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terça-feira, 18 de maio de 2021

Doenças intestinais precisam de diagnóstico correto e tratamento contínuo

 Pesquisa da Pfizer aponta o impacto na saúde e na qualidade de vida das pessoas que têm retocolite ulcerativa, como queda no rendimento do trabalho 

 

As doenças intestinais atingem cerca de 10 milhões de pessoas em todo o mundo, segundo a Federação Europeia de Associações de Crohn e Colite Ulcerativa (EFCCA). Para alertar a população sobre isso, é celebrado em 19 de maio o Dia Mundial da Doença Inflamatória Intestinal (DII). No Brasil, um levantamento feito pela Pfizer aponta o impacto na saúde e na qualidade de vida das pessoas, como queda no rendimento do trabalho e perda de eventos, diante do desconforto intestinal. A relevância das doenças expandiu o tema às campanhas de conscientização para todo o mês, que passou a se chamar Maio Roxo.

 

A pesquisa de pacientes da UC Narrative, iniciativa global criada pela Pfizer, que foi realizada online pela The Harris Poll, entre junho de 2020 e 31 de março de 2021, com 85 pessoas que vivem com retocolite ulcerativa, apontou que 9% afirmou ir entre 15 e 19 vezes ao banheiro em dias de crise; 6% têm urgência em ir ao banheiro; e 28% não foram a eventos com seus filhos pelos efeitos da doença. Na área profissional 28% faltaram ao trabalho entre quatro e nove vezes devido à sua doença e sintomas, e 55 % relataram que sentem muita dor ou se distraem com as necessidades diárias e não conseguem se concentrar no trabalho. O risco potencial e o medo de desenvolver câncer foi citado por 59%; e da necessidade de uma colectomia, procedimento cirúrgico para remover a totalidade ou parte do cólon, foi apontada por 44% dos entrevistados.

 

Resultado de uma defesa exagerada do organismo, que acaba causando lesões no próprio intestino que provocam uma inflamação crônica do aparelho digestivo, as duas principais doenças inflamatórias intestinais são: a retocolite ulcerativa e a doença de Crohn.

 

“Essas enfermidades são consideradas autoimunes e atingem, preferencialmente, homens e mulheres com idades entre 15 e 40 anos. As causas são desconhecidas, mas diante do que já sabemos como predisposição genética (sem hereditariedade), fatores ambientais e alterações na flora intestinal, trabalhamos com duas frentes: identificação e controle”, explica o Dr. Flavio Steinwurz, gastroenterologista e presidente da Organização Panamericana de Crohn e Colite (Pancco).

 

O especialista reforça ainda que a aderência ao tratamento é fundamental para se restabelecer a saúde e dar sequência nas atividades diárias. “O Brasil possui medicamentos que podem ser adquiridos nas farmácias de alto custo do Sistema Único de Saúde (SUS), mas muitos pensam que quando os sintomas diminuem ou desaparecem podem deixar de tomar o medicamento, o que é engano. São doenças que precisam ser acompanhadas durante toda a vida”, esclarece.

 

Parecidas, mas diferentes

 

Os sintomas similares fazem com que o diagnóstico da doença intestinal possa levar mais de um ano. Foi o que apontou a pesquisa Jornada do Paciente com Doença Inflamatória Intestinal[1]. No entanto as diferenças existem, no que se refere as áreas afetadas e formas. A retocolite ulcerativa atinge a mucosa do cólon e do reto. Já a doença de Crohn pode ocorrer em qualquer parte do tubo digestivo, da boca ao ânus, com predileção pelas regiões ileal (responsável pela digestão e absorção de alimentos) e ileocecal (que controle o fluxo de líquidos nos intestinos). Já os sintomas da doença de Crohn podem ser parecidos com os da que retocolite ulcerativa que são: diarreia, sangue e muco nas fezes, cólica abdominal e urgência evacuatória. No entanto, na doença de Crohn são mais frequentes os sintomas de dor abdominal, emagrecimento e febre.

 

 



Pfizer

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Referências

 

[1] Associação Brasileira de Colite Ulcerativa e Doença de Crohn (ABCD). Pesquisa Jornada do Paciente com Doença Inflamatória Intestinal. Disponível em : https://abcd.org.br/wp-content/uploads/2018/01/JORNADA_DO_PACIENTE_COMPLETA.pdf?utm_source=jornada&utm_medium=site&utm_campaign=completo Acesso em maio de 2021


Maio cinza: conscientização do câncer cerebral

Neoplasia está entre os dez tumores mais comuns no Brasil, podendo ser benigna ou maligna


 

Maio é também conhecido como o “mês cinza”, nomenclatura dada em função da conscientização do câncer cerebral. Se um diagnóstico de câncer já é assustador, o diagnóstico de um câncer do cérebro pode parecer ainda mais aterrorizante!

A neoplasia ocupa a décima posição entre os tumores mais frequentes nos brasileiros. Podem ser benignos ou malignos. Os benignos possuem crescimento mais lento e em alguns casos podem ser apenas acompanhados com exames de imagem ao longo da vida do paciente. Dentre os malignos, os mais comuns no cérebro, as metástases (quando vem de outros sítios como pulmão, mama e câncer de pele tipo melanoma, por exemplo) estão em primeiro lugar. Quando surgem do próprio tecido cerebral são chamados de primários.

 

Sintomas


Segundo a especialista em neuro-oncologia Bruna Bonaccorsi, diretora do Instituto de Radioterapia São Francisco, os sintomas mais comuns desse tipo de câncer variam desde uma cefaleia intensa, persistente, que não melhora com analgésicos comuns, vômitos recorrentes, déficits neurológicos (alteração visual, de sensibilidade ou movimentação), até convulsões. “O diagnóstico precoce é de extrema importância para o tratamento ser mais eficaz, porém não há indicação de rastreamento com imagem”, pondera.

“Ainda pouco se sabe sobre o que causa os tumores cerebrais. Algumas síndromes genéticas raras podem aumentar o risco deste câncer, como a síndrome de Li-Fraumeni, por exemplo”, diz a médica. “Deficiência do sistema imunológico, como o vírus HIV, também predispõe alguns tipos, em especial o linfoma primário do cérebro”, pontua Bruna.

Dentre os primários, a maioria são conhecidos como gliomas. Podem ser gliomas de baixo grau ou de alto grau. “O grau representa a agressividade do tumor. Quanto mais alto o grau, mais agressivo é”, explica. E, nesses casos, geralmente o paciente é submetido a cirurgia, radioterapia e quimioterapia.

 

Tratamento


A cirurgia é um dos pilares do tratamento. Sempre que possível deve ser realizada pelo neurocirurgião. A indicação do tratamento a seguir (geralmente com radioterapia, com ou sem quimioterapia) depende do tipo do tumor. Nas palavras da especialista, o câncer cerebral possui “nome” e “sobrenome”. “Se fazem necessários testes moleculares e testes genéticos, por exemplo, a fim de identificar mutações que podem predizer melhor o prognóstico do doente e decidir a melhor estratégia a seguir após a cirurgia”, detalha Bruna.



Radioterapia


Assim como a neurocirurgia evoluiu (hoje há possibilidades de se realizar cirurgias com o paciente acordado, o que possibilita ao neurocirurgião uma ressecção com mais segurança), a radioterapia também evoluiu. De acordo com Bruna Bonaccorsi, a radioterapia possui um papel essencial para o controle desses tumores. “Hoje, com alta tecnologia é possível poupar ainda mais os tecidos sadios maximizando o controle das células doentes”, pontua.

“Não causar mais danos do que a doença já causaria ao paciente é imprescindível. Preservar a qualidade de vida em casos mais graves da doença é primordial”, finaliza.

 


IRSF


Pandemia x cuidados com recém nascidos? Será que muita coisa mudou?

Especialistas explicam que limitar a quantidade de pessoas que tenham o contato com o bebê e manter o ambiente sempre higienizado e seguro são as melhores medidas

 

Dizem que tudo muda depois que um bebê chega em casa e as dúvidas se o cuidado é necessário ou exagero ficam no ar. Para a médica pediatra e neonatologista, Isabel Firmino, do Hospital Anchieta de Brasília, quando se trata de recém nascido, precisamos ter cautela e muita vigilância. Segundo ela, é muito importante que os pais sejam orientados quanto à prevenção de doenças, principalmente as respiratórias, algumas muito graves nessa faixa etária, como a infecção causada pelo Vírus Sincicial Respiratório. E diante de uma pandemia, as restrições aumentam ainda mais.

"O ideal seria que apenas pai e mãe cuidassem do bebê, limitando o número de cuidadores", comenta. Ela continua: "também é preciso evitar ao máximo situações que aumentem o risco de contaminação, como visitas e, caso aconteça, que o visitante use máscara". A especialista aponta que é imprescindível prover boa ventilação, higiene frequente das mãos ao cuidar do bebê e desinfecção diária dos utensílios do recém-nascido.

E, caso pai ou mãe apresentem sintomas respiratórios, devem usar máscaras, higienizar as mãos antes de tocar o bebê e manter o berço a uma distância de pelo menos um metro da cama dos pais. Dra Isabel ressalta que a amamentação deve ser mantida se a mãe tiver condições.

A médica também destaca que o acompanhamento do recém nascido não pode ser deixado de lado. "É importante manter o seguimento com o Pediatra e os demais profissionais se assim o bebê precisar. As instituições devem estar preparadas para isso, garantindo distanciamento seguro e marcação de consultas mais espaçadas para evitar aglomerações", conclui.



Sistema imunológico enfraquecido


O infectologista Victor Bertollo pontua que quando o bebê nasce seu sistema imunológico não está completamente desenvolvido, eles ainda são muito dependentes dos anticorpos passados pela mãe, tanto dentro do útero - pela placenta, quanto os do leite materno para se proteger das infecções. Por isso, conforme o médico, o organismo deles ainda não consegue reagir de maneira 100% adequada.

"Mesmo com os anticorpos da mãe e o aleitamento materno, eles não estão completamente protegidos. Há uma série de infecções, principalmente por vírus respiratórios, que podem acometer e até levar um recém nascido ao óbito", pontua. "Existem alguns vírus que em crianças maiores ou mesmo adultos levariam a um resfriado comum, mas que em recém-nascidos pode ser potencialmente fatal, como o vírus sincicial respiratório", acrescenta Bertollo.


Dr Victor explica que esse vírus, no geral, tem a transmissão semelhante ao vírus da covid-19, por meio de gotículas de saliva e contato físico, então os mesmos cuidados utilizados para prevenir a covid-19 também ajudam a evitar esses outros casos, limpeza de mãos, uso de máscaras, evitar contato físico, manter os ambientes bem ventilados, entre outros. Para o especialista, os bebês estão numa situação de vulnerabilidade importante logo após o nascimento, e é por isso que, no geral, não se recomendam visitas, seja de pessoas próximas ou distantes.


Especialista alerta para a Talassemia, anemia transmitida de pais para filhos

Você já ouviu falar de Talassemia ou de anemia do Mediterrâneo? Trata-se de um tipo de anemia hereditária, transmitida de pais para filhos e que chegou ao Brasil pelos imigrantes europeus. De acordo com o hematologista Paulo Roberto Bortolotti, do Hospital Santa Casa de Mauá, essa anemia faz parte de um grupo de doenças do sangue chamadas hemoglobinopatias e sua principal característica é a produção anormal de hemoglobina - proteína do sangue que transporta o oxigênio para o organismo. 

A patologia ocorre quando há um defeito na produção das globinas e existem dois tipos de talassemia, a beta que apresenta alteração no cromossomo 11 e a alfa com mutação no cromossomo 16.

 A talassemia beta pode manifestar-se de três formas: minor - grau de anemia leve, assintomática e que pode passar despercebida; intermediária - deficiência da síntese de hemoglobina moderada e menos grave e a major, ou anemia de Cooley, forma grave da doença, que ocorre pela transmissão de dois genes defeituosos, provocando anemia profunda e importantes alterações orgânicas. 

Já a alfa depende do número de genes comprometidos e pode ser dividida em: traço alfa talassêmico - anemia leve devido à diminuição de apenas uma cadeia alfa-globina; doença da hemoglobina H - ausência de produção de 3 dos 4 genes alfa, forma grave da doença; síndrome da hidropsia fetal da hemoglobina Bart’s - ausência de todos os genes alfa, com morte do feto na gravidez. 

Todas as talassemias apresentam sintomas semelhantes, mas variam em gravidade. Os mais comuns são palidez, cansaço, fraqueza, icterícia, atraso no crescimento, abdômen desenvolvido, aumento do baço, alterações ósseas, irritabilidade e problemas cardíacos. 

O diagnóstico e tipo de talassemia são feitos com base na história clínica e origem étnica, além de exames de laboratório, como eletroforese de hemoglobina quantitativa e qualitativa. 

A talassemia minor não demanda tratamento específico e em alguns casos de gravidez podem precisar de suplementação com ácido fólico; a intermediária pode precisar de transfusões de sangue para aumentar os glóbulos vermelhos e a major necessita de transfusões de sangue regulares, além de medicamentos para retirar o excesso de ferro nos órgãos. Em alguns casos, o transplante de medula óssea também pode ser indicado. 

De acordo com o especialista, o aconselhamento genético para os portadores dos genes alterados é uma forma de os futuros pais preverem o risco de gerar um filho com a doença. 


Cuidados paliativos não são apenas para pacientes terminais

Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica defende uso dos procedimentos desde o diagnóstico como forma de garantir bem-estar e qualidade de vida aos pacientes

 

Desde 2005, o câncer é a principal causa de morte entre pacientes de 1 a 19 anos no Brasil. Anualmente, cerca de 12 mil crianças e adolescentes são diagnosticados com câncer no País, uma média de 32 casos por dia. Cada vez mais, quando se fala de tratamento em oncologia pediátrica, tem havido um aumento na conscientização da necessidade dos cuidados paliativos que constituem todos os recursos disponíveis para garantir ao paciente e sua família um tratamento humanizado e que prioriza a qualidade de vida desde o diagnóstico.

 

“Diferente do que, popularmente, se pensa, os cuidados paliativos não são aplicáveis apenas àqueles pacientes terminais ou que não têm a possibilidade de cura'', explica o presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (SOBOPE), Dr. Neviçolino Pereira.

 

Identificar, avaliar e tratar a dor e outros problemas de ordem física, psicossocial e espiritual são pilares fundamentais da estratégia da equipe multiprofissional envolvida no cuidado integral do paciente (OMS, 2002).


 

Equipe multidisciplinar - Por sua vez, a importância da atuação de uma equipe de saúde preparada e que saiba lidar com os cuidados paliativos também é ressaltada por Pereira: “Aspecto fundamental do tratamento visando a qualidade de vida do paciente é o acompanhamento por uma equipe multiprofissional integrada e em constante aprimoramento. Minimizar os efeitos agudos da terapia é fator primordial para garantirmos o bem-estar do paciente”.

 

Nesse trabalho conjunto, o especialista diz que há alguns objetivos, como o controle da dor adequada, o suporte psicológico e de medidas gerais durante todas as fases do tratamento. “Isso faz a diferença e garante ao paciente uma assistência integral”, conclui. 

 

Para quem ainda se sente inseguro sobre o reconhecimento e eficácia do tratamento paliativo na oncologia pediátrica, o presidente da SOBOPE ressalta os aspectos legais de tais tratamentos: “A Resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) 1973/2011, publicada no Diário Oficial da União, reconheceu três novas áreas de atuação médica: medicina do sono, medicina paliativa e medicina tropical. Portanto, os cuidados paliativos são uma realidade e um avanço na medicina”, defende.


 

Apoio à família - O cuidado global e integral à criança e ao adolescente com câncer deve ser estendido à sua família que, muitas vezes, também precisa de auxílio para aceitar a enfermidade e que o acompanhará em todo o processo de tratamento. Dessa forma, não há cuidado paliativo eficiente sem uma forte aliança entre paciente, família e equipe de saúde, afirma Pereira.

 

“A família é determinante para que possamos aliviar o sofrimento do paciente. É preciso que a equipe de saúde se informe da dinâmica familiar do paciente, ou seja, suas crenças, seus valores e até sua condição social para que o tratamento seja cada vez mais focado no bem-estar, amenizando e ressignificando os momentos mais difíceis do tratamento”, finaliza o presidente da SOBOPE.


Doenças inflamatórias intestinais podem causar maior vulnerabilidade na resistência imunológica, facilitando a incidência de outras complicações, como a COVID-19

 Especialista em coloproctologia do Hospital Santa Catarina - Paulista destaca que, se não tratadas adequadamente, essas doenças podem levar a condições mais graves, como o câncer de cólon.


As doenças inflamatórias intestinais, também conhecidas como DIIs, são caracterizadas pela inflamação constante do revestimento do trato gastrointestinal, região responsável pela digestão de alimentos. Maio é o mês dedicado à conscientização das doenças inflamatórias intestinais, cuja incidência tem aumentado significativamente no país, segundo pesquisa da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais. Esta condição se manifesta em dois principais quadros, a doença de Crohn, que pode atingir diversas regiões do trato digestivo, e a colite ulcerativa, cuja área afetada se limita ao intestino grosso (cólon e reto). Os pacientes acometidos por estas complicações podem ser considerados parte do grupo de risco, principalmente no caso do uso de medicamentos imunossupressores. Além disso, as repercussões causadas por DIIs podem levar a uma maior vulnerabilidade da resistência imunológica, facilitando a incidência de outras doenças, como a COVID-19.

Com sintomas gerais e locais, as doenças inflamatórias intestinais podem causar dores abdominais frequentes, além de uma mudança repentina na frequência de evacuação, podendo se apresentar como diarreia ou constipação com muco e/ou sangue. Vale ressaltar que os sintomas da doença de Crohn e da Colite ulcerativa são consideravelmente similares, porém com repercussões que diferem em relação à gravidade, e, por isso, destaca-se a relevância de um diagnóstico precoce. Segundo o Dr. Rafael Sanchez Neto, especialista em coloproctologia do Hospital Santa Catarina - Paulista, o modo de manifestação de ambas as doenças são variáveis e dependem do local de inflamação. "Outros sintomas incluem emagrecimento, febre, anorexia, mal-estar geral e fadiga", complementa o especialista. Uma pesquisa brasileira da UFMG, realizada em 2019, que utilizou como base 160 mil participantes de todos os 27 estados, demonstrou que a prevalência da Colite ulcerativa é 18% maior do que a doença de Crohn no país.

O diagnóstico de ambos os quadros requer determinadas etapas para garantir maior precisão, sendo a primeira uma avaliação do histórico médico do indivíduo, que irá excluir quaisquer outras possíveis causas para a inflamação. "Em seguida, o quadro do paciente será analisado com base em exames laboratoriais, marcadores sorológicos e exames, como endoscopia digestiva alta, colonoscopia, enteroscopia com duplo balão e cápsula endoscópica", adiciona o Dr. Sanchez. Além disso, podem ser solicitados exames de imagem como o trânsito intestinal, tomografia computadorizada com enterotomografia, ressonância magnética, e, até mesmo, ultrassonografias e biópsias.

O processo de diagnóstico é complexo e essencial para prevenir o desenvolvimento destas doenças, que podem levar a incidência de outras complicações de gravidade elevada. "As mais frequentes são câncer de cólon, inflamação da pele, olhos e das articulações, colangite esclerosante primária (inflamação dos condutos orgânicos que conectam o fígado), coágulos no sangue (veias e artérias), obstrução intestinal, desnutrição, úlceras em qualquer parte do trato digestivo, fístulas entre alças intestinais, órgãos internos e na região perineal, megacólon tóxico e desidratação grave", adiciona o médico. Há também certa preocupação em relação às repercussões psicológicas destas condições que, se não acompanhadas adequadamente, podem contribuir para o agravamento do quadro, portanto o acompanhamento psicológico é imperativo.

Vale notar que existem determinados fatores de risco que podem elevar a probabilidade de desenvolvimento de uma doença inflamatória intestinal. Estes levam em conta a idade, histórico médico familiar, fatores ambientais, hábitos de alimentação e exercício. As DIIs frequentemente surgem em indivíduos com idade inferior ou igual a 30 anos, porém também podem se apresentar posteriormente. Para aqueles que apresentam histórico familiar ligado às DIIs, hábitos tabagistas ou que consomem quantidade irregular de alimentos gordurosos e processados, o risco também se torna maior. Além disso, existem fatores ambientais que, mesmo estando fora do alcance da população, ainda são capazes de aumentar a probabilidade de desenvolvimento destas complicações. Entre estes estão a permanência em regiões mais industrializadas, devido aos índices de poluição, e as regiões com clima frio.


 

Hospital Santa Catarina


Avalanche de informações na pandemia gera sobrecarga mental

Estudo da Kaspersky aponta que 78% dos brasileiros sentem-se saturados de informações. Dar ao cérebro chance de digerir as notícias e desconectar podem ser remédios para essa infodemia

 

Durante a pandemia da Covid-19, mais de 50% dos brasileiros consumiram "mais ou muito mais" notícias em comparação a um ano normal. Além disso, três quartos deles sentiram-se saturadas por causa da grande quantidade de informações sobre um mesmo tema. Essas conclusões são do estudo "Infodemia e os impactos na vida digital" desenvolvido pela empresa de cibersegurança e privacidade digital Kaspersky, em parceria com a empresa de pesquisa CORPA.

 


A palavra infodemia foi usada pela primeira vez em 2003 pelo jornalista e cientista político David Rothkopf em sua coluna no Washington Post sobre a epidemia de SARS. Ela se refere à disseminação rápida e abrangente de notícias reais e falsas que dificultam a compreensão das pessoas sobre um assunto. Enquanto os especialistas estudam os efeitos da pandemia da Covid-19 nas áreas de saúde, política e econômica, a Kaspersky foi entender os impactos na vida digital, segurança e privacidade dos latino-americanos.

Os peruanos (61%) foram os que mais aumentaram o consumo de notícias durante a pandemia, seguidos dos chilenos (53%), argentinos (52%), brasileiros (51%), mexicanos (51%) e colombianos (45%). Quanto ao sentimento de saturação por conta do excesso de informações, os dados trazem os cidadãos da Colômbia em primeiro lugar (81%), seguidos da Argentina (79%), Peru (78%), Chile (77%), Brasil (67%) e México (62%).

"Os resultados preliminares reforçam apenas o quão profundo foram os impactos da pandemia e do isolamento social. Tivemos de aprender sobre o vírus e como combatê-lo, e nos adaptar às regras de distanciamento - e ainda estamos tendo de lidar com isso um ano depois. Nossa pesquisa mostra que muitos se sentiram esgotados com este novo contexto. É como um ataque de negação de serviço (ciberataque que tenta sobrecarregar um site/serviço com múltiplos acessos) ao nosso cérebro, que, ao atingir o nível de saturação, faz a pessoa ‘desligar’", avalia Fabio Assolini, analista sênior de segurança da Kaspersky no Brasil.

Como era de se esperar, os temas que mais sobrecarregaram as pessoas foram a pandemia e correlacionados. Nas primeiras posições estão a atualização diária do número de infectados e mortes pela Covid-19 (77%), orientações de prevenção do vírus (44%) e a corrida da vacinação (32%).


O analista da Kaspersky avalia ainda a relação entre informação, combate à pandemia e o comportamento humano. "Por se tratar de um vírus novo, as autoridades não tinham como dizer qual era a melhor forma de combate e isso deixou espaço para notícias falsas. Foi necessário repetir por diversas vezes a importância das ferramentas de proteção: máscara, álcool gel e distanciamento - mesmo assim presenciamos aglomerações e falta da máscara. Se isso está acontecendo com algo tão importante como a saúde, como está o comportamento das pessoas com sua privacidade e segurança online sendo que nossas vidas se tornaram majoritariamente digitais?"

A preocupação é plausível. Durante toda a pandemia os especialistas da Kaspersky encontraram golpes explorando vários temas e reforçando ainda mais a desinformação, como golpes de phishing, ataques disfarçados de apps de ensino , oferta de vacinas na darknet e sites falsos com cadastro para vacinação com o objetivo de roubar dados pessoais. Mas como garantir que as pessoas terão as informações corretas para combater os desafios do vírus e golpes online?

Para Assolini, um caminho para solucionar a infodemia é entender os motivos que fizeram as pessoas a ler, assistir e escutar menos notícias. "Os resultados mostram que as pessoas sentem-se ansiosas (38%), estressadas (36%), pessimistas (35%), com raiva (30%) e deprimidas (24%). De fato, houve e ainda há muitas notícias para lamentar, mas se esse tom negativo afasta as pessoas das informações que precisam receber, será que uma abordagem positiva pode atrair novamente a atenção?"

Para combater a sobrecarga e a infodemia, a Kaspersky faz um paralelo entre a rotina na vida real e as atividades virtuais e recomenda:

• Crie hábitos saudáveis

Para uma vida equilibrada, temos de organizar nosso tempo para a realização de atividades físicas, realizar refeições de quatro em quatro horas e dormir cerca de oito horas. "Temos que levar essa prática para o mundo virtual, organizando um período do dia para ler notícia, outro para responder e-mails e mensagens. Vale a pena também usar a função "assistir/ler mais tarde, presente nas redes sociais e navegadores", sugere Assolini.

• Faça uma pausa

Seja na escola ou em um evento corporativo, sempre há um intervalo após um período de concentração e trabalho intenso. Esta pausa é essencial para que o cérebro possa descansar e se preparar para absorver mais informação. "Criamos o hábito que temos que fazer tudo em tempo real, mas isso não é verdade. Não precisamos comentar um post no exato momento que foi postado. Não temos de aproveitar uma promoção na hora que vemos o anúncio. Não devemos tomar uma informação como verdadeira só porque recebemos um link. Nosso cérebro precisa "digerir" algumas informações e precisamos dar o tempo para ele reagir a tudo que acontece no dia a dia", reflete o analista de segurança.

• Desligue

Fazer uma atividade intensa por um período tem efeitos benéficos, mas tudo em exagero é ruim. Assim como é importante ter horas de sono mínimas para o corpo relaxar, o cérebro também precisa de um intervalo. "Sugiro que as pessoas desliguem as notificações do celular por pequenos períodos - e durante a noite. Isso permitirá ao cérebro descansar e clarear os pensamentos", finaliza o especialista da Kaspersky.

Para mais informações sobre o estudo ‘Infodemia e os impactos na vida digital’, acesse o blog oficial da Kaspersky.


Mais de 90 milhões de doses de vacinas Covid-19 já foram distribuídas pelo Ministério da Saúde

Foto: Myke Sena
 Em menos de uma semana a pasta enviará mais de 13 milhões de doses para todo o Brasil 


Desde o início da campanha de vacinação contra a Covid-19, o Ministério da Saúde já enviou para todo o Brasil mais de 90 milhões de doses de vacinas Covid-19. A marca foi atingida nesta terça-feira (18/5). Em menos de uma semana a pasta enviará aos estados e ao Distrito Federal mais de 13 milhões de doses da AstraZeneca/Fiocruz, Coronavac/Butantan e da Pfizer/BioNTech.

As novas remessas já estão chegando nas capitais brasileiras e a previsão é de que a distribuição seja finalizada nesta quarta (19/5). A força-tarefa faz parte do esforço do Ministério da Saúde para ampliar ainda mais a campanha e garantir que toda a população vacinável seja imunizada contra a doença até o fim do ano.

De posse das vacinas, os estados são os responsáveis por fazer a divisão e a entrega dos lotes aos municípios. Até agora, mais de 53,6 milhões de doses já foram aplicadas.

Semanalmente, a pasta elabora a estratégia de distribuição de vacinas Covid-19 em reuniões com representantes das secretarias estaduais e municipais. As decisões são tomadas observando as confirmações do cronograma de entregas por parte dos laboratórios. O objetivo é garantir a cobertura do esquema vacinal no tempo recomendado: quatro semanas para a vacina do Butantan e 12 semanas para a da Pfizer e da Fiocruz.

É muito importante que a população tome a segunda dose da vacina, assegurando a proteção adequada contra a doença, mesmo que a aplicação ocorra fora do prazo.


GRUPOS PRIORITÁRIOS

Já foram enviadas doses para vacinação de 15 dos 28 grupos prioritários estabelecidos pelo Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19 (PNO). São eles: trabalhadores da saúde; idosos de 60 anos ou mais institucionalizados; pessoas a partir de 18 anos com deficiência institucionalizadas; povos indígenas, ribeirinhos e quilombolas; idosos de 90 anos ou mais, de 85 a 89 anos, de 80 a 84 anos, 75 a 79 anos, de 70 a 74 anos, de 65 a 69 anos e de 60 a 64 anos; forças de segurança e salvamento e forças armadas na linha de frente da pandemia; e pessoas com comorbidades, gestantes e puérperas com comorbidades e pessoas com deficiência permanente.

 

Marina Pagno
Ministério da Saúde


Por que assinar em vez de comprar um carro blindado?

 

A maior parte das pessoas que mora nas grandes cidades convive com um medo em comum: a violência. Não é difícil encontrar, trafegando pelas ruas de São Paulo, por exemplo, alguém que dirige com medo ou não se sente seguro. Os dados mostram que há razões para isso. De acordo com o Monitor da Violência, levantamento realizado pelo G1 em parceria com o Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (NEV-USP) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o Brasil registrou um aumento de 5% no número de mortes violentas em 2020 mesmo com a pandemia. 

 

Entre uma série de medidas para garantir alguma proteção e segurança dentro de casa, e também na hora de sair dela, as pessoas avaliam a possibilidade de ter um carro blindado. Inclusive, muitas encaram a blindagem como uma necessidade real em termos de segurança e não como um adicional. Não é à toa que os serviços de blindagem não param de crescer. 

 

Ao receber blindagem, o carro ganha um reforço com camadas de aço e manta de aramida. O objetivo é proteger quem está no interior do veículo de perigos como pedras, objetos de madeira, armas de fogo (calibre 38, pistola 9mm e até armas mais potentes, como Magnum44), além disso, há evidências de que os carros blindados são mais resistentes, inclusive, em casos de impactos causados por acidentes. 

 

Com todas essas vantagens, o desejo por um blindado na garagem só aumenta. Porém, é interessante avaliar bem antes de tomar uma decisão. Atualmente, há algumas possibilidades, entre elas: adquirir um veículo ou fazer a assinatura de um carro blindado. Comprar um carro blindado novo pode significar pagar mais que o dobro do valor do carro sem a blindagem. Se você já tem um carro e decidir blindá-lo, pode enfrentar algumas burocracias, além, claro, do valor. Também será necessário arcar com as manutenções que um veículo blindado exige, sem contar o fato de que a reforma de um carro blindado, por conta de uma batida em acidente, por exemplo, costuma ser, em média, 20% mais cara na comparação com os veículos convencionais. 

 

Além de tudo isso, o carro blindado traz dores de cabeça na hora da sua venda. A blindagem não costuma ser um serviço barato e ao longo dos anos todo o valor investido na blindagem perderá seu valor. 

 

A saída, para quem quer circular mais seguro com um veículo blindado, é ter um carro por assinatura, uma vez que não é necessário se preocupar com seu valor de compra e venda ou da blindagem, não é preciso perder tempo com as burocracias que envolvem o processo de blindagem, não há preocupações com relação à manutenção do carro, além de haver uma série de vantagens vinculadas à assinatura, como gestão de multas, acesso a veículo reserva, assistência 24h, consultoria técnica definida de acordo com o veículo escolhido, moto atendimento de urgência e até sistema de leva e traz em casos de necessidade de troca de veículo ou por ocasião de manutenções e revisões, etc. 

 

Listei aqui uma série de vantagens e desvantagens e apontei também uma possível solução para que você circule protegido e seguro pelas ruas da cidade. Avalie qual é o nível de importância e de prioridade que a sua segurança - e da sua família - tem e analise se vale mais a pena a compra ou assinatura de um blindado. A decisão final é sua! 

 


Marcel Ribeiro - gestor do Drive Select, marca que oferece carros premium blindados por assinatura a pessoas físicas e profissionais liberais – www.driveselect.com.br


Aumento do número de Brasileiros em busca de vacina nos EUA gera deportação em massa

Semanalmente, cerca de 1.200 brasileiros buscam entrar ilegalmente nos Estados Unidos pelo deserto do México. Centenas já estão prestes a ser deportados para o Brasil

 

Abril de 2021 registrou o maior número nos últimos 20 anos de pessoas apreendidas pelas autoridades americanas, por tentarem entrar ilegalmente nos Estados Unidos, através da fronteira com o México, em busca de refúgio ou asilo na América. Foram aproximadamente 179 mil prisões efetuadas somente em abril, e ao todo já são mais de 400 mil somando-se os quatro primeiros meses do ano. 

 

Se os números seguirem neste ritmo, a administração Biden tem tudo para quebrar o recorde histórico de prisões e deportações durante os 8 anos do governo Obama (2009-2016), quando foram deportados aproximadamente 3 milhões de pessoas dos EUA.

 

“Os números elevados se devem basicamente a dois motivos: a imagem que os EUA voltou a projetar para o mundo de que imigrantes são bem-vindos no país, após a vitória de Joe Biden nas ultimas eleições americanas, e a quantidade cada vez maior de pessoas que tentam entrar na América em busca da vacinação contra a covid-19, fugidas de países onde a situação da pandemia continua caótica ou ainda sem previsão de vacinação em massa” - Observou Felipe Alexandre, advogado de imigração com nacionalidade brasileira e americana.


Fugindo de economias devastadas pelo vírus, os migrantes estão viajando longas distâncias para chegar aos Estados Unidos. O deserto do Arizona tornou-se um ponto de travessia favorito para pessoas vindas de diversos países, especialmente do Brasil, Cuba, Índia e Venezuela.

 

A patrulha de Proteção a Fronteira Americana (CBP) divulgou que cerca de 4.000 brasileiros e mais de 3.500 venezuelanos foram interceptados em abril, e com a situação de vacinação em massa ainda indefinida nestes dois países, a tendência é que estes números aumentem ainda mais nas próximas semanas. 

 

De acordo com a congressista republicana, Jody Hice, cerca de 1.200 brasileiros estão voando semanalmente para Tijuana e de lá iniciam a travessia pelo deserto mexicano até a fronteira dos Estados Unidos.

 

O aumento de prisões de brasileiros na fronteira consequentemente também resultará no aumento de deportações dos EUA. Cerca de 130 brasileiros ilegais na América estão prestes a ser “devolvidos” ao Brasil no dia 20 de maio em voos fretados pela imigração americana. Diversos voos desse tipo já haviam acontecido durante os quatro anos do governo de Donald Trump, quando aproximadamente 18 mil brasileiros foram presos e deportados.

 

 “O problema na fronteira certamente é o primeiro grande desafio do governo Biden. Desde que o presidente assumiu, em janeiro, foi criada uma expectativa de que os EUA iriam tratar a questão da imigração de uma forma totalmente oposta à da gestão anterior. Entretanto, existem leis que precisam ser cumpridas e, infelizmente, nem todos os imigrantes se qualificam para entrar e permanecer em território americano. O presidente precisa encontrar agora a medida certa entre ser “pró-imigrante” e ao mesmo tempo combater a imigração ilegal no país.” – salientou Felipe Alexandre, que também é fundador da AG Immigration, escritório americano de advocacia imigratória que representa centenas de brasileiros em processos de imigração e green card para os EUA. 

 “Quanto a questão das pessoas buscando entrar ilegalmente para obter vacinas nos EUA, embora seja compreensível que elas estejam preocupadas com o contágio em seus países e busquem se vacinar o mais breve possível, é preciso ter em mente que existe um debate moral e ético que deve ser considerado na hora de buscar a imunização em outro país. Especialmente neste momento em que o novo governo americano está buscando adotar medidas mais acolhedoras e inclusivas para a chegada de estrangeiros na América e também enviando doses de vacinas americanas para países necessitados, este tipo de prática ilegal acaba sendo prejudicial para a imagem de outras nações nos Estados Unidos” – completou Felipe Alexandre.

 



Dr. Felipe Alexandre - advogado americano/brasileiro de imigração e fundador da AG Immigration:  Ele é considerado há vários anos pelo “American Institute of Legal Counsel” como um dos 10 melhores advogados de imigração de NY e referência sobre vistos e green cards para os EUA.

 

AG Immigration

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Fone: +1 (407) 728-6033 (11) 4210-3678 

e-mail: info@agimmigration.law  


Debater homeschooling é querer que exceção vire regra


O necessário distanciamento social trouxe à tona novamente o debate em torno da adoção do ensino domiciliar. O projeto de lei que regula o chamado homeschooling é uma pauta histórica de grupos religiosos e ideológicos que tramita pelo Congresso há quase uma década. A discussão do tema ganhou força no governo Bolsonaro, que aproveita a crise sanitária para aprová-la ainda neste semestre, sem o crivo da Comissão de Educação, onde poderia e deveria haver um aprofundamento da discussão.

Esta análise é necessária se for levada em conta que altera dispositivos da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, e da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, que dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente. A pergunta que deve nortear esse debate, porém, é se este realmente deve ser o foco da discussão.

E especialistas são unânimes em responder que não.

Num país em que o modelo de ensino é sempre tido como único e as diferenças de ofertas são marginais, é fazer o rabo balançar o cachorro. Deixa-se de lado o debate principal que envolve a busca pelo melhor modelo educacional para só depois replicá-lo na rede pública e privada.

Outro ponto que coloca o homeschooling em xeque é que são pouquíssimas famílias que estariam preparadas para deixar os seus filhos fora da escola a fim de lhes dar uma formação melhor em casa. A realidade de uma parte significativa dos estudantes é que muitos vão para a escola porque não têm com quem ficar no período em que os pais precisam trabalhar.

Nos casos em que existe a possibilidade de um dos pais ou algum responsável dedicar tempo de acompanhamento do processo de aprendizado dos filhos ou tutelados, a proposta pode fazer sentido e ser significativa. Mas é fato que o tempo para isso é escasso devido à rotina de atividades domésticas dos responsáveis. E há de se ter também, além de horas disponíveis, condições intelectuais.

Não é à toa que a maior queixa das escolas de educação básica é a de que os pais entregaram para as escolas o papel de educar, de orientar o bem e o mal, e de preparar para a realidade da vida. O que vai muito além de transferir conhecimento.

Embora hoje o conteúdo seja commodity e muitos professores se formem com escancarada defasagem no processo pedagógico, os recursos coletivos que as escolas dispõem possibilitam troca de informações com outros alunos da mesma faixa etária e uma formação que os prepara para conviver com cidadãos diferentes, para lidarem com a diversidade do mundo. É algo que vai além do preparo para o mercado de trabalho ou para a interpretação de texto.

Por isso, debater homeschooling é tornar a exceção o tema central. Não estamos preparados socialmente, financeiramente e intelectualmente para lidar com isso. As novas metodologias, os recursos tecnológicos de apoio e o material didático não dão conta de substituir a orientação do professor e a idealização do cidadão presente.




César Silva - diretor Presidente da Fundação de Apoio à Tecnologia (FAT) e docente da Faculdade de Tecnologia de São Paulo - FATEC-SP há mais de 30 anos. Foi vice-diretor superintendente do Centro Paula Souza. É formado em Administração de Empresas, com especialização em Gestão de Projetos, Processos Organizacionais e Sistemas de Informação.


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