdominal,
sensação de digestão incompleta, aumento do volume abdominal ou alterações
urinárias e intestinais, é recomendada a procura imediata por avaliação médica.
A.C.Camargo
Cancer Center do Brasil
www.accamargo.org.br
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