Entidade que representa médicos
especialistas em diagnósticos de doenças, a Sociedade Brasileira de Patologia
(SBP) também chama atenção para armazenamento das amostras pelos laboratórios e
acesso aos laudos pelos pacientes.
O esposo de Michelle (personagem fictícia) realizou uma biópsia de pele em 2017 cujo laudo feito por um laboratório de anatomia patológica indicou um carcinoma, tipo de tumor maligno da pele. Após sete anos, ela procurou o laboratório para buscar uma cópia do laudo e foi informada que não possuíam mais o documento. Michelle procurou orientações de especialistas da Sociedade Brasileira de Patologia (SBP) sobre o armazenamento de laudos e o acesso a eles pelos pacientes. A história de Michelle pode parecer incomum, mas acontece.
Nesse sentido, o tema da campanha do Dia Mundial de Segurança do Paciente, lembrando em 17 de setembro, é “Melhorando o diagnóstico para a segurança do paciente”. Instituída em 2019 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), este ano a data chama a atenção para diagnósticos corretos e oportunos para garantir a segurança do paciente em todos os níveis de cuidados em saúde, da realização dos exames ao armazenamento de laudos, e o envolvimento ativo da população para melhorar os processos diagnósticos.
Como sociedade médica que representa os médicos especialistas em diagnósticos de doenças, a SBP desenvolve diversas ações visando a segurança do paciente em diagnósticos realizados pelos patologistas em laboratórios de anatomia patológica públicos e privados de todo o Brasil.
“Nessa data, reiteramos a necessidade da implementação de
diretrizes laboratoriais para o diagnóstico voltadas à segurança do paciente.
Para isso, estimulamos os laboratórios a participarem do Programa de
Acreditação e Controle de Qualidade (PACQ) da SBP, o qual é baseado em requisitos que verificam o cumprimento de processos
e procedimentos para garantir a segurança dos pacientes e colaboradores”,
diz o Dr. Gerônimo Jr., secretário-adjunto da SBP.
Orientações profissionais - Para os patologistas, a SBP também disponibiliza o guia Patologia Brasileira e o Manual de Boas Práticas em Patologia com o mesmo objetivo de orientar os profissionais e garantir a segurança dos pacientes por meio dos diagnósticos. “Seguindo diretrizes de órgãos como a Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária], desenvolvemos esses materiais que trazem orientações fundamentais”, explica ele.
Entre as orientações, o guia informa, por exemplo, sobre o pagamento de indenização caso o patologista realize um diagnóstico equivocado de malignidade do câncer, sobre o período de armazenamento das amostras dos pacientes e a devolução de tais materiais em caso de desistência do paciente na realização do exame. Já o manual detalha sobre a disponibilização e as informações básicas em laudos.
“O arquivamento adequado das amostras após a elaboração do laudo é de extrema importância, uma vez que no acompanhamento do tratamento pode ser necessário resgatá-las, seja para uma avaliação diagnóstica comparativa ou utilização para realização de testes moleculares que podem indicar um tratamento personalizado para a paciente. Em nosso manual, orientamos sobre como melhor armazenar tais amostras”, explica o Dr. Gerônimo Jr.
Outro tema relevante é que após o envio do laudo impresso para o
paciente, a clínica ou o hospital em que o paciente é atendido, a cópia digital
deve ser arquivada de forma permanente pelo laboratório por vinte anos,
esclarece o especialista. Para ele, o Dia Mundial de Segurança do Paciente deve
ser um momento de reflexão nas instituições de saúde. “É necessário adotar essa
data no calendário de cada instituição e fazer das ações para segurança do
paciente a prática diária”, conclui.
Nenhum comentário:
Postar um comentário