O Conselho Regional de Odontologia de São
Paulo (CROSP) destaca os cuidados específicos para esse público
As
alterações hormonais, em diferentes etapas da vida, fazem com que as mulheres
sejam mais suscetíveis a determinados problemas bucais. Por outro lado, como
elas costumam ser mais cuidadosas com a saúde em geral, basta fazer a prevenção
da forma correta com visitas regulares ao(a) cirurgião(ã)-dentista e
higienização utilizando a escova, creme e fio dental.
Os
cuidados com a saúde da boca devem começar no ventre da mãe, independente do
gênero da criança. É importante que ela faça o acompanhamento na gestação e
também escolha um(a) odontopediatra para acompanhar o desenvolvimento do bebê
após o nascimento.
“A
visita ao(a) odontopediatra deve ocorrer no primeiro ano de vida, mesmo que o
bebê não tenha dentes. O acompanhamento precisa ser periódico por meio de
consultas de manutenção e as orientações de acordo com a fase da infância”,
explica a assessora do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP) e
membro da Comissão de Mulheres, Rada El Achkar.
Durante
toda a infância não haverá diferença na manutenção da saúde bucal de meninos e
meninas. Mas, na adolescência, o cenário muda um pouco por conta das alterações
hormonais sofridas por elas, tornando-as mais propensas a desenvolver a
gengivite, por exemplo.
Mas é importante deixar claro que o problema ocorrerá com as
meninas que não fazem uma higienização adequada. Por isso, na adolescência, é
preciso reforçar as orientações quanto a dietas altamente cariogênicas (que propiciam
a cárie), evitando excesso de refrigerantes, o tabagismo, entre outros cuidados
como o estresse.
Nessa
etapa da vida muitas meninas começam a utilizar o anticoncepcional, apontado em
alguns estudos como um agente nocivo para a saúde bucal. No entanto, as
recomendações são as mesmas, mantendo a higiene bucal adequada e as visitas
regulares ao(a) cirurgião(ã)-dentista que avaliará a presença e o
desenvolvimento das doenças periodontais.
Para cada momento e dependendo do caso, é recomendada a consulta
com especialistas como o odontopediatra na infância, o odontogeriatra na
terceira e idade e os cirurgiões-dentistas clínicos e demais especialidades
durante toda a adolescência e fase adulta.
Cuidados
específicos na gestação
Mulheres
grávidas vivem diversas mudanças físicas, hormonais e emocionais durante a
gestação. Essas alterações impactam a saúde bucal e por isso é necessário
redobrar os cuidados. “As gengivas ficam mais vascularizadas e sensíveis,
podendo ocorrer a "gengivite gravídica". Além disso, algumas
gestantes mudam os hábitos alimentares, ingerindo mais doces”, avisa a
assessora do CROSP.
Boca
seca, o aparecimento de cárie e outras doenças pela falta da higiene também
ocorrem nessa fase. Algumas mulheres sentem enjôo e por isso pararam de usar o
creme dental na escovação, outras ainda reduzem a frequência da escovação
ficando mais suscetíveis a diversos problemas.
Para
Rada, as visitas ao(a) cirurgião(ã)-dentista devem ser intensificadas, bem como
a atenção para higienização e alimentação. Tomando esses cuidados, a saúde
bucal é preservada em qualquer etapa da vida da mulher.
Alterações
na menopausa podem ser mais intensas
Outro
momento em que as alterações hormonais podem influenciar a saúde da boca é a
menopausa. Nessa fase, os sintomas costumam ser mais acentuados para algumas
mulheres o que reflete na cavidade oral. “É outro período no qual ocorrem
muitas mudanças no corpo da mulher. Além disso, algumas podem apresentar perda
óssea dos tecidos que suportam os dentes devido à osteoporose”, comenta a
assessora do CROSP.
Existem
alguns problemas mais recorrentes nessa etapa como a xerostomia (boca seca).
Essa secura na boca pode provocar mau hálito e também deixar a cavidade oral mais
suscetível ao ataque de bactérias. Algumas mulheres ainda relatam a sensação de
ardência nessa fase.
Para
solucionar a xerostomia, Rada explica que o(a) cirurgião(ã)-dentista costuma
prescrever saliva artificial e outros produtos específicos como hidratantes
bucais para minimizar o problema. Mais uma vez vale destacar a correta e
reforçada higienização bucal e consultas frequentes ao profissional da
odontologia.
Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP)
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