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quarta-feira, 15 de agosto de 2018

Câncer: Alimentação é aliada fundamental no combate à doença


Estudo publicado na revista científica Immunity indica que substâncias presentes em legumes e vegetais podem ajudar a prevenir a doença


Uma pesquisa recém-divulgada pela revista científica Immunity indica que a ingestão de alguns vegetais como couve, repolho e brócolis podem prevenir o câncer de intestino. Isso porque as substâncias químicas produzidas por esses alimentos são capazes de reduzir as inflamações no intestino e no cólon. O estudo realizado pelo Francis Crick Institute, centro de pesquisa biomédica, em Londres, levou em conta a análise de camundongos geneticamente modificados.

Apesar de este ser um resultado baseado em análises de animais, é mais um passo que relaciona hábitos alimentares a incidência de câncer e sua evolução.

Para Dr. Daniel Gimenes, oncologista do Centro Paulista de Oncologia CPO, unidade São Paulo do Grupo Oncoclínicas é preciso lembrar que um dos grandes vilões relacionados ao aumento da incidência de câncer entre a população mundial é uma alimentação pobre em consumo de fibras e com alto índice de ingestão de gordura. Além disso, o incentivo à prática constante de exercícios físicos é essencial para frear os índices aumentados da doença e também como forma de potencializar o processo de tratamento para pessoas com câncer.

"Uma série de outros estudos científicos sugerem que indivíduos que praticam atividade física e seguem uma dieta equilibrada têm melhores respostas às terapêuticas e, portanto, apresentam taxa de sobrevivência maior ao câncer cinco anos após o diagnóstico. Frutas, peixes, grãos e azeite estão entre os aliados nesse processo", afirma o especialista.

O médico ressalta que a dica principal tanto para quem está em tratamento quanto para quem deseja reduzir os riscos de incidência do câncer é evitar excessos na alimentação. "Não é necessário parar de comer carne ou qualquer outro alimento. A palavra de ordem é bom senso, já que tudo que é consumido em grande quantidade pode trazer danos à saúde", completa o Dr. Daniel;


80% dos casos de câncer no mundo estão relacionados ao nosso modo de vida

Segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA), a maioria dos casos da doença estão relacionados ao sobrepeso, hábitos alimentares poucos saudáveis e falta de rotina de exercícios físicos. Por isso, a recomendação da entidade é que pessoas de 18 a 64 anos pratiquem pelo menos 150 minutos de exercícios moderados por semana – ou, em média, pouco mais de 20 minutos por dia. Isso significa que pequenos ajustes na rotina, como caminhar pequenas distâncias, aderir à bicicleta como opção de transporte ou subir e descer escadas ao invés de usar o elevador, podem colaborar para o afastamento da grande maioria dos fatores de risco que levam ao surgimento do câncer.

"Sedentarismo, sobrepeso/obesidade e consumo excessivo de gorduras podem ser classificados como 'vilões' que respondem, em especial, pela elevação no risco de desenvolvimento de tumores que afetam intestino, endométrio, próstata, pâncreas e mama", finaliza o Dr. Daniel.

Vale lembrar que a má alimentação é apenas um dos hábitos evitáveis que podem causar o aparecimento de um tumor. Tabagismo e exposição excessiva ao sol também fazem parte dessa lista. Ao sinal de qualquer sintoma suspeito a recomendação é buscar aconselhamento médico especializado e lembrar que a realização de exames de rotina permite um diagnóstico precoce, aumentando em grande escala as chances de bons resultados do tratamento.






Grupo Oncoclínicas

www.grupooncoclinicas.com



Políticas públicas para a incorporação de medicamentos onco-hematológicos no SUS são debatidas em congresso no RJ


No ano em que o Sistema Único de Saúde completa 30 anos, a Sociedade Brasileira de Transplante de Medula Óssea promoveu no último dia 4 um debate sobre a incorporação de novas tecnologias no SUS. Anualmente surgem drogas com potencial para curar ou melhorar a qualidade de vida de pacientes oncológicos, entretanto, a incorporação de medicamentos importantes para tratamento de doenças como leucemia e linfomas é um processo burocrático.

“Os novos tratamentos demoram para chegar ao Brasil e muito disso passa pelo custo das novas terapias”, afirma o presidente do Congresso da SBTMO 2018, Dr. Luís Fernando Bouzas. Apesar do alto preço de alguns medicamentos, Bouzas diz que o atraso também é decorrente da morosidade na incorporação de tais tecnologias. “O sistema para aprovar essas drogas é muito lento e mesmo drogas que não possuem um custo tão alto não são aprovadas com a rapidez necessária”.

Após quase dez anos do pedido de incorporação, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária aprovou em dezembro de 2017 o uso da lenalidomida para o tratamento de mieloma múltiplo. No Brasil, o medicamento é indicado para uso em combinação com a dexametasona, para o tratamento de pacientes com mieloma múltiplo refratário ou recidivado que já tenham recebido pelo menos um esquema de tratamento prévio. A lenalidomida também é recomendada para pacientes com anemia dependente de transfusões decorrentes de síndrome mielodisplásica. Porém, a droga só estará disponível na saúde suplementar a partir de 2020.

Para um medicamento ser incorporado ao sistema público e privado de saúde, entre outros quesitos, é realizada uma análise de custo-efetividade do produto, comprovando sua eficácia na redução de mortalidade ou melhora na qualidade de vida do paciente e apresentar a viabilidade financeira para definir o número de pacientes elegíveis para tal tratamento.


Desabastecimento

Além da demora no registro e incorporação de drogas essenciais para o tratamento onco-hematológico, há o desabastecimento de remédios que já estão disponíveis no mercado nacional, como a carmustina, melfalano e asparaginase, usados para o tratamento de linfoma de Hodgkin e não Hodgkin, mieloma múltiplo e leucemias, respectivamente.

Em fevereiro deste ano a SBTMO, em conjunto com a Abrale, a Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH), a Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (SOBOPE) e a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), assinou uma carta aberta pedindo maior empenho do governo, indústrias farmacêuticas, sociedades especializadas e sociedade civil para que sejam tomadas medidas efetivas contra a falta de tais medicamentos.

“Estamos sem medicamentos baratos para tratar pacientes porque as indústrias farmacêuticas não se interessam em manter a produção destes remédios. Estamos vivendo um caos”, diz o presidente da SBTMO, Dr. Nelson Hamerschlak.

A falta de medicamento já registrados e incorporados ao sistema de saúde gera outro problema: o uso da justiça para a obtenção de drogas essenciais. Nilva Bortoleto, consultora da Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale) e do Movimento Todos Juntos Contra o Câncer, mostrou em sua apresentação que a principal causa de judicialização de medicamentos são de drogas aprovados pela ANVISA antes de 2010, contrariando o senso comum de que novos medicamentes ou drogas sem registros seriam os principais responsáveis pela judicialização. Os gastos com processos de drogas aprovadas antes de 2010 representa 71% do custo total das judicializações de drogas oncológicas.

Para Nilva, é preciso que órgãos responsáveis deixem muito claro como se faz a incorporação de uma nova tecnologia e o que ela pretende, gerando maior transparência em todo o processo. “Isso traz segurança para o sistema e uma competitividade mais ética”, diz. Hamerschlak defendeu a atuação dos transplantadores em prol dos pacientes onco-hematológicos. “Enquanto estivermos ao lado dos pacientes, estaremos do lado certo sempre”, finaliza.

O assunto foi debatido no painel “políticas públicas, o SUS e incorporação tecnológica” durante o XXII Congresso da SBTMO, realizado ente os dias 2 e 4 de agosto na cidade do Rio de Janeiro.



O tabu do toque


 O exame que detecta o câncer de próstata ainda enfrenta relutância por parte dos homens brasileiros


Mesmo o exame de toque retal sendo essencial para a detecção do câncer de próstata, uma nova pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia de São Paulo, em parceria com a Bayer, mostrou que 49% dos brasileiros acima dos 45 anos nunca realizou esse exame. O motivo? Para 24%, esse cuidado é pouco másculo da parte deles, e para outros 13% o procedimento não é necessário para a detecção precoce do câncer.

Com o avanço das tecnologias médicas, é comum acreditarem que o exame de sangue pode substituir o de toque, mas ambos funcionam de forma complementar. “O câncer de próstata pode se apresentar mesmo com o PSA ainda em níveis normais, e por este motivo o exame de toque realizado de forma rotineira pode detectar alguma anomalia de forma precoce” explica o médico oncologista dr. Fábio Schutz, coordenador médico da Oncologia Clínica do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo. 

O exame é indolor, dura poucos segundos e pode detectar diversos problemas na próstata – glândula responsável por produzir o fluído que protege e nutre os espermatozoides. Os problemas benignos vão desde prostatite – dor e inchaço da próstata – até hiperplasia prostática benigna – o aumento da próstata que pode causar dificuldade para urinar. Porém, o mais importante é a detecção da fase inicial do câncer de próstata, que é o que mais atinge homens no Brasil, atrás apenas do de pele não melanoma. 

Esse tipo de câncer é tão comum que 35% dos entrevistados da pesquisa SBGG-SP respondeu que conhece ao menos um homem que tem ou já teve o câncer de próstata, mas 23% não sabem que esse também se trata do tipo que se manifesta mais comumente entre os homens com mais de 50 anos. “Quando os exames de rotina com o PSA e/ou o de toque dão resultados anormais, é necessário um teste adicional de biópsia para entender se o homem tem ou não o câncer. Em caso positivo, esse câncer normalmente terá sido detectado antes de dar sinais de que estava lá, tornando seu tratamento mais efetivo”, explica o médico. 

Mesmo com os benefícios da detecção precoce, o exame de toque ainda é tabu entre os homens. Diferentemente das mulheres que fazem exames ginecológicos ou mamografias de prevenção com maior frequência, os valores culturais que prezam pela “força e resistência do homem” e as crenças machistas que parecem não aceitar um exame desse tipo ainda são um grande impeditivo no caminho para uma vida mais longa e saudável.  


Como funciona o exame?

Não leva mais de 20 segundos para o exame acabar. A posição mais comum é deitado de lado. O médico utiliza luvas e lubrificante para examinar a próstata. O exame tem como principal objetivo verificar a existência de alguma alteração na glândula e dá informações sobre volume, consistência, etc.

Para aqueles que têm histórico familiar ou são negros, é importante que o exame comece a ser feito a partir dos 45 anos de idade. Para o restante da população masculina, o procedimento deve ser feito a partir dos 50 anos. 


Medo de envelhecer

A mesma pesquisa mostrou que os homens entendem que o câncer tem mais tendência de acomete-los conforme o avanço da idade. “O câncer de próstata ocorre com probabilidade maior com o envelhecimento. Por isso a prevenção é melhor arma”, reforça Dr. Fábio Schutz. O caminho que leva até a velhice também importa: alimentação balanceada e exercícios físicos durante boa parte da vida garantem uma terceira idade mais proveitosa e saudável e com isso os homens da pesquisa concordam: 74% sabem que hábitos saudáveis podem ajudar a prevenir o câncer. O problema é que, ainda assim, 43% veem o próprio estilo de vida como não saudável. 


Além da próstata 

O exame de toque serve para detectar outras doenças do ânus, do reto e do intestino grosso. Por esse motivo, é preciso quebrar a relutância dos homens em relação ao assunto e fazê-los entender que, em questão de segundos, o exame pode ser definitivo para determinar se há ou não doenças e iniciar um tratamento que pode salvar vidas.  






Bayer: Science For A Better Life (Ciência para uma Vida Melhor)




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