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sexta-feira, 19 de novembro de 2021

24H PELO DIABETES: Maratona organizada pelo CBO oferecerá orientação online sobre retinopatia diabética


A internet será o palco de uma grande mobilização de conscientização sobre a importância da prevenção, diagnóstico e tratamento precoce da retinopatia diabética, uma doença decorrente do diabetes e que afeta milhões de pessoas, podendo causar a cegueira, se não forem tomados os cuidados necessários. A ação acontece amanhã (20), a partir de 9 horas, e conta com a promoção e coordenação do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO).

Assim, o projeto "24h pelo diabetes" oferecerá conteúdo de qualidade a quem convive com a doença e quer entender melhor seus mecanismos e formas de prevenção, controle e tratamento. Além de palestras, debates, entrevistas e reportagens, a população terá à disposição, durante a maratona online, acesso a um serviço gratuito de teleorientação, com a participação de médicos oftalmologistas e de outras diversas especialidades.


Link - O atendimento online estará disponível àqueles que realizarem agendamento prévio no site da ação, disponível aqui. O interessado deve preencher um formulário e escolher o horário da consulta, o que lhe garante um link de acesso à uma sala privada, onde poderá conversar com profissionais dispostos a ouvir e esclarecer todas as dúvidas sobre os mais variados temas relacionados ao diabetes e à retinopatia diabética.

"Entendemos que a prevenção é fundamental na melhora da qualidade de vida das pessoas que sofrem com o diabetes. Diante da pandemia, que tem trazido restrições à interação das pessoas, o CBO enxerga nas atividades online uma saída para que a promoção da saúde ocorra, garantindo orientação adequada a todos os envolvidos", afirmou o presidente do Conselho, José Beniz Neto.


Canal oficial - Por sua vez, as demais atividades da maratona, como os debates e palestras, serão transmitidas no canal oficial do CBO no YouTube durante todo o dia. O vice-presidente do Conselho, Cristiano Caixeta Umbelino, é um dos entusiastas da iniciativa: "em 2020, quando o projeto 24 horas pelo Diabetes nasceu, tivemos a certeza de que estava surgindo um marco no campo da mobilização pela saúde. Essa experiência alcançou grande êxito e já inspirou ações semelhantes, como o 24 horas pelo Glaucoma".

A ação, que acontece no sábado, integra a programação do Novembro Azul, campanha nacional que coloca em foco os cuidados e a prevenção contra o diabetes. Ao longo do mês, oftalmologistas das cinco regiões do Brasil organizam mutirões de atendimento a pessoas que vivem com esse problema. Nos encontros, os interessados são atendidos com exames específicos voltados, principalmente, ao diagnóstico precoce da retinopatia diabética. Essa doença atinge os pequenos vasos da retina e é a principal causa de cegueira evitável entre indivíduos de 20 a 64 anos.


Subnotificação - Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), mais de 10 milhões de brasileiros convivem com essa doença. No entanto, esse número pode ser bem maior devido à subnotificação. Estima-se que um em cada dois adultos com diabetes não tenha o diagnóstico, o que faz da informação um fator de extrema importância para o início do tratamento adequado.

"Nesse cenário, as ações de educação, prevenção e assistência podem trazer mudanças significativas nas vidas de milhares de brasileiros. Por isso, o CBO empenha esforços para que o 24 horas pelo diabetes consiga alcançar o máximo possível de pessoas. Ajude-nos a divulgar essa atividade e faça parte de nosso esforço pela saúde", afirma Pedro Carricondo, coordenador desse projeto em 2021.

O "24 horas pelo diabetes" conta com o engajamento de médicos voluntários de diversas áreas da saúde. Além dos profissionais, diversas entidades públicas e privadas empenharam apoio à iniciativa. Dentre as sociedades de especialidades médicas envolvidas com a iniciativa estão as de Cardiologia (SBC), Geriatria e Gerontologia (SBGG), Medicina do Exercício e do Esporte (SBMEE), Nefrologia (SBN), Pediatria (SBP), Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV). O Ministério da Saúde e os Conselhos Federal de Medicina (CFM) e de Secretários Municipais e Estaduais de Saúde (Conass e Conasems) também participam.

 

No Dia Nacional da Consciência Negra, especialista do CEJAM destaca doenças mais frequentes neste público

Diabetes, hipertensão arterial, câncer de próstata e anemia falciforme estão entre os problemas de saúde com maior prevalência no grupo

 

Os negros representam mais de 56% da população brasileira, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Por isso, no Dia Nacional da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, é essencial destacar a importância dos cuidados com a saúde deste público.

Diabetes, hipertensão arterial, câncer de próstata e anemia falciforme estão entre os problemas com maior prevalência na população negra, que contempla os pretos e pardos.

De acordo com o Dr. Maurício Kucharsky, gerente da Unidade Básica de Saúde Jardim Comercial, gerenciada pelo CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas "Dr. João Amorim", estas doenças são multifatoriais e apresentam condições hereditárias e genéticas como fatores importantes para o seu desenvolvimento.

“Não apenas o índice das patologias, mas também sua gravidade é aumentada para este público”, explica o especialista.

Saiba mais sobre as principais patologias que afetam este público:


Diabetes

Considerado um dos maiores vilões da saúde nos tempos atuais, o diabetes – principalmente do tipo II – está entre as principais doenças com prevalência em pessoas negras, por conta da hereditariedade – em homens, é 9% mais frequente; e, em mulheres, cerca de 50%, segundo o Ministério da Saúde.

“O fator hereditário é um ponto no qual não podemos atuar. Por isso, é essencial orientar toda a população negra sobre a importância de manter hábitos saudáveis de vida, como a prática de atividades físicas e uma alimentação balanceada.”


Anemia falciforme

Caracterizada pela alteração dos glóbulos vermelhos do sangue, tornando-os parecidos com uma foice, a doença também tem a hereditariedade como principal justificativa para sua maior incidência em negros. 

Segundo o especialista, a única forma de cura para a anemia falciforme é por meio do transplante de medula óssea. Apesar de não evitável, seu diagnóstico precoce possibilita tratamentos que melhoram a qualidade de vida do paciente portador desta doença.


Câncer de próstata

Apesar de não existir nenhum estudo que justifique uma alteração genética, o câncer de próstata é mais comum na população masculina negra, tornando o seu rastreamento e diagnóstico precoce ainda mais importante para este público, conforme o médico.

Diferentemente da recomendação geral, que indica a realização do exame da próstata a partir dos 50 anos, a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) recomenda o teste a partir dos 45 anos para homens negros, obesos mórbidos e com parentes de primeiro grau que já tenham desenvolvido a doença.


Hipertensão arterial

Apesar de atingir os mais variados tipos de pessoas, a hipertensão arterial se manifesta com maior incidência em algumas etnias, como nos negros. Além da antecedência genética, sua maior prevalência nesta população pode ser justificada por fatores socioeconômicos, segundo o Dr. Kucharsky.

Para evitá-la, o médico indica o baixo consumo do sal, a medição frequente da pressão arterial e a prática regular de atividades físicas, assim como a manutenção de hábitos saudáveis.


Glaucoma

A doença ocular é causada, principalmente, pela elevação da pressão intraocular, que provoca lesões no nervo ótico e, como consequência, o comprometimento visual. Quando não tratado adequadamente, pode levar à cegueira.

Segundo o especialista, além de a ocorrência da patologia ser maior na população negra, ela é a principal causa de cegueira neste público.

“Mas é possível evitá-la e tratá-la por meio de políticas públicas voltadas à atenção primária da avaliação oftalmológica”, ressalta.


Miomas

A incidência de miomas em mulheres negras é maior. E, apesar de considerado benigno, estudos mostram um número maior de intervenções cirúrgicas neste grupo.

“Não podemos evitar o aparecimento dos miomas, mas, assim como as demais doenças hereditárias, é importante que lembremos da incidência aumentada nesta população, frente aos sintomas relatados durante a busca por atendimento de saúde.”

O profissional finaliza destacando que todas estas patologias possuem tratamentos e controles. “Por isso, é necessário consultar um médico frequentemente para a realização dos exames preventivos de rotina e o diagnóstico o mais precoce possível.”

 

CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”


Pesquisa aponta melhora na vida sexual depois de cirurgia de prótese de quadril para quem sofre com dores

Estudo realizado em Nova York revelou que 90% dos pacientes com menos de 70 anos reportaram uma vida sexual mais ativa após procedimento


 

Dentre os problemas enfrentados por quem sofre com dores por artrose nos quadris e pouca gente se dá conta ou discute sobre isso, está a queda de frequência e a piora na qualidade da prática sexual. A questão afeta pacientes de diversas idades, de ambos os sexos, e tem no procedimento cirúrgico para colocação de prótese de quadril uma solução cada vez mais comum e com resultados animadores.

 

Pesquisa realizada com pacientes que passaram pela cirurgia de colocação prótese de quadril, apresentada em uma das reuniões anuais da Academia Americana de Cirurgiões Ortopédicos, apontou que 90% dos pacientes com menos de 70 anos tiveram uma melhora geral na função sexual após o procedimento. Outro estudo nos EUA, em 2017, descobriu que 44% dos pacientes que receberam a prótese relataram melhorias na satisfação e 27% apontaram aumento na frequência das relações sexuais. E as mulheres são as que mais se beneficiam na área sexual após o procedimento ortopédico.

 

Além de todos esses números, especialistas mundo afora são categóricos em afirmar que sexo, após a cirurgia de prótese do quadril, pode sim ser mais confortável e muito agradável. Para isso, basta que alguns cuidados sejam tomados. “A primeira regra geral é dar tempo ao tempo. Ou seja, garantir que você já esteja pronto para retomar a atividade sexual, sem o risco de lesões. Em geral, isso deve acontecer em torno de quatro a seis semanas após a cirurgia”, explica o ortopedista Marco Aurélio S. Neves.

 

O dr. Marco Aurélio é um dos maiores especialistas no país na técnica de colocação de prótese de quadril AMIS, ou por ‘Via Anterior’. Pelo método, onde o acesso para o procedimento é realizado pela frente, a musculatura da coxa é pouco, ou nada afetada, favorecendo a recuperação do paciente, que volta às atividades normais em um tempo bem menor.

 

Para o retorno à atividade sexual, o conselho do dr. Marco Aurélio é apelar para a regra geral nesses casos: “converse com o seu médico! Faça seus questionamentos, tire suas dúvidas e ganhe segurança nesse diálogo. Ele é a pessoa mais indicada para esclarecer as questões que podem surgir.” Outra dica valiosa no retorno ao sexo: “Tome cuidado com as posições. Como nos primeiros meses após a cirurgia o paciente deve evitar flexão extrema da articulação do quadril, algumas posições sexuais são mais recomendadas do que outras e é bom evitar ‘malabarismos’”, garante o ortopedista.

 

Algumas posições têm menos chances de risco e são mais confortáveis no período pós-operatório. Para os homens é seguro se posicionar no sexo tanto na parte superior quanto inferior. O importante mesmo é atentar-se para que suas pernas se mantenham abertas e com os dedos dos pés apontados para fora. “No caso de sexo em pé, lembre-se de estar bem apoiado. Se escolher ficar sentado, não flexione os quadris mais do que 90 graus”, disse o dr. Marco Aurélio.

 

Para as mulheres, a posição mais segura é a tradicional e popular “papai e mamãe”. Assim como para os homens, é importante que as pernas se mantenham abertas e com os dedos dos pés apontados para fora.

 

Tanto homens como mulheres podem fazer sexo com segurança apoiadas sobre o lado cirúrgico, desde que essa posição não cause dor. Deitada sobre o lado oposto ao procedimento, é preciso se certificar de que o lado cirúrgico esteja apoiado em almofadas ou cobertores para evitar torções e rotações internas. “A recomendação final é ir devagar e parar se sentir dor ou insegurança. Com o tempo, estas limitações tendem a diminuir e na maioria dos casos os pacientes têm vida sexual absolutamente normal”, garante o ortopedista.

 

 

Dr. Marco Aurélio

Instagran @drmarcoaurelio.ortopedia

drmarcoaurelio.com.br

 

Mães de bebês prematuros falam sobre a espera antes de poderem levar seus filhos para casa

Foto: Laura Garcia
 O mês de novembro é dedicado à sensibilização para a prematuridade

 

O parto de emergência de Ana Luísa ocorreu na 33ª semana de gestação, quando a professora apresentou sangramento e recebeu o diagnóstico de trombose placentária e de restrição de placenta (quadro em que a placenta não se desenvolve devidamente fazendo com que o feto não receba a quantidade de nutrientes necessária para o devido desenvolvimento). Mãe de primeira viagem, a professora deu à luz a Ester durante a madrugada após horas de monitoramento. A bebê, que nasceu pesando pouco mais de 1 Kg, foi imediatamente encaminhada para o Centro de Terapia Intensiva Neonatal da Maternidade Brasília (CETIN), onde permaneceu por 49 dias, 4 deles entubada.

A passagem da pequena Ester pela UTI neonatal foi marcada por altos e baixos. Em alguns momentos apresentava melhoras importantes e em outros precisava de monitoramento por conta de um derrame no pericárdio e quadros de apneia. “Esses dias foram difíceis e frustrantes. Em alguns momentos ela estava bem e só estávamos esperando que ela ganhasse peso o suficiente para receber alta, em outros ficávamos tensos devido ao quadro de dificuldades respiratórias”, relata a mãe que saia todos os dias de sua casa no Gama para acompanhar o desenvolvimento da filha.

Depois de receber alta da UTI, a criança precisou passar mais uma semana internada pois os médicos queriam garantir o ganho de peso antes de Ester e a família poderem finalmente ir para casa. “O dia em que ela foi liberada foi o mais feliz do ano. Meu marido, Ester e eu fomos recebidos com festa em casa. Ela é a primeira neta, a família toda estava ansiosa para conhecê-la e muito feliz por ela estar em casa”, conta Ana Luísa.

Hoje, com cinco meses e já tendo o alcançado o desenvolvimento motor adequado para a idade, Ester já recebeu alta de parte dos especialistas que a acompanharam. “Ainda falta o cardiologista e ela ainda precisa fazer a estimulação precoce. Mas já podemos ver nossa filha se desenvolver saudável e ativa e isso é o que mais importa”, finaliza a mãe.

Daniel veio ao mundo com 25 semanas de gestação pesando 810g. Sua mãe, a servidora pública Angela de Jesus, desenvolveu complicações por conta de uma infecção urinária que, sem manifestar sintomas, chegou a atingir a placenta e adiantou em várias semanas os sinais de parto.

Foram 97 dias na UTI neonatal, desses, mais de 40 entubado. O que só permitiu que a mãe segurasse o filho nos braços pela primeira vez 44 dias após o parto. “Eu ia todos os dias acompanhá-lo, tirar o leite para ele e para os outros bebês internados que precisavam. Era angustiante não poder segurar meu filho, sentir o cheirinho dele”, emociona-se a servidora pública.

Angela relata que o período de internação foi marcado por apreensão e angústia. Além de todos os desafios, Daniel desenvolveu infecção e precisou passar por uma cirurgia nos olhos por conta de uma retinopatia – problema visual muito comum em bebês prematuros, que ocorre devido ao reduzido grau de desenvolvimento dos olhos. Mas ela não foi a única a sofrer em casa, o filho mais velho, de cinco anos não pode visitar o irmão por conta das restrições causadas pela pandemia da covid-19.

Hoje, com 1 ano e cinco meses, Daniel é uma criança ativa e saudável.  Ainda realiza acompanhamento com uma equipe multidisciplinar para alcançar o desenvolvimento adequado para a idade, mas já está em casa aos cuidados dos pais e recebendo o carinho do irmão mais velho.


Novembro Roxo: o mês da prematuridade

No mês de novembro, comemora-se o Dia Mundial da Prematuridade, que é lembrado no dia 17. A campanha tem o objetivo de despertar para a realidade da prematuridade no Brasil: um em cada dez bebês nascem nessa condição. A prematuridade é um problema de saúde que se caracteriza pelo nascimento pré-termo, também conhecido como prematuro, que é quando o bebê nasce antes da 37ª semana de gestação (com menos de 259 dias). A condição da prematuridade é grave e é a principal causa de morbidade e mortalidade neonatal, por isso requer muita atenção e cuidado especializado.

Os motivos que levam ao nascimento de bebês prematuros são diversos. Por causa de vários fatores de risco, em algumas situações é difícil identificar o motivo exato do problema. No entanto, existem muitas condições que podem contribuir para o quadro, entre elas estão falta de cuidado pré-natal, diabetes, infecções urinárias, obesidade, gravidez gemelar, alcoolismo, tabagismo e hipertensão.

A coordenadora da UTI Neonatal da Maternidade Brasília, Ana Amélia Meneses, explica que, entre as causas de prematuridade, algumas podem ser tratadas, como a infecção urinária materna, controle do diabetes e da hipertensão. “Em alguns casos, apesar de um pré-natal bem-feito, não é possível controlar a glicemia e a hipertensão e, em razão do risco que a mãe corre com essas alterações, é indicada a interrupção da gestação antes da hora, com o nascimento do bebê prematuro. O descolamento de placenta é uma emergência obstétrica, com indicação de interrupção imediata da gestação”, diz a médica.

A Dra. Ana Amélia orienta também que a principal forma de diminuir os riscos de ter um filho prematuro é fazer um bom acompanhamento médico durante o pré-natal. “É fundamental a avaliação de um profissional de confiança para que as dúvidas sejam respondidas e as mudanças comuns da gestação sejam compreendidas. Além disso, a adoção de um estilo de vida saudável também é recomendada durante esse período. O pré-natal deve começar cedo, logo após a confirmação da gravidez, para que consultas e exames sejam feitos e o médico possa acompanhar bem de perto a gestante, bem como todo o desenvolvimento do bebê, para evitar riscos de complicações e prevenir o nascimento prematuro”, finaliza a médica.

 

Dasa

www.dasa.com.br


Vacina protege contra 87% dos casos de câncer de colo de útero decorrentes do HPV

Uma pesquisa publicada na revista científica The Lancet demonstrou que a vacina contra o HPV reduziu significantemente as taxas de câncer de colo do útero e também as lesões pré-cancerígenas graves (CIN3), reforçando ainda mais a importância da imunização contra a doença


Um estudo inglês, publicado pela revista científica The Lancet na quarta-feira, 3 de novembro, apontou que a vacina contra o HPV pode reduzir em até 87% as taxas de câncer de colo do útero. Além disso, os resultados mostraram também que o imunizante é capaz de diminuir os casos de lesões pré-cancerígenas graves (CIN3).

Aproximadamente, 90% dos casos de câncer de colo do útero ocorrem por causa da infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV). A infecção sexualmente transmissível é a mais comum em todo o mundo, atingindo de forma massiva as mulheres. Segundo o Ministério da Saúde, 75% das brasileiras sexualmente ativas entrarão em contato com o HPV ao longo da vida, sendo que o ápice da transmissão do vírus se dá na faixa dos 25 anos. Após o contágio, ao menos 5% delas irão desenvolver câncer de colo do útero em um prazo de dois a dez anos.

"Na grande maioria dos casos, o câncer de colo do útero é causado por uma infecção persistente por alguns tipos oncogênicos do Papilomavírus Humano (HPV). A infecção genital por HPV é muito frequente e, na maioria das vezes, é assintomática e autolimitada, com grande parte das mulheres resolvendo esta infecção até os 30 anos de idade. Em alguns casos, porém, pode haver a persistência do vírus nas células do colo do útero, e isso promove as alterações celulares que podem progredir para o desenvolvimento de câncer", explica Marcela Bonalumi, oncologista do CPO Oncoclínicas.

Os resultados da pesquisa foram feitos a partir da imunização de meninas de 12 e 13 anos, na Inglaterra, que começou a ser realizada no país em 2008 com a vacina bivalente - que protege contra os tipos 16 e 18 do HPV. Até o ano de 2010 houve uma repescagem para adolescentes de 14 e 18 anos. Os pesquisadores fizeram também o acompanhamento de mulheres de 20 a 30 anos com câncer de colo do útero neste período. A partir de 2012, a Inglaterra passou a usar a vacina quadrivalente - que atua contra os tipos 6, 11, 16 e 18 do HPV.

Para as que receberam a vacina com 12 e 13 anos, a redução dos casos de câncer foi de 87% e das lesões pré-cancerígenas graves de 97%. Já as que receberam com 14 e 16 anos, houve a diminuição de 62% nos casos de câncer e 75% em lesões pré-cancerígenas graves. Por fim, as que receberam o imunizante entre 16 e 18 anos tiveram uma queda de 34% nas taxas de câncer e 39% em lesões pré-cancerígenas graves, segundo o estudo. Vale lembrar que a comparação foi feita em relação à população não vacinada.

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o tumor de colo de útero atinge mais de 16 mil mulheres no Brasil por ano - o que faz ele ser o terceiro tipo de câncer mais prevalente entre a população feminina. Por ser considerada uma doença bastante silenciosa, cerca de 35% dos casos são levados a óbito.


Prevenção é tudo!

Segundo a especialista, evitar o contágio pelo HPV é a prevenção primária do câncer do colo do útero. Como a transmissão ocorre através do contato, o uso de preservativos (camisinha masculina ou feminina) durante a relação sexual protege apenas parcialmente contra a doença. Não é possível afirmar que a proteção seja total porque o contágio também pode ocorrer pelo contato com a pele da vulva, a região perineal, perianal e a bolsa escrotal.

Diante dessa realidade, Marcela Bonalumi ressalta a relevância do foco no incentivo à vacinação contra o HPV, ferramenta essencial na luta contra o câncer do colo do útero. "A partir da imunização contra o HPV, é possível prevenir não só o câncer de colo do útero, mas também o de vulva, ânus e vagina nas mulheres e de pênis nos homens. Além disso, essa proteção pode auxiliar na precaução de lesões pré-cancerosas. Vale lembrar ainda que a vacinação deve acontecer antes do início da vida sexual, justamente por conta da exposição ao vírus. Por isso, é fundamental alertar e incentivar esse cuidado com informação de qualidade".

Desde 2014, a vacina é oferecida nas UBSs (Unidades Básicas de Saúde) de todo o Brasil para meninas de 9 a 14 anos de idade e meninos de 11 a 14 anos. A cobertura vacinal contra o HPV tem sido decepcionantemente baixa em todo o mundo e, apenas 1,4% de todas as mulheres elegíveis, receberam um curso completo da vacinação contra o HPV. Além disso, há iniquidade no acesso às vacinas contra o HPV: em regiões de alta renda, 33,6% das mulheres entre 10 e 20 anos receberam o curso completo da vacina contra o HPV, em comparação com apenas 2,7% nas regiões de menor renda. Percebe-se, portanto, que a população de países que carregam a maior parte da carga de doenças relacionadas ao HPV em todo o mundo tem menos acesso às vacinas.

"Combinada à vacinação, a realização do exame de rotina ginecológica, através do Papanicolau, anualmente durante dois anos consecutivos e então uma vez a cada três anos, dos 25 aos 64 anos de idade, é um meio importante de se tratar as lesões pré-cancerosas ou agir rapidamente contra o câncer do colo do útero. Mesmo as mulheres vacinadas devem fazer o Papanicolau periodicamente, pois a vacina não protege contra todos os tipos oncogênicos de HPV. A proteção vacinal cobre os Papilomavírus Humanos dos tipos 6 e 11 (que causam verrugas genitais), 16 e 18 (responsáveis por cerca de 70% dos casos de câncer do colo do útero)", destaca a especialista.

O plano estratégico da Organização Mundial de Saúde (OMS) para a eliminação desta doença propõe uma meta de incidência de câncer do colo do útero de quatro ou menos casos por 100.000 mulheres/ano. Para atingir a incidência alvo, a OMS propõe metas de 90% das meninas vacinadas contra HPV aos 15 anos de idade, 70% das mulheres rastreadas duas vezes na vida (aos 35 e 45 anos) e 90% de adesão às recomendações de tratamento para as lesões pré-câncer e invasivas.

 

Atrofia Vaginal - Transtorno que acomete 45% das mulheres no mundo, também pode ser combatido com luzes LED

A ginecologista Dra. Camila Prestes indica dispositivo de luz para auxiliar na cicatrização, lubrificação e vasodilatação da região íntima da mulher De acordo com pesquisa do Hormones and Urogenital Therapy Committee Obstet Gynecol, 45% das mulheres no mundo, na fase pós-menopausa, sofrem com atrofia genital. Apenas 25% tratam. Hoje em dia existem muitos tratamentos para os cuidados da região íntima da mulher, entre eles, laser e radiofrequência, todos realizados dentro de consultórios. 

Todavia, há uma técnica alternativa com um dispositivo de LED (Vulvallux), que pode ser feita tanto no consultório como em casa. O dispositivo é capaz de melhorar a hidratação e a lubrificação da região, além de estimular o colágeno e a elastina. Segundo a ginecologista Dra. Camila Prestes, a mulher, quando está na fase de envelhecimento, deixa de produzir hormônios, principalmente o estrogênio. Responsável por lubrificar e umedecer a mucosa vaginal. Desse modo, o organismo feminino perde a hidratação natural. 

Por conta disso, muitas mulheres sentem dores e desconfortos na área, inclusive nas relações sexuais. E ainda, o ressecamento pode ocasionar coceiras, micro rachaduras, fissuras e até infecções urinárias. “O uso do dispositivo de LED faz com que a região receba uma maior vascularização e, desse modo, adquira uma nutrição adequada em virtude de uma melhor circulação”, comenta a médica.  

O Vulvallux também é indicado às mulheres que não podem ou desejam se submeter à terapia de reposição hormonal.  “O aparelho de LED pode auxiliar na cicatrização de lesões, na lubrificação vaginal, e ainda aumentar a vasodilatação do local, além de promover a produção de colágeno e elastina, o que previne o envelhecimento precoce. A emissão da luz otimiza o trabalho das células.”, reitera a ginecologista. 

Outro fator importante apontado pela Dra. Camila Prestes é a relação custo/benefício. De acordo com a especialista, o tratamento, além de ser eficaz e produzir resultados bem satisfatórios, tem um custo menor que os tratamentos convencionais, uma vez que pode ser realizado continuamente em casa. “Muitas mulheres, que moram em regiões distantes, não têm acesso ao tratamento por laser. A alternativa por LED é a melhor possível, desde que tenha acompanhamento clínico”, finaliza a médica. 

Para utilizar o equipamento, é necessário envolver o dispositivo em um plástico filme de PVC e posicioná-lo na região da vagina, podendo prendê-lo com a calcinha.  “O dispositivo bivolt é fácil de ser usado. Basta ligá-lo na tomada e acionar levemente o botão "Start/Stop". Será emitido um som com dois bips, acendendo os LEDs e iniciando a sessão. Atingindo o tempo programado, de dez minutos, será emitido um novo bip e os LEDs serão apagados, encerrando a sessão”, complementa o diretor técnico da Cosmedical e angiologista Dr. Álvaro Pereira.

 

23 de Novembro - Dia Nacional de Combate ao Câncer Infantil

Hospital do GRAACC destaca que índices de cura de câncer infantojuvenil superam 70% quando diagnosticados precocemente

• Cartilha "E se for câncer infantil?" elaborada pelo hospital orienta pais e responsáveis a ficarem atentos em casos de anemia, palidez, manchas roxas, nódulos, aumento de volume nas pernas, coxas e barriga, dor de cabeça persistente, entre outros, e procurem auxílio médico o mais rápido possível.

• Banco de tumores pediátricos da instituição, com mais de 20 mil amostras, considerado um dos maiores da América Latina, é a base para o sequenciamento genético, que auxilia no diagnóstico mais preciso e nas escolhas para um tratamento mais individualizado.

 

No próximo dia 23 de novembro é celebrado o Dia Nacional de Combate ao Câncer Infantojuvenil, uma das datas mais importantes no calendário da saúde, instituído para conscientizar sobre a importância do diagnóstico precoce nos casos de câncer em crianças e adolescentes, que tem estimativa aproximada de 8,5 mil novos casos por ano, de acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA).

O Hospital do GRAACC, que neste mês completa 30 anos e é referência no tratamento de casos de alta complexidade de câncer infantojuvenil, faz um alerta essencial para pais e responsáveis sobre a importância do diagnóstico precoce. "Quanto mais cedo for detectado, maiores serão as chances de cura da doença que, no caso do GRAACC, ultrapassam 70%", alerta Dra. Monica Cypriano, Diretora Clínica do Hospital do GRAACC.


Atenção aos sintomas

"O câncer infantojuvenil é a doença que mais causa óbitos de crianças e adolescentes, de 1 a 19 anos no país. Porém, é totalmente tratável desde que diagnosticado em estágio inicial, o que é muito desafiador, pois os sintomas podem se confundir com as doenças comuns da infância. Essa data é fundamental para alertar pais e responsáveis para que não esperem para levar a criança ao médico quando perceberem sinais como, por exemplo, palidez, manchas roxas, nódulos, aumento de volume nas pernas, coxas e barriga e dores de cabeça que persistam por mais de uma semana", explica a Dra. Monica.

Nos 30 anos de atividade, o Hospital do GRAACC tem registrado diversos avanços no tratamento dos tipos de câncer de maior incidência em crianças e adolescentes como, por exemplo, as leucemias, que representam 25% de todos os casos de câncer infantil; o câncer ósseo, com redução nas amputações e aumento dos tratamentos conservadores; câncer nos olhos (retinoblastoma), com redução de extração de olhos (enucleação) e o centro de transplantes de medula óssea, que já realizou mais de 900 procedimentos, entre outros.


Câncer infantojuvenil

O câncer infantojuvenil é diferente do câncer em adultos e não está associado a causas externas como, por exemplo, exposição solar, tabagismo ou sedentarismo. Portanto, não existem medidas de prevenção da doença nesta faixa etária. Sua causa está ligada à alteração celular com o crescimento desordenado de algumas células do organismo.

"Como esse processo ocorre na fase de crescimento da criança ele é mais acelerado e pode se espalhar rapidamente para outras partes do corpo. Este é um dos motivos que faz o diagnóstico precoce ser tão importante e urgente", complementa a diretora clínica.


Genética

O GRAACC mantém um banco de tumores pediátricos, considerado um dos maiores da América Latina. Neste banco estão mais de 20 mil amostras de tumores e sangue coletados de crianças e adolescentes e catalogados ao longo desse período. A partir desse material é possível realizar uma técnica que vem sendo apontada como uma das mais promissoras na busca de melhores desfechos clínicos no combate ao câncer infantojuvenil: o sequenciamento genético, conhecido no meio científico como Sequenciamento de Nova Geração - NGS (Next-Generation Sequencing).

"O sequenciamento genético possibilita investigar e conhecer a informação genética de um material biológico. Em outras palavras, significa descobrir o código genético que mostra a célula na intimidade. Com isso, é possível realizar investigações complementares que contribuem com um diagnóstico mais preciso dentro do estágio que está a doença. Na prática, nos orienta nas escolhas para um tratamento mais individualizado, que ajudará a aumentar ainda mais as chances de cura", revela Dra. Monica.


Cartilha "E se for câncer infantil?"

Para auxiliar pais, responsáveis e a classe médica, o Hospital do GRAACC produziu a cartilha "E se for câncer infantil? Os sinais da doença e as chances de cura". O material explica os tipos de câncer, tratamentos, chances de cura e esclarece as principais características da doença. A cartilha está disponível para download aqui

"A publicação deve ser uma fonte de consulta para pais, pediatras e outros profissionais de saúde. Focamos nas especificidades do câncer infantojuvenil, além de informações sobre os tipos de tumores mais comuns e os principais sinais que podem indicar a existência da doença", comenta a Dra. Monica Cypriano, autora do projeto.


Principais sinais que merecem atenção

Alguns sinais podem ser sintomas de câncer infantojuvenil, mas muitas vezes são confundidos com doenças comuns da infância. É importante ficar atento e procurar um médico o quanto antes se algum dos sintomas abaixo persistir por mais de uma semana:

• Manchas roxas e caroços pelo corpo.

• Dores nos ossos, principalmente nas pernas, com ou sem inchaço.

• Perda de peso.

• Aumento ou inchaço na barriga.

• Palidez inexplicada e fraqueza constante.

• Aumento progressivo dos gânglios linfáticos.

• Dores de cabeça, acompanhadas de vômitos.

• Febre ou suores constantes e prolongados.

• Distúrbios visuais e reflexo anormal da pupila quando exposta à luz conhecido como "reflexo do olho de gato", perceptível em fotos com flashes por meio de um brilho branco diferente no olho da criança.

 

Balanços da pandemia: Covid-19 levou a aumento de procedimentos de alta complexidade


Em hospital do Paraná, ECMO costumava ser indicada para dois pacientes por ano antes da pandemia, mas em 2021 já foram 20
Créditos: arquivo pessoal


Uso da ECMO subiu 900% em hospital do Paraná; profissionais precisaram lidar com alta tecnologia e tomar decisões conjuntas com as famílias


Os reflexos e balanços da pandemia da covid-19 vão muito além do aumento da ocupação das UTIs e serão sentidos pelas instituições e profissionais de saúde por muito tempo. A gravidade dos casos atendidos fez subir consideravelmente a necessidade de procedimentos de alta complexidade. No Hospital Marcelino Champagnat, em Curitiba (PR), com a necessidade da ECMO (Oxigenação por Membrana Extracorpórea), que funciona como um pulmão e um coração artificiais, o crescimento foi de impactantes 900%. Considerado o último suspiro de pacientes, a ECMO costumava ser indicada para dois pacientes por ano antes da pandemia. Mas só desde março de 2021, já foram 20.

“Os hospitais vivenciaram uma explosão de procedimentos que demandam alta tecnologia e custo, e as equipes precisaram se adaptar a essa realidade”, explica o coordenador da UTI e intensivista, Jarbas da Silva Motta Junior. 

O pastor Samuel Denardi foi um dos pacientes que precisou recorrer à ECMO para vencer a doença. Internado no dia 29 de julho na UTI, cinco dias depois foi intubado. O pai, também foi infectado pelo vírus, mas sem tanta gravidade. “Foi desesperador. Um dia após a internação do meu marido, nos chamaram no hospital avisando que o Samuel não estava reagindo ao que estava sendo feito e precisava ser submetido à ECMO com urgência, pois era a única chance dele”, relembra a dona de casa Celina Denardi. 

Samuel ficou 10 dias ligado à ECMO e teve alta no dia 18 de setembro. “Acho que a preocupação com meu estado de saúde contribuiu para a internação do meu pai. Imagino a pressão que minha família sentiu durante todo esse processo”, ressalta. 

O equipamento de ECMO faz o processo de oxigenação do sangue praticamente sozinho, permitindo que o pulmão descanse. Um tubo colocado na perna do paciente puxa o sangue com velocidade de até sete litros por minuto para a membrana extracorpórea, onde é realizada a troca gasosa, retirando o dióxido de carbono e colocando o oxigênio. Depois, o sangue oxigenado volta para o corpo do paciente por meio de uma conexão feita no pescoço. Por se tratar de uma terapia complexa, para incorporar o tratamento com ECMO, além do aparelho, o hospital precisa de capacidade de intervenção avançada e equipes multidisciplinares treinadas para operar o equipamento e acompanhar os pacientes.


Decisões compartilhadas

Algumas decisões sobre o tratamento administrado na UTI são tomadas diretamente pelo médico e equipe. Mas a participação da família é essencial, principalmente em alguns procedimentos em que é preciso avaliar riscos e benefícios. “Muitas vezes, é possível reverter a doença com suporte intensivo usado temporariamente, isto é, até que o organismo retome o funcionamento normal. Mas são passos que precisamos dar em conjunto: profissionais e família”, explica o médico.

Segundo a psicóloga Ana Laura, a tomada de decisão é um passo muito difícil para a família, que já vive um momento de grande fragilidade emocional. “Ter um familiar na UTI é sempre doloroso. Saber que ele precisa ser submetido a procedimentos mais complexos e a demora na melhora ou da alta fragilizam ainda mais”, diz. 

Todo esse processo fez com que a relação da equipe médica com pacientes e familiares ficasse mais humanizada, já que, além da maior gravidade dos casos, o distanciamento fez com que os profissionais fizessem a ponte nas relações. “Cada vitória de um paciente passou a ser ainda mais comemorada por todos os profissionais da UTI. A covid trouxe casos cada vez mais graves e dar uma alta passou a ser uma vitória pessoal”, conclui o intensivista.

 

Você sabia que os antiinflamatórios podem causar danos à coluna?


Existem medicamentos que podem trazer alívio rápido, mas que provocam danos à saúde da coluna. Os corticoides são um bom exemplo: são potentes e podem ajudar no tratamento das inflamações relacionadas à coluna, aliviando as dores. Porém, o seu uso demasiado traz fragilidade aos tecidos, ossos e até das articulações da coluna.

 

Os corticoides usados sem recomendação do especialista podem causar ainda osteoporose, inchaços, aumento da pressão arterial e diabetes. O alerta é do Dr. Marcelo Amato, neurocirurgião especialista em endoscopia de coluna e cirurgia minimamente invasiva da coluna, que explica que o corticoide simula um hormônio produzido naturalmente pelo organismo, conhecido como cortisol.

 

“O cortisol é produzido em situações de estresse e quando isso acontece, surgem os efeitos colaterais citados acima. O mesmo acontece quando o corticoide é usado diariamente e por muito tempo. Porque então o corpo para de produzir o cortisol e a retirada da medicação já não é tão simples, sendo feita apenas com acompanhamento médico”, explica Dr. Amato.

 

A retirada do corticoide usado rotineiramente e sem orientação do especialista pode causar a insuficiência adrenal que, em alguns casos, leva à hospitalização do paciente. 

“Dependendo do problema na coluna, pode-se indicar o corticoide, mas deve-se evitar que essa medicação seja ministrada por via oral ou injetável na musculatura. Em muitos casos, infiltrar o corticoide diretamente no local onde está o problema da coluna traz mais benefícios. Porém, não são em todos os problemas de coluna que o corticoide será eficaz, já que envolve muitos efeitos colaterais”, conta Dr. Marcelo Amato.

 


www.neurocirurgia.com, www.amato.com.br

https://www.instagram.com/dr.marceloamato/

http://bit.ly/MarceloAmato

 

10 respostas de labirintite- neuro Manual completo

Bate-bola com neurologista em relação aos mitos e verdades sobre tontura!

Na verdade, trata-se de um mini manual sobre tontura e esporte, emocional, alimentação, crianças, gastrite, gravidez, menopausa e desmaios

 

 Tontura não é frescura e está longe de ser apenas um problema apenas dos idosos.  Com a meta de alertar sobre esse sintomas  (que estão por trás de 40 outras doenças sérias que podem ocorrer no labirinto, no nervo do labirinto e até mesmo no cérebro), o neurologista Dr. Saulo Nader, apelidado carinhosamente pelo pacientes e internautas como” Doutor Tontura”, responde:


1- É mito ou verdade que toda tontura é labirintite?

Dr. Saulo: É um grande mito. A tontura é uma palavra geral e nós temos mais de 40 doenças que geram a doença, a labirintite é um termo que esconde diversos problemas. Trata-se de um termo que pegou, sendo muitas vezes utilizado até pelos próprios médicos. A principal questão é: Qual a real causa da sua labirintite? Uma vez que faz muita diferença saber a causa exata, pois para cada uma há abordagem de tratamento totalmente diferente.

Porém, existe sim uma doença chamada labirintite (a “real” labirintite), a qual diz respeito à uma infecção do labirinto, podendo ser ocasionada por uma meningite ou uma infecção de ouvido muito complicada, por exemplo, mas é uma das tonturas que menos acontece, por incrível que pareça.


2- É mito ou verdade que o estresse e o emocional podem ser gatilhos para labirintite?

Dr. Saulo: Verdade, o emocional da gente acaba influenciando em toda nossa saúde, sendo um eixo bastante importante. Muitas doenças que geram a tontura podem ser diretamente influenciadas pelo emocional, ou seja, uma pessoa que geralmente vive tranquila, ao passar por um período de estresse, conturbação, tristeza, alguma coisa emocional, pode desencadear a tontura. Uma das doenças que pode ter uma relação muito estreita com o emocional é a Vertigem Fóbica ou TPPP, caracterizada por uma tontura estranha, a qual a pessoa tem dificuldade de contar para o médico, de encontrar palavras para explicar o que estão sentindo. Tem também uma dificuldade para caminhar, piora dos sintomas em ambientes com muitas informações visuais como frequentar shoppings e mercados e acaba tendo um link muito forte com o emocional, gerando muita ansiedade, medo, receio, insegurança e tristeza nas pessoas, as quais acabam virando refém da tontura delas. Então embora aconteça muito, é uma doença pouco reconhecida.


3 - É mito ou verdade que o nosso labirinto não tem função no corpo?

Dr. Saulo: Mito! O labirinto serve para captar aceleração (e logo, movimento) e por meio dele o cérebro sabe quais os movimentos que o corpo está reproduzindo, como o exemplo de saber se o elevador está subindo ou descendo, se o carro está virando ou andando em linha reta.

 

4- É mito ou verdade que existem alimentos que podem piorar as crises de tontura?

Dr. Saulo: Mito, salvo excessos! Vou explicar. Uma coisa não pode ocorre:  que a qualquer tontura seja totalmente proibido o café, chocolate e doce, bem como outros alimentos. Isso não tem muito sentido, uma vez que são mais de 40 doenças que geram tontura, então, seria muito irracional achar que todas piorariam com esses alimentos. Assim, além do super incômodo da tontura, estaríamos muitas vezes gerando outro incômodo na vida da pessoa, que é proibir ela de comer coisas que ela gosta. Dessa forma,  o mais indicado é avaliarmos qual a causa da tontura, com o que de fato estamos lidando. Algumas doenças sim vão ser necessárias evitar alguns alimentos, mas varia muito de cada caso. No geral, na maior parte das doenças, não há uma limitação tão grande na parte alimentar.


5- É mito ou verdade que os hormônios femininos podem influenciar o funcionamento do labirinto?

Dr. Saulo: Verdade! Embora a gente não entenda muito bem como. Porém, é comprovado estatisticamente que é mais fácil as mulheres terem tonturas do que os homens e em especial mulheres na idade fértil, ou seja, antes da menopausa, mostrando que sim, tanto no labirinto quanto no próprio cérebro os hormônios femininos teriam alguma influência. Muitas mulheres também relatam que apresentam uma piora nos quadros de tontura no período pré-menstrual e menstrual, mostrando que existe uma relação entre o ciclo menstrual com seus picos hormonais conturbados, dependendo da fase do ciclo que a mulher está. Outras também comentam sobre uma piora no climatério, que é a fase da transição entre a idade fértil e a menopausa em que a mulher para de menstruar, então nesse período de transição pode ser visto como turbulento no ponto de vista hormonal, e muitas mulheres acabam piorando a tontura nesse período.


6- A labirintite tem relação com a pressão alta?

Dr. Saulo: Pode sim, pois a tontura funciona como um sinal de alarme para o seu corpo, mostrando que algo não está bem e essa coisa que não está bem pode ser no sistema circulatório, na pressão, chamada e tontura de origem cardiológica, caracterizada por um mal estar, um peso, uma pressão na cabeça e sensação de corpo ruim. Isso pode ocorrer na pressão alta, bem como a queda de pressão também pode ocasionar um tipo de tontura, chamada de lipotimia, que é caracterizada pela sensação de quase desmaio – essa por exemplo muita gente sente ao se levantar muito rápido, por exemplo.


7- Crianças podem ter labirintite?

Dr. Saulo: Muitas vezes, a gente associa a tontura como um problema de idosos, mas isso está errado, pois o pico de incidência das doenças que causam tontura é entre 40 e 60 anos, mas pode acontecer em qualquer idade, inclusive sim, em adolescentes e crianças. Por sorte, em crianças é bem mais raro que no adulto.


8- Qual atividade física é recomendada para quem tem tontura?

Dr. Saulo: Todas podem ser feitas, desde que dentro da zona de conforto e segurança das pessoas. Existem casos em que a vertigem é desencadeada por esforço físico ou por algum movimento específico da cabeça. De forma a dificultar e restringir muito a atividade física. Mas até mesmo essas pessoas, quando bem tratadas e controladas da doença por trás da tontura, costumam conseguir retomar os exercícios físicos sem grandes restrições.


9- Quem tem sofre de ansiedade e vertigem fóbica (TPPP) tem o mesmo tratamento?

Dr. Saulo: O tratamento não é exatamente o mesmo. Para a Vertigem Fóbica, o tratamento engloba medicamentos, fisioterapia vestibular e terapia cognitiva comportamental. Embora alguns medicamentos usados pra TPPP também sejam pra ansiedade, o tratamento para TPP tem suas particularidades em relação ao manejo do medicamento, doses e outros fatores.


10- Os problemas de estômago podem causar tontura? Isso tem alguma relação?

Dr. Saulo:  Em algumas pessoas, problemas gastrointestinais podem ser o gerador de tontura. Por exemplo, em pessoas que sofrem com gastrite ou refluxo e não sabem, elas podem sentir tontura. Claro que outras causas devem que ser descartadas pra afirmar que a origem é um problema no estômago, mas sim, isso poderia ocorrer.

 

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